Chuva muda ordem de forças do grid. Mas largada e pneus são chave para sucesso na Hungria

Antes favorita, a Ferrari se viu em apuros com a pista molhada, enquanto Lewis Hamilton tirou proveito de toda a sua habilidade nestas situações para sacar a pole. A Red Bull, que prometia entrar na briga, viveu um de seus piores treinos e se afastou das primeiras filas

Começou poucos minutos antes do início do Q1 e acabou poucos minutos depois do Q3. No meio tempo, parou e depois voltou com força. Assim a chuva se fez presente em Hungaroring, na ainda quente tarde húngara, e ajudou a misturar a ordem de forças do grid. Antes favoritíssima à pole e à primeira fila, a Ferrari não conseguiu tirar o melhor das condições instáveis. E não foi por falta de tentativa. Sebastian Vettel, por exemplo, acertou em cheio ao sair com os intermediários no início da segunda parte do treino. Kimi Räikkönen, por sua vez, tinha a posição de honra nas mãos até nos acréscimos, antes de ser batido pelos carros da Mercedes.
 
Só que o piso molhado foi traiçoeiro e exigiu dos pilotos não só sorte, mas também o instinto de aproveitar o momento certo para cravar a melhor volta. Lewis Hamilton conseguiu sua 77ª pole assim, em uma volta tão espetacular quanto arriscada. O inglês quis se certificar de cobrir bem todas as áreas em que perdia e assim foi até o final. Se fosse com asfalto seco, certamente essa primeira fila seria dificílima, dados os problemas enfrentados com os pneus ultramacios no calorão de Budapeste. O W09 parece sofrer mais na parte traseira, os compostos aquecem demais e se desgastam rapidamente. Era aí que a Ferrari estava batendo a rival. 
 
Agora, o britânico ganha a chance de tentar vencer em uma pista em que a Mercedes vem sofrendo muito nos últimos dois anos. Mas a chave de tudo está também em pontos fracos da equipe prata. Como a previsão para a corrida é de pista seca, a princípio, a largada será crucial para que o time possa fazer valer a pole. A estratégia de pneus também será importante – vale dizer que, por conta da classificação com pista molhada, as equipes estão livres para decidir que composto usar no início da corrida. E é aí que a Ferrari pode virar o jogo para cima da adversária.
Lewis Hamilton (foto: Merecdes)

Sem dúvida, a primeira fila prata preocupa, mas as recentes largadas dos carros vermelhos representam mais uma dor de cabeça para os prateados, que não têm lá um bom retrospecto neste sentido, e a distância entre a pole e a primeira curva é razoável para uma tentativa ferrista. 

 
Quanto aos pneus, fica a grande questão: embora não tenha sido capaz de se impor com os ultramacios e nem em fazê-los durar mais, a esquadra alemã não deve arriscar começar a corrida com os pneus macios que tanto gosta. Apesar da boa performance, os compostos são mais lentos e pode comprometer toda a estratégia. Já a Ferrari vai usar tudo que tem para tentar tirar proveito do ponto fraco da rival. A equipe italiana se mostrou forte em ritmo de classificação, mas foi a simulação de corrida que impressionou. Além de consistente, rápida e sem problemas com os pneus. 
 
A corrida na Hungria também deve ser de uma única parada, sendo que o uso dos ultramacios deve predominar no início. O segundo stint deve acontecer com os macios, ao menos, no caso da Mercedes. Os médios não estão descartados, porém. E o segredo do sucesso aí será o cuidado com a degradação dos pneus traseiros – se a previsão de calor e pisa seca se confirmar. Há uma chance de pancadas de chuva para a corrida, o que traria um pouco do cenário de Hockenheim. E, talvez, quem possa entrar como uma via alternativa seja a Red Bull – mas aí é preciso esperar para entender a tática dos taurinos e quanto tempo Max Verstappen e Daniel Ricciardo dão levar para alcançar o pelotão da frente.
 
Uma vez mais, a F1 depara com o velho jogo de tabuleiro em que o menor dos erros pode custar muito. 

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