Aston Martin se defende e diz que fez carro “antes de alguém da Red Bull aparecer”

"Decepcionada" com a postura da Red Bull, que prometeu investigar melhor o caso, a Aston Martin garantiu que havia pensado ainda em 2021 em dois conceitos para este ano e se disse "chocada" em ver que os austríacos seguiram a mesma linha

A Aston Martin se defendeu das acusações de que seu remodelado AMR22, que chegou em Barcelona com um design muito similar ao RB18 da Red Bull, teria sido concebido a partir de um possível roubo de dados da equipe austríaca. O diretor-técnico Andy Green garantiu que os ingleses nunca receberam quaisquer informações do tipo para o desenvolvimento do modelo deste ano, não escondendo a decepção com a postura da rival taurina mesmo após a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) atestar a legalidade do carro.

Ao ser questionado sobre as declarações da Red Bull, Green disse que não sabia do que se tratava. “Não sei quais são essas acusações que a Red Bull está falando. Tudo o que posso dizer é que, em nenhum momento, recebemos dados de qualquer equipe ou de qualquer pessoa”, frisou.

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A Aston Martin disse que pensou no conceito do novo carro muito antes de ter algum funcionário da Red Bull (Arte: Rodrigo Berton)

Já na quinta-feira, todas as atenções se voltaram para os boxes da Aston Martin por conta das atualizações do AMR22. Os sidepods, o halo, a asa traseira e o assoalho foram redesenhados e ficaram muito parecidos com o carro dos taurinos.

A FIA não demorou para se manifestar, afirmando que havia realizado uma investigação com base no artigo 17.3 do Regulamento Técnico para verificar se estava diante de um caso de “engenharia reversa e potencial transferência de propriedade intelectual”.

“As duas equipes colaboraram totalmente com a FIA nesta investigação e forneceram todas as informações relevantes. A investigação, que envolveu checagens CAD [design auxiliado por computador, na sigla em inglês] e uma detalhada análise do processo de desenvolvimento adotado pela Aston Martin, confirmou que nenhuma infração foi cometida, e, portanto, a FIA considerou que o pacote aerodinâmico da Aston Martin é compatível”, concluiu a entidade.

“A FIA veio e fez uma investigação completa, examinou todos os dados que antecederam a história deste carro, entrevistaram todas as pessoas envolvidas e concluíram que era um desenvolvimento completamente independente”, reiterou Green.

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A principal questão em meio à polêmica gira em torno de sete ex-funcionários da Red Bull que foram contratados pela Aston Martin, entre eles Dan Fallows, que era o chefe de engenharia da equipe austríaca e agora exerce o cargo de diretor-técnico dos ingleses. Green, no entanto, insistiu que todo o desenvolvimento do carro começou em meados do ano passado, sem que pudesse ter conhecimento do caminho que a Red Bull estava seguindo para 2022.

“A respeito dos funcionários em potencial, este carro foi concebido em meados do ano passado simultaneamente ao modelo lançado antes da pré-temporada, e a maioria dos lançamentos foi feita antes de alguém da Red Bull aparecer. Então eu acho que as acusações estão muito longe da realidade”, continuou Green.

Desde o início, de acordo com o diretor-técnico, a Aston Martin sempre teve em mente duas rotas conceituais, e ele admitiu surpresa por ter visto que a Red Bull tinha feito a mesma leitura do novo regulamento. “Se você olhar para o desenvolvimento do carro, verá que tudo aconteceu no final do ano passado, antes de vermos alguém.”

“Estávamos numa direção dupla. E foi um choque, mas também uma surpresa, ver que a Red Bull havia lançado um conceito semelhante. Mas acho que isso só reforçou nosso sentimento na época de que, das alternativas que tínhamos, escolhemos a errada. E acho que isso foi a confirmação”, acrescentou.

Por fim, Green fez questão de ressaltar que está decepcionado com a postura da Red Bull, que já prometeu levar adiante uma investigação mais apurada do caso.

“[Estou] decepcionado, especialmente com o fato de a FIA ter feito uma declaração oficial sobre o carro. Eles vieram e analisaram, depois declararam que tudo era um trabalho independente e legítimo. São eles que veem todos os dados. Eles são os únicos, e não apenas conosco, mas com todas as equipes, que podem fazer esse julgamento e são obrigados a isso pelo regulamento. Para mim, é o fim”, encerrou.

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