Associação dos Pilotos afirma que vai sugerir mudanças na gestão da F1 apenas “se for consultada”
Alex Wurz, presidente da Associação dos Pilotos da F1, afirmou que a cúpula do esporte precisa reconhecer e ouvir o que têm a sugerir o grupo e, só assim, vai sugerir mudanças nos rumos da gestão da categoria. O ex-piloto austríaco reafirmou: “A GPDA não tem segundas intenções”
A Associação dos Pilotos da F1 só vai avançar com sugestões sobre como melhorar a gestão do esporte e tirá-lo de uma fase “obsoleta” se for consultada. É o que diz Alex Wurz, presidente da GPDA, que garantiu que só vai participar de um eventual processo de reestruturação se o grupo for ouvido e tiver voz ativa junto aos dirigentes que comandam a categoria. Wurz disse, ainda nesta semana, que a carta aberta nada tem a ver com o fracasso no treino classificatório na Austrália.
Em entrevista à revista britânica ‘Autosport’, o ex-piloto austríaco revelou ter certo receio em ver que as sugestões dos pilotos possam ser desprezadas pelos chefões da F1, de modo que Wurz afirmou que vai esperar um sinal positivo da cúpula da F1.
“A menos que o povo no poder reconheça que a crise está prejudicando o esporte e também o negócio, nós temos medo de que as principais sugestões fiquem trancadas nesta situação de impasse. São os líderes e/ou proprietários que precisam rever e reestruturar [a F1]. Certamente, se consultada, a GPDA vai ser útil para o processo de reestruturação com a mais pura das intenções para colocar o esporte em primeiro lugar”, explicou.
Os pilotos querem se fazer ouvir pela cúpula da F1 (Foto: Getty Images)
Contudo, a carta aberta dos pilotos reclamando da gestão da F1 foi uma forma considerada positiva de mostrar a insatisfação de quem são os protagonistas do esporte. Wurz, no entanto, rejeitou que trata-se de um jogo político, mas sim apenas de melhorar o esporte como um todo.
“Os pilotos fizeram algo muito importante, que foi simplesmente instigar os dirigentes que gerem o esporte para sair desta crise. A GPDA não tem segundas intenções. Nós só queremos que a F1 seja a elite e a vanguarda em todos os aspectos”, declarou Wurz.
O presidente da GPDA comentou também a resposta de Bernie Ecclestone, chefe supremo da F1, à carta dos pilotos. O dirigente britânico chegou a sugerir que havia um erro de impressão na carta da associação quando um trecho diz que “todo mundo age conforme as melhores intenções”, sugerindo que deveria ter sido escrito “suas melhores intenções”.
“Se ‘eles’ estão autorizados a agir em nome do ‘seus’ melhores interesses e prejudicam o esporte ao fazer isso, não é esse exatamente o erro do sistema, que norteia a declaração dos pilotos? Vamos esperar que os líderes possam resolvê-lo. Do contrário, é um pensamento muito frustrante e estou com medo de tê-lo”, comentou o austríaco, aguardando um retorno dos outros dirigentes do esporte.
“Bernie e Jean Todt sempre educadamente responderam às cartas dos pilotos, por isso tomei conhecimento da resposta de Bernie e espero ver que as outras partes interessadas ou os proprietários do grupo da F1 respondam às declarações dos pilotos”, concluiu.
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