Ano marcado por mortes, 2013 termina com mundo preocupado com coma de Schumacher

O grave acidente de esqui sofrido por Michael Schumacher encerra muito mal o 2013 do automobilismo, marcado por uma extensa lista de mortes no esporte. Um ano que parece não querer terminar

Acompanhe o noticiário completo sobre o acidente de Michael Schumacher


 

Michael Schumacher está internado em estado grave (Foto: Carsten Horst/Hyset)

2013 está chegando ao fim. E finalmente. Para o mundo do automobilismo, é um alívio enorme. Afinal, não é fácil encarar um ano com tantas notícias trágicas: os últimos 12 meses viram perdas valiosas, dentro e fora das pistas. Num ano que não quer acabar, quem gosta da velocidade está, desde domingo, formando uma corrente pelo maior campeão da história da F1, Michael Schumacher, que está em coma em um hospital francês devido a um acidente de esqui. O alemão completa 45 anos na próxima sexta-feira (3).

A F1 já perdeu gente querida em 2013. A espanhola María de Villota, que lutou para sobreviver ao acidente que aconteceu durante um teste na base aérea de Brixford, em 2012, sucumbiu às sequelas e morreu no dia 11 de outubro aos 33 anos.

A categoria voltou a presenciar um óbito dentro de um autódromo, algo que não acontecia desde 2001. No GP do Canadá, o fiscal Mark Robinson, 38, tropeçou e caiu diante do guincho que fazia o resgate do carro de Esteban Gutiérrez após a corrida. Ele foi atropelado e morreu quase que instantaneamente.

Dois pilotos do passado também partiram: José Froilán González, 90, o primeiro piloto a vencer uma corrida para a Ferrari na F1, e Tony Gaze, 93, o primeiro australiano a competir oficialmente no Mundial e líder de esquadrão de aviação da Força Aérea britânica na Segunda Guerra Mundial. Além de Mihaly Hidasy, o brasileiro nascido na Hungria que foi diretor de prova de 18 edições do GP do Brasil sofreu um infarto aos 74 anos.

As imagens da carreira de Michael Schumacher

Em Le Mans, em junho, o acidente do dinamarquês Allan Simonsen, 34, foi um dos momentos mais tristes de 2013. Na terceira volta das 24 Horas de Le Mans, ele escapou da pista úmida com seu Aston Martin e bateu contra o guard-rail. As imagens do acidente nem impressionaram tanto, e, segundo relatos, o piloto estava consciente a princípio, mas apresentou uma piora súbita e morreu. A corrida, que é uma disputa de superação, ganhou um peso emocional ainda maior, principalmente para a Aston Martin, a equipe de Simonsen. O time seguiu na prova e levou outro susto ao ver Fred Makowiecki destruir seu Vantage V8 em um violento impacto. Felizmente, o francês saiu bem do cockpit.

Allan Simonsen morreu nas 24 Horas de Le Mans (Foto: Aston Martin/Twitter)

Outros acidentes com carros de turismo foram os de Andrea Mamé, 41, e de Sean Edwards, 26. O primeiro morreu em um engavetamento em prova do Lamborghini Super Trofeo em Paul Ricard, na França, e o segundo em um acidente em um teste provado no circuito de Queensland, na Austrália.

Uma semana antes, perdera a vida em um oval de terra nos Estados Unidos o norte-americano Jason Leffler, 37. Em outra prova do gênero, o tricampeão da Nascar Tony Stewart fraturou a perna e foi obrigado a perder o final da temporada.

A motovelocidade também amargou acidentes fatais. No início do ano, em Sepang, o piloto Mohammad Izzat, 17, e o fiscal Satish Suppiah, 44. Izzat caiu e bateu a cabeça, sofrendo lesões graves na região, enquanto Suppiah foi atropelado pela moto do garoto.

Alessia Polita, do italiano de Superstock 600, sofreu um acidente em Misano e ficou paraplégica. O acidente foi na mesma curva que colocou o Wayne Rainey em uma cadeira de rodas. Dois meses depois foi a vez de Eddi La Marra se acidentar. Ele, que é noivo da Alessia, perdeu a consciência e precisou ser operado por conta de um hematoma na cabeça. O La Marra ficou uns dias em coma, mas se recuperou. Ainda não sabe se voltará a correr.

A lista ainda tem os nomes de Andrea Antonelli, 25, em Moscou no Mundial de Supersport, e de Doriano Romboni, 44, ex-piloto de MotoGP que participava de uma homenagem a Marco Simoncelli, o Sic Supermoto Day.

Kurt Caselli foi o substituto de Marc Coma no Dakar 2013 (Foto: Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool)

No off-road, o grande ponto negativo ficou por conta de Kurt Caselli, 30. Ele participava do rali Baja 1000, no México, quando sofreu graves lesões na cabeça em uma queda.

Aqui no Brasil, mortes aconteceram dentro e fora dos autódromos. Em uma prova de kart clandestina realizada nas ruas da cidade de Carpina, em Pernambuco, faleceu Fernando Lopes, 32. Ele bateu em um poste parcamente protegido por pneus: a segurança era zero.

No autódromo de Brasília, em junho, Vanessa Daya, que tinha 31 anos, foi atingida pela própria moto depois de cair e morreu. O episódio reforçou a má-qualidade do circuito candango. No mesmo mês, em Interlagos, Cristiano Ferreira, 29, foi quem sofreu um acidente fatal em etapa da Moto 1000 GP em Interlagos. No fim de ano, Londrina ainda viu duas mortes: de Walid Latif Ali, 37, em um Training Day de moto, e Robson Kolling, 35, que treinava com um protótipo para as 500 Milhas de Londrina.

Franchitti sofreu um grave acidente em Houston (Foto: Reprodução/Twitter)

Na Indy, um acidente que não foi fatal também deixou a comunidade automobilística preocupada – e, infelizmente, encerrou prematuramente a carreira de uma lenda: Dario Franchitti. O escocês bateu na última volta da etapa de Houston com o japonês Takuma Sato e voou em direção ao alambrado, sofrendo uma concussão, fraturas em duas vértebras e no tornozelo direito. Aos 40 anos, ouviu dos médicos que seria capaz de se recuperar completamente, mas que os danos de um possível novo acidente poderiam ser gravíssimos. Decidiu parar.

Por fim, a categoria lamentou, na noite do último domingo do ano, a morte de Andy Granatelli, 90. Ele foi chefe de equipe, patrocinador e comentarista por décadas e era conhecido como ‘Mr. 500’.

Ao menos enquanto Schumacher continuar no hospital, 2013 não vai efetivamente terminar. Mas é até bom que o calendário vire para tentar levar essa maré de notícias negativas embora.

A edição 45 da REVISTA WARM UP

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