Newey explica processo de criação na Fórmula 1: “Cronômetro é o nosso mestre”
Adrian Newey explicou como funciona o processo de criação na Fórmula 1. Para ele, ideias que se provam são raras, mas muito satisfatórias quando o carro ganha velocidade
Adrian Newey é um nome muito bem-sucedido na Fórmula 1. Projetista da Red Bull, o britânico assina projetos muito destacáveis na história da categoria desde seus tempos de Williams (1991-1996), McLaren (1997-2005) e até os carros atuais dos taurinos — o RB19, carro da temporada 2023 da marca dos energéticos, denotou ainda mais o talento de Newey com os recordes, o tricampeonato de Max Verstappen e o hexacampeonato da Red Bull no Mundial de Construtores.
Ainda assim, Newey explica que, além do sucesso dos projetos, a descoberta é tão satisfatória quanto. É por isso que as câmeras costumam flagrá-lo com a prancheta em mãos pelo paddock ou grid, sempre de olho e pensativo. É quando surgem as ideias — ou, como ele mesmo diz, ‘eureka!”.
Relacionadas
“[Ideias] são raras, mas acontecem e são muito satisfatórias”, disse em entrevista ao TopGear. “Você pode pensar que é a melhor ideia de todas, mas precisa ser muito disciplinado para prová-la. É um processo longo, mas se resultar em algo que acontece no carro e o carro anda mais rápido, isso é muito satisfatório”, explicou.
“Depois de ter a confiabilidade, temos apenas um mestre e é o cronômetro. A prancheta é uma forma de tirar as ideias da cabeça e tentar desenvolvê-las. O subconsciente é uma coisa incrível. Quando estou preso em alguma coisa, desisto e vou tomar um café ou algo assim. Um dia, uma semana, um mês depois, e uma solução aparece”, seguiu.

Newey chegou à fábrica de Milton Keynes em 2006, quando a Red Bull era uma jovem equipe na F1. De 2006 até 2009, os taurinos davam pequenos passos. Com Geoff Willis, as inovações técnicas e aerodinâmicas foram acontecendo ano a ano até o RB6, carro de Sebastian Vettel em 2010. No final do ano, além do primeiro título do alemão, Newey se tornou o único designer de F1 a vencer entre os construtores com três equipes diferentes de F1.
Durante o início da era híbrida, em 2014, a equipe austríaca sofreu por causa dos motores — e viu o início do domínio da Mercedes. A aproximação real veio em 2021, num ano extremamente parelho com os alemães. Ainda assim, foi com o RB16B que Max Verstappen conquistou seu primeiro título. E os carros sucessores, RB18 e RB19, foram ainda mais incríveis.
Newey também deu sua visão sobre o futuro e o impacto que a Inteligência Artificial pode ter no desenvolvimento de equipamentos da Fórmula 1.
“IA é um termo amplo, mas na verdade é uma extensão do ‘aprendizado de máquina’ com um pouco de internet, e isso já existe há muito tempo. Há anos que usamos otimizadores de análise de tensões, mas o conhecimento humano ainda parece ser melhor que o otimizador. É uma ferramenta, mas eles não substituem o humano”, encerrou.
A Fórmula 1 retorna às pistas de 21 a 23 de fevereiro, com os testes coletivos da pré-temporada no Bahrein, no circuito de Sakhir.
Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

