Coluna Superpole, por Victor Martins: O conclave da F1

Especialistas no conclave da F1 do mundo todo apontam novamente que a eleição do papado deve se concentrar entre um cardeal alemão, comandante da religião nos últimos três anos, e outro espanhol, que foi papa pela última vez há sete anos. Correm por fora um inglês e um finlandês, que conta com o apoio da maior parte do público por ser considerado do setor ultrarradical da igreja, que é a favor da bebida alcoólica

[Melhor lido na voz de Ilze Scamparini]

Faltam poucas horas para que os fiéis comecem a se reunir em frente à Capela Albert Park para acompanhar a primeira rodada efetiva do conclave da F1. Uma multidão é esperada nas arquibancadas montadas ao redor do parque em Melbourne, na Austrália, e outros milhões aguardam com grande expectativa em frente à televisão o momento do início da reunião dos homens que vão definir um novo papa ou a continuação do atual, algo que é permitido pelas leis da religião.

 
O encontro anual é marcado por um ritual inicial de despurificação de três semanas nas catedrais de Jerez de la Frontera e Barcelona, onde 22, e não mais 24, cardeais e seus grupos de estudiosos técnicos se reúnem para avaliações muito rigorosas – e já enclausuradas em termos de resultados. Estes 22 cardeais garantem seus lugares por suas contribuições efetivas em suas arquidioceses de base e suas conquistas ou por negociações que têm sido cada vez mais comuns no meio, apelidadas de ‘pagantes’.
 
Um recente escândalo de inadimplência e operações escusas com raízes nos EUA e na Suíça demoveu o posto do brasileiro D. Luiz Razia, da arquidiocese da Bahia, que permaneceu menos de um mês como cardeal. Razia era da escola marussiana dos últimos dias e recebeu com tranquilidade a notícia de sua saída. “Não tinha o que fazer. Vou orar por eles”, disse. Em meio às graves denúncias, o Banco Ecclestoniano preferiu o silêncio e não emitiu comunicado.
 
O cardeal brasileiro retirado foi substituído por um francês, que com outros três aparecem como favoritos ao posto inglório de carmelento. Por pertencerem à ala reformista e recente, ainda encontram rejeição no tradicional grupo da F1 e têm poucas chances de exercerem algum tipo de comando a curto prazo. Eles esperam uma mudança profunda nos fundamentos da igreja em 2014 para pelo menos se aproximarem do pelotão conservador. O carmelento não tem qualquer vantagem no ano seguinte.
 
A fumaça negra da queima dos combustíveis vai sair da chaminé dos carros até o fim das 19 rodadas obrigatórias do conclave, independente ou não se o papa já tiver sido escolhido até lá. A fumaça branca indicativa do novo sumo pontífice é, na verdade, simbolizada por um líquido de mesma cor, proveniente de uma garrafa e esguichado entre os três mais bem cotados de cada etapa do conclave, que termina no Brasil, um dos países com o maior número de seguidores desta igreja e que já elegeu três papas na história.
 
O ritual da fumaça branca segue um padrão em que o trio sobe à capela e aparece diante do público. O melhor deles posiciona-se ao meio e ouve o trecho inicial do hino de seu país, sem vestes patrocinadas na cabeça; na sequência, vem o cântico do grupo que o apoia – ambos acionados por um sistema de som, sem a existência de bandas ou ‘carabinieri’. As bandeiras dos países de nascimento dos três surgem atrás, mas recentemente uma tradição foi modificada: em vez de serem hasteadas e tremularem, agora são padronizadas em um painel, aparecendo simultaneamente ao público. “Parece o Roda a Roda, do Silvio Santos, quando abre a letra”, diz um fã inconformado.
 
O papa emérito alemão Marcos VII vai acompanhar o conclave de seu luxuoso retiro espiritual na Suíça, acompanhado de esposa e filhos. Aos 44 anos, o pontífice que deixou seu cargo pela segunda vez pretende dedicar suas atividades à paróquia das duas rodas. Marcos detém o título não oficial de papa-título da igreja.
 
Especialistas no conclave da F1 do mundo todo apontam novamente que a eleição do papado deve se concentrar entre um cardeal alemão, comandante da religião nos últimos três anos, e outro espanhol, que foi papa pela última vez há sete. Correm por fora um inglês, conhecido por sua educação varonil, e um finlandês, que conta com o apoio da maior parte do público por ser considerado do setor ultrarradical da igreja, que é a favor da bebida alcoólica e do não casamento. Mas os formulaunzistas da Espanha são mais fervorosos e nacionalistas ao defender o retorno de D. Fernando das Astúrias ao comando da igreja. “Alonso é tesouro, é carinho, é rei, é coração”, define o jornalista do ‘AS’. “É loteria”, completa.
 
O Brasil conta apenas com um representante na eleição, D. Felipe, que adotaria o nome de Papa Massa, segundo informou seu narrador de imprensa. Felipe, 31 anos, é da arquidiocese de São Paulo. Há pouco mais de três anos, passou um tempo em um mosteiro se recuperando, quase abandonou a igreja, mas ganhou força no meio do ano passado. “Minha fé me deixou mentalmente melhor”, comentou. Felipe é da linha ferrarista da igreja, a mais popular da Itália, que ainda tende a apoiar o colega espanhol no sufrágio.
 
Naquele que está sendo apontado como o conclave mais indefinido e inconclusivo dos últimos tempos, a prudência torna-se favor sine qua non para a eleição, o que torna o atual comandante, o Papa Tião III, favorito nas apostas. Uma definição é esperada apenas em novembro, na Basílica de Interlagos.
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