Sainz descarta “rancor” de Hamilton por saída da Ferrari: “Teria feito a mesma coisa”

Carlos Sainz se prepara para viver uma situação inédita na carreira: entrar em uma temporada da Fórmula 1 já ciente de que não vai permanecer na equipe para o ano seguinte. Prestes a deixar o lugar vago para a chegada de Lewis Hamilton em 2025, o espanhol garantiu que não guarda nenhum tipo de rancor sobre o inglês e disse que entende a decisão do heptacampeão mundial. Segundo ele, no lugar do britânico, o piloto “faria a mesma coisa”.

“Não há rancor de minha parte, tenho muito respeito por Lewis [Hamilton]”, disse Sainz. “Ele teve muito sucesso e decidiu se juntar à Ferrari. Eu teria feito a mesma coisa em seu lugar, é uma grande equipe. Na segunda metade de sua carreira ou no fim, só ele sabe, continua sendo uma grande equipe. Entendo isso”, explicou.

Sobre os próximos anos, Sainz admitiu que vai focar nos próprios interesses. O espanhol afirmou que vai analisar todas as propostas que chegarem e tomará uma decisão baseada no longo prazo, escolhendo a equipe que vai reunir mais chances de dar um carro competitivo para que o piloto possa brigar pelo título da Fórmula 1.

“Para mim, é uma decisão fácil: preciso focar no meu futuro”, afirmou. “Olhando à frente, a situação mudou após o inverno. Preciso de um tempo para ver para onde vou. Vamos conversar com todas as partes disponíveis e ver o que é o melhor a longo prazo para minha carreira”, destacou.

“E qual será o melhor projeto que me ofereça a possibilidade de ser campeão mundial, que é meu sonho e o que quero alcançar o mais cedo possível”, garantiu.

Carlos disse, ainda, que quer finalizar sua história na Ferrari com uma temporada positiva, maximizando todos os resultados possíveis. O piloto elogiou a pré-temporada feita pela equipe e apostou em mais um ano de domínio de Max Verstappen, mas disse que vai buscar mais vitórias do que no ano passado. Vale ressaltar que Sainz foi o único piloto fora da Red Bull a vencer em 2023, no GP de Singapura.

“Tivemos uma boa pré-temporada, entendemos bem o carro e fizemos todos os testes que queríamos. Agora, nos sentimos bem e prontos para a primeira corrida. Quero maximizar meu último ano com a Ferrari, ter uma grande despedida nessa equipe incrível e fazer meu melhor. Acho que Max [Verstappen] vai continuar colecionando troféus, mas espero ganhar alguns a mais do que no ano passado”, frisou.

Por fim, o espanhol foi questionado sobre o aumento do calendário da Fórmula 1, que parte para a maior temporada da história em 2024, com 24 corridas. Sainz afirmou que a categoria deveria buscar “exclusividade” e correr em dias mais esporádicos, criando expectativa por parte do público. Fã do Real Madrid, Carlos fez até uma comparação com a Liga dos Campeões, torneio europeu de clubes de futebol.

“Do ponto de vista de um esportista, adoro a Liga dos Campeões porque acontece de forma esporádica. A Fórmula 1 se tornou muito consistente e corre o risco de fazer o apetite se perder. Precisa ser exclusiva, um esporte que as pessoas queiram ver, não que se acostumem e liguem a televisão como se fosse um dia qualquer”, finalizou.

A F1 abre a temporada 2024 no próximo fim de semana, entre os dias 29 de fevereiro e 2 de março, com o GP do Bahrein. O GRANDE PRÊMIO transmite classificação e corrida em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no Youtube. Além disso, debate tudo que aconteceu na pista com o Briefing após cada dia de atividade.

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