Burti atribui sobrevivência em “grande acidente” em Spa a melhora em segurança após morte de Senna

Luciano Burti relembrou do grave acidente sofrido em Spa-Francorchamps, em 2001, quando pilotava para a Prost. O piloto afirmou que só sobreviveu por conta das grandes mudanças que a F1 fez na segurança após a morte de Ayrton Senna

Luciano Burti relembrou seu acidente em Spa-Francorchamps em 2001 e ressaltou como o acidente fatal de Ayrton Senna o ajudou naquele momento. Aos olhos de Burti, que correu na Stock Car e na Copa Truck no ano passado, a Fórmula 1 melhorou muito a segurança após a morte do brasileiro, ocorrida há quase 25 anos.
 
Em 2001, o então piloto titular da Prost foi tentar fazer uma ultrapassagem em cima de Eddie Irvine na curva Blanchimont. Entretanto, Burti perdeu o controle do carro acabou batendo violentamente contra o muro de proteção, ficando embaixo da barreira de pneus.
 
Em entrevista ao podcast oficial da revista britânica ‘Autosport’, Burti relembrou o acidente e como os avanços na segurança após a morte de Senna ajudaram a salvar sua vida. “Faz parte do ser humano pensar que coisas ruins precisam acontecer para então ter uma atitude para deixá-las melhor”, contou.
 
“Spa foi um grande acidente. Quando acertei o muro, estava a 270 km/h. Não tinha freio, então fui reto para o muro, e foi um impacto de 111G, que é um número que nunca havia ouvido antes. Se não fosse a morte de Senna, eu não teria sobrevivido, pois a Fórmula 1 se tornou muito melhor em termos de segurança”, seguiu.
Luciano Burti (Foto: Duda Bairros)

O ex-F1 ainda ressaltou como seu próprio acidente também contribuiu para a melhora na categoria. “Do meu acidente, algumas coisas mudaram. Por exemplo, você pode ver que a proteção de pneus tem uma cobertura por cima, pois meu carro ficou embaixo dos pneus”, apontou.
 

“Meu capacete quebrou na frente, pois costumávamos ter um buraco para a garrafa de bebida ou o rádio, mas desde então buracos não são mais permitidos. Eles sempre fazem algo melhor a partir de uma experiência ruim como a que eu tive”, seguiu.
O capacete de Burti destruído após acidente em Spa (Foto: Arquivo pessoal)
Apesar de apoiar a segurança cada vez maior na Fórmula 1, Luciano se mostrou abertamente contra o halo, reconhecendo que a categoria tem um risco natural. “Não gosto do halo, não acho que seja necessário. Talvez um dia alguém se machuque, pois ele não estava ali, ou acabe morrendo. Bem, se você não quer que essas coisas aconteçam coloque um limite de velocidade”, falou.
 
“Caso estiver acima de 290 km/h, você está assumindo um risco. A F1 é segura o suficiente e espero que eles não tentem fazê-la a prova de balas, pois isso é parte do show. Corridas devem ser um pouco perigosas. Não quero ver ninguém se machucando, claro, não quero ver ninguém morrendo, mas deve ser assim”, encerrou.
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