Chefe diz que Renault precisa recuperar confiança e pede fim dos ataques da Red Bull: “Isso não ajuda”

Chefe da Renault, Cyril Abiteboul avaliou que a montadora francesa precisa recuperar sua confiança, mas avaliou que é muito difícil fazer isso quando é alvo de constantes ataques da Red Bull

Chefe da Renault, Cyril Abiteboul acredita que as criticas da Red Bull estão afetando de forma negativa as tentativas da fábrica francesa de melhorar o desempenho de seu motor V6 turbo.
 
Em parceria com a Renault, a Red Bull viveu quatro anos de domínio na F1, mas as coisas mudaram nos últimos 18 meses, com a introdução de um novo regulamento de motores. Desde então, a fábrica vem sendo alvo de constantes críticas de Christian Horner, chefe da equipe dos energéticos, e Helmut Marko, consultor do time.
Cyril Abiteboul avaliou que Renault e Red Bull precisam trabalhar integradas (Foto: Getty Images)
Falando à publicação inglesa ‘Autosport’, Abiteboul avaliou que a Renault precisa recuperar sua confiança para poder solucionar os problemas do propulsor.
 
“Quando você está em uma posição que não é satisfatória e não está funcionando, obviamente, você tem o dever de mudar as coisas”, ponderou. “O que acho que precisamos mais do que qualquer coisa é reconstruir a confiança em nós mesmos”, opinou.
 
“Comparo com a situação de 2005, quando projetamos e construímos um motor que nos permitiu vencer o campeonato”, recordou. “Vejo a confiança que tínhamos na época para fazer esse tipo de coisa, para reduzir todo o processo em termos de validação”, seguiu.
 
 “Agora, cada vez que tentamos acelerar as coisas, nós imediatamente somos massacrados na pista por conta de vários problemas. É um circulo vicioso que precisamos inverter”, ponderou. “Nós só podemos fazer isso se vencermos pequenas batalhas que vão reconstruir nossa confiança em nós mesmos, em indivíduos e nas pessoas da nossa infraestrutura”, apontou.
 
Na visão de Abiteboul, a relação atual com a Red Bull dificulta o trabalho da Renault, já que é mais difícil construir essa confiança quando não há uma unidade no grupo.
 
“Esta é uma das dificuldades que temos na nossa relação com a Red Bull”, declarou. “Quando você não é um time único, é mais difícil reconstruir a confiança no grupo do que quando você está completamente integrado”, seguiu.
 
“Esta é uma das coisas em que estamos trabalhando. Nós estamos tentando fazer a Red Bull apoiar ao invés de nos atacar publicamente”, explicou.
 
Segundo o dirigente, a própria Red Bull sabe a importância de reconstruir a confiança no grupo, já que o time também precisou trabalhar nesse sentido para chegar aos anos em que dominou a F1.
 
“Eles sabem o que é preciso para construir a confiança dentro da organização”, falou Cyril. “Isso é uma coisa que eles mesmos tiveram de fazer para construir o sucesso que tiveram durante muitos anos”, ressaltou.
 
“Claramente, os comentários negativos que tivemos no início da temporada não vão ajudar a reconstruir a confiança que precisamos se queremos ser mais bem sucedidos juntos no futuro. Eles sabem disso”, observou. “Nós tivemos uma oportunidade de conversar sobre isso e estamos tentando seguir em frente”, continuou.
 
“Na minha opinião, este é o maior desafio com que tive que lidar para reconstruir a confiança na Renault Sport F1”, sublinhou.
 
Abiteboul reconheceu, entretanto, que a confiança vai voltar quando a Renault tiver um motor mais confiável e potente. Em sua explicação, o dirigente usou a expressão ‘Ardil 22’, cunhada pelo escritor britânico Joseph Heller para descrever situações em que um problema não pode ser evitado por conta de restrições ou regras contraditórias.
 
“É um Ardil 22, é por isso que, em algum momento, você precisa parar de correr atrás de um trem que já partiu e esperar pelo próximo”, filosofou. “Foi por isso que eu disse, quando voltei para a Renault Sport no ano passado, que não levaria um inverno para alcançarmos a Mercedes”, justificou. 
 
“É uma situação óbvia, mas quando disse isso para a Red Bull, não foi uma coisa que eles gostaram de ouvir”, ressaltou. “Eles tentaram nos induzir a trabalhar mais rápido, mas, no muito, isso agravou uma situação que era muito bruta”.
 
“Nós precisamos confiar e ouvir um ao outro, ao invés de tentar mudar o curso natural das coisas”, concluiu.
Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.