CEO da Renault diz que apoia “pilotos e não motores” e afirma: “Temos de ganhar dinheiro”

Luca de Meo, CEO do grupo Renault, não está preocupado com a competitividade da Alpine e só almeja aumentar a lucratividade e o valor de mercado da equipe na F1

A Alpine enfrenta uma crise na Fórmula 1 há algum tempo e o cenário da equipe ficou ainda mais escancarado depois de a Renault confirmar que vai interromper o projeto dos motores na categoria a partir de 2026. E de acordo com Luca de Meo, CEO do grupo francês, a competitividade não é necessariamente o foco do time. O objetivo principal é ter mais valor de mercado e aumentar a lucratividade. E isso é possível alcançar “apoiando pilotos” e sem produzir unidades de potência.

Ocupando a penúltima posição no Mundial de Construtores, a Alpine está próxima de chegar ao fundo do poço na Fórmula 1. Perdendo desempenho a cada temporada, e junto a isso demitindo inúmeros funcionários de cargos importantes, o time errou a mão no projeto do carro de 2024 e somou apenas 13 pontos nas primeiras 18 corridas do ano.

Como se não bastasse o carro ruim, a Alpine, que é equipada com o motor Renault, tem a pior unidade de potência da categoria. Devido à falta de competitividade e o alto investimento no desenvolvimento do próprio motor, a marca francesa se viu obrigada a descontinuar o projeto na Fórmula 1.

E de acordo com Luca de Meo, isso aconteceu porque tanto a Renault quanto a Alpine precisam ganhar ainda mais valor de mercado. Além disso, lembrou que é possível ser uma equipe cliente e competitiva na F1, ao mesmo tempo que aumenta o lucro das operações.

A Alpine é a penúltima colocada no Mundial de Construtores da F1 (Foto: AFP)

“Sou gestor, administro uma empresa listada na bolsa e tenho de repensar o projeto da F1. Tivemos de dar um choque a tudo isso com uma lógica financeira. Os verdadeiros entusiastas não se preocupam com este cálculo. Quando cheguei, há quatro anos, o grupo queria parar o projeto da F1. Então, se a equipe ainda existe é porque a salvei”, destacou o CEO do grupo Renault.

“Mas não temos estrutura para estar na vanguarda no desenvolvimento da química de baterias, nem na gestão do software e na recuperação de energia. Não se trata apenas de colocar um motor no dinamômetro e dizer: ‘Ei, chefe, estou produzindo 415 kW! Apoiamos um piloto, uma cor, uma marca. Não um motor. A Alpine, dada a nossa posição na classificação, está perdendo muito. Os patrocinadores são raros. Os meus acionistas sabem contar. A Alpine tem de ganhar dinheiro”, finalizou De Meo.

Fórmula 1 agora só volta entre os dias 18 e 20 de outubro para o GP dos Estados Unidos, em Austin.

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