5 coisas que aprendemos com primeiro teste de Hamilton na Ferrari em Fiorano

Depois de dois dias intensos de trabalho na fábrica da Ferrari, em Maranello, Lewis Hamilton finalmente teve a chance de andar com um modelo da equipe mais famosa da Fórmula 1. Como tradicionalmente acontece — e desta vez, o tempo permitiu —, o britânico percorreu as primeiras voltas na pista de Fiorano, a bordo da SF-23, carro usado pela escuderia duas temporadas atrás. Ao redor do traçado, uma multidão se aglomerou para acompanhar o primeiro contato do maior vencedor da história com a marca do Cavalinho Rampante. O teste também ganhou a atenção do mundo e foi transmitido por emissoras inglesas e italianas.

Desde a chegada oficial ao time chefiado por Frédéric Vasseur, Hamilton vive uma mistura de sensações. Inicialmente, a visita à sede na segunda-feira dominou as manchetes. Lewis chegou vestindo um elegante e impecável sobretudo preto, terno e gravata. O cenário foi cuidadosamente montado, em frente à casa de Enzo Ferrari e diante de um dos modelos mais icônicos dos italianos, a F40 — também a favorita do inglês. O dia foi dedicado a reuniões, tour pela fábrica, simulador e até mesmo a checagem de uma configuração de volante — pedido especial do piloto. A terça-feira foi igualmente cheia e trouxe ainda a preparação para o teste desta quarta-feira, além da publicação da primeira imagem com o macacão vermelho. E uma segunda informação importante: Angela Cullen, a fisioterapeuta que ajudou Hamilton na Mercedes, está de volta à equipe do piloto.

Aliás, cada imagem divulgada é certeza de estouro nas redes sociais, como a primeira oficial, que recebeu mais de 5 milhões de likes — a mais curtida de F1 da história do Instagram. Então, chegou o momento da primeira experiência com um carro de F1 da Ferrari. Por isso, o GRANDE PRÊMIO lista os cinco destaques do teste privado em Fiorano.

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CLIMA FRIO E NEBLINA

Lewis Hamilton deixou a garagem de Fiorano às 9h16 (hora local), 4h16 (hora de Brasília), para a primeira volta de instalação com a SF-23, modelo usado pela Ferrari há duas temporadas — a escolha obedece ao regulamento da F1, que só permite testes com carros de dois anos ou mais de uso. Ainda assim, a opção é interessante porque o modelo foi o ponto de partida do desenvolvimento do projeto do ano passado. No momento do início do teste privado, os termômetros registravam 10ºC e a pista estava coberta por uma intensa neblina — mais tarde, uma chuva fina deixou o asfalto úmido. O carro saiu equipado com pneus de demonstração da Pirelli. No caso, os de chuva pesada, aqueles com a marca azul.

Hamilton deu apenas uma volta neste momento e cumprimentou os fãs, que se aglomeravam ao redor do traçado desde muito cedo.

VOLTA A VOLTA

Pouco antes das 10h (hora local), o piloto #44 novamente ganhou a pista, mas agora para uma sequência de voltas, alternando o ritmo. Perto do fim do stint, ainda ensaiou largadas e andou com pneus de sinal azul. Interessante dizer que aqui que essa foi a primeira vez que o britânico guiou um carro de F1 que não era empurrado por um motor Mercedes.

Quase 40 minutos mais tarde, Lewis retomou as ações e tentou entregar um pouco mais de velocidade, agora com compostos duros — também os demonstração da Pirelli —, mas a pista estava muito úmida nesse momento, devido a uma chuva fraca que atingiu a pista. Houve, então, mais uma pausa. E perto das 11h (locais), o heptacampeão saiu de novo, para mais dez voltas, ainda com os pneus duros. Foram registrados dois incidentes pequenos, sem maiores consequências. Uma escapadinha de pista e uma travada de rodas. As temperaturas baixas se mostraram um desafio para aquecer os pneus.

Hamilton ainda voltou mais uma vez, mas completou apenas cinco giros. Ao todo, Hamilton percorreu cerca de 90 km em quase 30 voltas. A chuva se tornou mais forte e acabou por abreviar o tempo de pista. Charles Leclerc assumiu o carro à tarde sob piso molhado.

DE VOLTA ÀS ORIGENS

Depois de publicar a primeira foto vestindo o macacão vermelho da Ferrari, Lewis Hamilton apresentou a nova pintura do capacete. O heptacampeão, que já teve cascos com diferentes cores que foram marcantes, optou por retornar às origens e revelou um design em amarelo, mesma tonalidade que usava quando estreou na categoria pela McLaren e quando se mudou para a Mercedes.

Hamilton teve inúmeros capacetes emblemáticos ao longo das 18 temporadas que disputou na F1. Em 2007, quando estreou pela McLaren, o britânico utilizou um casco amarelo que remetia ao design utilizado pelo ídolo Ayrton Senna. O layout se manteve quase inalterado até 2013, quando mudou para a Mercedes.

Embora o design tenha sofrido algumas alterações em 2013, Hamilton manteve o amarelo como a cor principal do capacete. Nos anos seguintes, no entanto, o britânico inovou e adotou tonalidades diferentes no equipamento, como o branco entre 2014 e 2019, ainda que o amarelo tenha retornado em dado momento de 2017, o roxo em 2020 e 2021 e o fluorescente nos últimos anos de Mercedes.

Agora, o maior vencedor da F1 retoma uma pintura emblemática para a aventura na Ferrari.

PRESENÇA DOS PAIS

É claro que a estreia pela Ferrari reserva fortes emoções e é um momento histórico. E para Lewis Hamilton foi ainda mais especial porque seus pais acompanharam de perto todo o início de trabalho na escuderia italiana. O pai, Anthony, e a mãe, Carmen Larbalestier, além da madrasta, Linda, seguiram o primeiro teste de pista nesta quarta-feira.

Inclusive, a mãe de Hamilton esteve junto ao filho no momento em que ele decidiu cumprimentar os fãs, que aguardavam do outro lado do alambrado do circuito. Carmem registrou o encontro.

IMPACTO DO PRIMEIRO TESTE

Naturalmente, a primeira vez de Lewis Hamilton em um carro de F1 da Ferrari seria um acontecimento. Muito antes do início dos trabalhos, já havia gente ao redor do circuito, ignorando o frio, a chuva e a neblina. Estima-se que mais de 2 mil pessoas acompanharam de perto a estreia do heptacampeão nesta quarta-feira (22). De fato, a cada saída à pista era possível ouvir os aplausos e palavras de incentivo e encantamento. As redes sociais também repercutiram o momento histórico com o mesmo entusiasmo.

Ainda, emissoras inglesas e italianas, que fazem a cobertura da temporada completa da F1, também se movimentaram para transmitir as primeiras imagens do teste.

A Fórmula 1 está oficialmente de férias. A próxima atividade é exatamente a sessão única de testes coletivos de pré-temporada, marcada para os dias 26, 27 e 28 de fevereiro, no Bahrein. A temporada 2025 começa com o GP da Austrália, nos dias 14-16 de março.

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