Bottas bate Ricciardo e faz Mercedes encerrar pré-temporada na frente

A Mercedes confirmou a grande forma com que começa 2020 e fechou na liderança a pré-temporada da F1 em Barcelona. E assim como já havia feito na semana passada, Valtteri Bottas é quem aparece com o melhor tempo. Apoiado nos pneus C5, o finlandês acabou na frente o último dia de atividades antes do início do Mundial

Quem segura essa Mercedes, hein? A hexacampeã do mundo não quis saber de esconder demais o jogo ou limitar quilometragem. Foi à pista para ser rápida e assim aconteceu. É bem verdade que pela manhã, apesar de liderar boa parte das ações nesta sexta-feira (28), viu uma atrevida Renault e uma ainda difícil de entender Ferrari lhe tirarem a posição de honra da tabela, mas a tarde a história foi diferente. Valtteri Bottas assumiu o volante do W11 para as quatro horas finais e andou muito e rápido. Depois de um começo tímido, preferindo os pneus C3, o nórdico buscou os compostos mais macios para virar 1min16s196 – apenas 0s080 melhor que a marca de Daniel Ricciardo na fase matutina. Aqui cabe um parêntese, que vamos falar muito baixinho, a segunda semana fecha de maneira bastante equilibrada, apesar das diferentes configurações e tipos de pneus. Dito isso, o melhor tempo de toda a pré-temporada foi o 1min15s732, também registrado por Bottas.

 
De fato, a marca do #77 foi importante e serve para confirmar também a velocidade do carro prata, mas isso também pode ser visto por outra perspectiva e até como uma resposta à pergunta que abre esse texto. Acontece que Max Verstappen colocou o RB16 para andar no fim da tarde catalã e, mesmo usando um composto menos macio do que o usado por Bottas, o tempo chamou a atenção. O holandês imprimiu voltas muito rápidas para atingir 1min16s269, 0s073 atrás do líder. É bom destacar que Max errou no giro final, o que o impediu de melhorar esse registro. Uma pena somente que a Mercedes tenha optado por usar os pneus mais duros na parte final. Do contrário, teria sido divertido acompanhar uma simulação de Q3.
 
A Renault ficou mesmo com a terceira marca do dia, o que é bem interessante, uma vez que a equipe vinha em uma semana discreta, tentando achar maior desempenho em ritmo de corrida. A Ferrari, que chegou a liderar na quinta-feira, apareceu em quarto, com Charles Leclerc. A equipe italiana seguiu os trabalhos para entender as deficiências da SF1000, que se mostrou mais competitiva nesta sexta, principalmente em performance de corrida. Hamilton fechou sua participação na pré-temporada ainda pela manhã, garantindo o quinto melhor tempo – 0s2 atrás do colega de time.
Valtteri Bottas foi o homem mais rápido dos testes (Foto: Mercedes)
Saiba como foi a sexta-feira de testes da F1
 
Depois de uma manhã de muita simulação de classificação em Barcelona, a tarde teve início de forma bem menos intensa. Esteban Ocon assumiu a Renault, após Daniel Ricciardo ter fechado a fase matutina como o mais veloz, e veio logo à pista. O jovem francês, que retorna ao grid em 2020, foi seguido por Daniil Kvyat, da AlphaTauri, e George Russell, da Williams. Russell, aliás, apareceu com uma versão mais antiga da cobertura do motor e uma asa traseira também diferente. A equipe inglesa havia testado uma asa nova pela manhã, mas não fez uso mais a tarde.
 
Ocon decidiu iniciar seu primeiro stint da tarde com os pneus C2 – os brancos e duros. Esteban, então, passou a virar em 1min19s3, bem mais lento que o companheiro de equipe pela manhã, mas seguiu nesta toada. Quem apareceu com um ritmo mais forte foi Sergio Pérez, que optou pelos compostos C3 amarelos. E mais radical nestes primeiros minutos foi mesmo Carlos Sainz. A McLaren mandou o espanhol com o carro pesado e calçado com os pneus C1 – a gama mais dura da Pirelli. Tanto é assim que Sainz tinha tempos na casa de 1min23s7. Era a primeira simulação de corrida da tarde.
Charles Leclerc priorizou o ritmo de corrida (Foto: Ferrari)
Não demorou muito, e outros nomes também deram o pontapé inicial para as simulações: Charles Leclerc retornou com a Ferrari, agora usando os C2, enquanto Kevin Magnussen, assumindo os trabalhos na Haas, seguiu o jovem ferrarista. Max Verstappen, em sua primeira aparição na sessão vespertina, surgiu minutos depois, também utilizando os pneus de identificação branca.
 
Enquanto isso, a Mercedes esperou quase 40 minutos para colocar Valtteri Bottas para trabalhar, depois que Lewis Hamilton abriu as ações pela manhã. O finlandês veio calçado com pneus C3 e menos carga de combustível. Bottas, então, começou oo stint tendo voltas em 1min17s, até que alcançou o top-10 da tabela, mas queria mais. Por isso, depois de ter um desempenho bem constante com os compostos médios, o nórdico fez uma parada rápida e retomou as ações com os C4 vermelhos. E foi com eles que conseguiu um tempo significativo na sessão: 1min16s637 – para comparação, Hamilton concluiu a manhã com 1min16s410, mas com os C5 – a gama mais macia da fornecedora italiana. Mas ainda havia mais por vir.
 
Ainda no meio da tarde, Sainz seguiu em simulação de corrida, mas agora trocando os pneus C1 pelos C2, com a McLaren trabalhando muito firme em confiabilidade. Já a Renault preferiu usar os C3 com o Ocon, em um segundo stint em ritmo de prova. A mudança ajudou o francês a melhorar seus tempos na tabela. Mas quem mesmo impressionou nesta fase foi Verstappen. Mesmo andando com os pneus de marca branca, o holandês foi capaz de engatar tempos em 1min16s8. Quando finalmente foi buscar os C3 amarelos, Max já melhorou em 0s4 e manteve o ritmo neste bom segunda stint.
 
Pelos lados da Ferrari, Leclerc seguia à risca o trabalho de entender o desempenho em corrida, simulando também a distância de um GP. O monegasco ultrapassou facilmente a marca de 170 giros em Montmeló.
Max Verstappen aprontou das suas (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)
Mesmo com um céu escurecido em Barcelona, as equipes seguiram em diferentes configurações. Enquanto a maioria testava o ritmo de prova, times como a Mercedes e a Red Bull se preocupavam com velocidade. Tanto é assim que Verstappen saltou para a quarta colocação da folha de tempos, com o excelente tempo de 1min16s384, usando pneus C3 médios. Já Bottas, depois de um breve stint com os C4, pegou os C5 para virar 1min16s196 e assumir a liderança do dia. Chamou a atenção que a diferença entre as marcas de ambos foi de apenas 0s188 – considerando a enorme distinção de aderência entre médios e supermacios. 
 
Só que o negócio não parou aí. Quer dizer, para Bottas até que sim. Depois de atingir a liderança da sessão, a Mercedes mudou o programa do finlandês, que passou a andar com os compostos mais duros da Pirelli, fazendo testes aerodinâmicos. Enquanto isso, a Red Bull fez o contrário. E mandou Verstappen de volta à pista com os C4 – os macios e vermelhos. E Max passou a andar muito forte. Não fosse um erro na curva 13, o holandês teria batido o tempo de Bottas. Mesmo assim, fez 1min16s269. Na verdade, o #33 ainda fez um giro velocíssimo nos instantes finais, mas optou por tirar o pé no fim. 
 
A parte derradeira da sessão também viu uma Ferrari concentrada no ritmo de corrida, sendo que Leclerc foi o homem que mais andou: 181 voltas. O monegasco terminou a sexta-feira em quarto, com o tempo da manhã. O mesmo aconteceu com Ricciardo, que ficou em terceiro, também com o desempenho matutino. À tarde, Ocon não passou do sexto posto, trabalhando muito em desempenho de corrida. Sergio Pérez e essa incrível Racing Point terminaram em sétimo, também dando prioridade às longas distancias. Sainz, Russell e Kvyat completaram um equilibrado top-10.
 
A F1 agora retorna à pista em março, para a primeira corrida da temporada, o GP da Austrália, marcado para o dia 15.

F1 2020, Barcelona, Testes Coletivos, Dia 6:

1 V BOTTAS Mercedes 1:16.196   79 C5
2 M VERSTAPPEN Red Bull Honda 1:16.269 +0.073 45 C4
3 D RICCIARDO Renault 1:16.276 +0.080 65 C5
4 C LECLERC Ferrari 1:16.360 +0.164 181 C5
5 L HAMILTON Mercedes 1:16.410 +0.214 90 C5
6 E OCON Renault 1:16.433 +0.237 75 C4
7 S PÉREZ Racing Point Mercedes 1:16.634 +0.438 154 C3
8 C SAINZ JR McLaren Renault 1:16.820 +0.624 163 C4
9 G RUSSELL Williams Mercedes 1:16.871 +0.675 146 C5
10 D KVYAT AlphaTauri Honda 1:16.914 +0.718 160 C3
11 R GROSJEAN Haas Ferrari 1:17.037 +0.841 86 C4
12 K RÄIKKÖNEN Alfa Romeo Ferrari 1:17.415 +1.219 115 C3
13 K MAGNUSSEN Haas Ferrari 1:17.495 +1.299 29 C4
14 A ALBON Red Bull Honda 1:17.803 +1.607 59 C2
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