Aston Martin crê que clone da Mercedes vai ajudar em 2022 com “novos conceitos”
Diretor técnico da Aston Martin, Andrew Green defendeu ideia da escuderia de adaptar carro de 2019 da Mercedes, em plano que rendeu frutos em 2020 mas fracassou em 2021
Diretor técnico da Aston Martin, Andrew Green defendeu a opção da equipe de “clonar” o carro campeão de 2019 da Mercedes como base da equipe para 2020 e 2021, e alegou que a escuderia “abriu seus olhos” para fatores que vão impactar em um 2022 mais forte. A decisão gerou frutos em 2020, com o quarto lugar da Racing Point no Mundial de Construtores, mas o desempenho caiu demais nesta temporada: apenas o sétimo lugar, e 77 pontos conquistados.
“Definitivamente abriu nossos olhos para novas formas de se trabalhar — novos conceitos, novas ideias”, explicou Green ao site britânico The Race. “E isso permitiu que esse pensamento seguisse até certo ponto no carro de 2021, mas definitivamente no carro de 2022”, disse.
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A abordagem da Aston Martin de se basear em um conceito já existente de um carro vencedor pode acarretar em um enfraquecimento das capacidades técnicas de descobrimento da equipe, mas Green argumenta que o contrário aconteceu — o aprendizado da equipe teria sido expandido com a decisão de investigar o carro da Mercedes.
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“O que fizemos foi olhar para o carro e descobrir por quê esse carro era significativamente mais rápido do que todos os outros”, revelou. “Fizemos nosso próprio aprendizado. Não tem atalhos para fazê-lo. Não é uma cópia, é desenvolver uma solução quando você tem uma ideia bruta do que você acha que é a resposta, mas ainda precisa chegar lá e isso demanda muito desenvolvimento e muito trabalho para entender”, assegurou.
“De algumas maneiras, é ainda mais difícil. Porque às vezes, a direção que você segue te leva para um caminho diferente do que você acredita que pode ser a resposta certa”, argumentou. “Acho que a equipe fez um grande trabalho em entender a filosofia por trás [do carro]”, salientou.
Green ainda argumentou que outras equipes seguiram protocolos parecidos com o da Aston Martin, de observar e analisar o carro mais rápido do grid em busca de respostas para a velocidade da escuderia alemã — que venceu absolutamente todos os títulos de Construtores da Era Híbrida, de 2014 a 2021, e perdeu apenas o de Pilotos deste ano para Max Verstappen.
“Se você olhar para o grid, vários outros times tiveram a mesma filosofia. Eles fizeram o que nós fizemos no ano passado e aderiram à filosofia do carro mais rápido e desenvolveram como deles”, disse. “Não é um conceito novo, apenas todos seguiram isso porque acho que fizemos um grande trabalho e outras equipes ficaram um pouco preocupadas de que tenhamos feito um bom trabalho”, opinou.
No entanto, com o foco da equipe praticamente inteiro voltado ao desenvolvimento do carro de 2022, não foi possível acompanhar o desempenho da Mercedes em 2021, novamente muito acima do encontrado pela Aston Martin. Para se ter uma ideia, enquanto a escuderia de Lawrence Stroll marcou 77 pontos, o time de Lewis Hamilton anotou 613.5 tentos.
“No pouco tempo que tivemos para desenvolvê-lo, que na verdade foi muito curto, ele [o carro] se afastou o máximo que pudemos no tempo disponível”, considerou. “E a razão para isso foi a mudança no regulamento aerodinâmico que foi introduzida durante o inverno. Essa foi a razão para nos distanciarmos, porque era uma mudança grande e significativa para o desempenho do carro”, seguiu.
Green ainda argumentou que as mudanças de 2020 para 2021 prejudicaram o desenvolvimento da Aston Martin, assim como o carro da Mercedes — que também perdeu rendimento de um ano para o outro e viu a Red Bull apresentar um conjunto superior em boa parte da temporada. Assim, enquanto a equipe alemã buscou soluções ao longo do ano para se manter na briga, o time britânico ficou para trás e viu uma primeira temporada sofrível.
“Fomos obrigados a isso porque sofremos um grande golpe quando fizemos a atualização do carro, como na atualização do regulamento”, disse Green. “Levou uma quantidade significativa de recursos e desenvolvimento apenas para voltar a funcionar, o que ainda nos coloca muito atrás de onde o carro estava. Nós sofremos bastante”, encerrou.
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