Coluna Apex, por Andre Jung: Méritos e decepções

Se a Ferrari vai mexer em time que está perdendo, trazendo um novato muito rápido para tirar Sebastian Vettel da zona de conforto, a Mercedes preserva o time que está ganhando, mantendo seu campeão bem equipado e sem perturbações

Pena. Um campeonato que começou excelente caminha para um final melancólico, com o título caindo precocemente, mais uma vez, no colo de Lewis Hamilton. Não que ele não faça por merecer, mas seus adversários têm sido fracos para pressioná-lo de fato e, seu companheiro de equipe, idem.
 
Se Nico Rosberg foi uma pedra no sapato, Valtteri Bottas tem sido uma calçadeira. Bom rapaz, de gestos e expressões contidas, parece ter aceitado que Hamilton é o dono do time.
 
Toto Wolff declarou que, nos tempos de Nico, a Mercedes parecia um vulcão prestes a explodir, talvez isso explique a permanência de Bottas em 2019. Hamilton com certeza apoia, já que o colega sabe tratar o carro, não enche o saco fora e não ameaça dentro da pista.
 
Com Hamilton tranquilo e toda a estrutura da Mercedes por trás, o recorde de campeonatos de Schumacher corre perigo, assim como a audiência do mundial de F1. Difícil para quem não é fanático acompanhar esse previsível final de temporada.
(Ilustração: Marta Oliveira)

A Honda apresentou uma nova geração de seu motor nos treinos livres de sexta. Logo vieram vários elogios ao aumento de potência, Franz Tost chegou a dizer que a Honda havia superado a Renault na hierarquia dos motores. Porém, comportamentos indesejáveis na dirigibilidade fizeram a equipe retornar à velha especificação para sábado e domingo, culminando com a participação lamentável no GP da Rússia.

 
Com a temporada avançando, não existem indícios de que a Red Bull terá um motor vencedor para 2019. Uma pena, pois Verstappen, que em Sóchi completou apenas 21 anos – Senna estreou aos 24 -, merece lutar pelo título.
 
De novo vemos a repetição do que aconteceu na temporada passada, com a Ferrari acirrando a disputa na primeira metade para entregar a rapadura na segunda. Dessa vez, houve o triste episódio da súbita passagem de Sergio Marchionne, que teve sua parte no baixo aproveitamento que a Scuderia tem apresentado após a perda de seu CEO.
 
A Renault tem sido outro fiasco. Time de fábrica, com dois pilotos velozes, mas com uma queda de rendimento inexplicável. Hoje é nítido que estão atrás de Force India e Haas, mas mesmo a Sauber de Leclerc já parece andar melhor. Um desempenho medíocre que deve deixar Ricciardo com as barbas de molho.
 
Quanto às ordens de equipe, Bottas, de quem se esperava um grande campeonato após um primeiro ano de adaptação, tem decepcionado. Hamilton merece privilégios dentro do time e já fez algumas performances memoráveis em 2018. Ruim para a audiência, porém justificável
 
Se a Ferrari vai mexer em time que está perdendo, trazendo um novato muito rápido para tirar Vettel da zona de conforto, a Mercedes preserva o time que está ganhando, mantendo seu campeão bem equipado e sem perturbações.
 
Enquanto isso…
 
Brendon Hartley terminou mais uma corrida antes de dez voltas completadas. F1 pode ser um sonho, mas também é pesadelo…
 
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