Conta-giro: De pisada no pé de ex-presidente a mordida de abelha, pilotos se mostram gente como a gente

É legal, no mínimo curioso, ver os pilotos em meio a ambientes menos conhecidos e ao lado de pessoas que tem a fama como algo inerente ao que fazem. Celebridades para os fãs, também são tietes de atores e cantores e vítimas de golpes absolutamente mundanos. Lewis Hamilton e Jenson Button, com suas histórias embaraçosas, mostraram que são gente como a gente


IMAGINE QUE VOCÊ É HONRADO com um convite para comparecer à festa de aniversário de 90 anos de idade do talvez maior ícone sociológico e político do século XX. Agora imagine que você se vê cercado por uma pequena multidão de pessoas famosas e influentes nessa festa. E que em seguida você comete umas das maiores gafes da sua vida.

Em participação no talk show de televisão 'The Claire Balding Show' — do canal esportivo inglês BT Sport, apresentado por, claro, Claire Balding, ex-amazona e atual personalidade televisiva —, Hamilton contou uma história certamente menos honrosa que os dois títulos mundiais que traz consigo no currículo.

Lewis contou num dos quadros do programa que foi convidado, ainda em 2008, para comparecer à festa de 90 anos de Nelson Mandela – morto em dezembro de 2013 – que dispensa qualquer tipo de introdução. Chegando lá, se viu às voltas, dentre muitas outras celebridades, com Oprah Winfrey e Will Smith, de quem é fã. E lá foi Hamilton querer dar uma de tiete.

O quadro se chama 'Guilty or Not Guilty' — algo como 'Culpado ou Inocente' —, onde a apresentadora faz uma pergunta e os convidados levantam uma placa indicando se são culpados ou inocentes do teor da questão.

A pergunta foi se os convidados já haviam passado vergonha em frente a alguma celebridade. Os outros dois entrevistados se disseram inocentes, mas Hamilton levantou a plaquinha do culpado.

Na hora de explicar o que havia feito de embaraçoso, primeiro brincou dizendo que não sabia, mas com certeza já tinha feito algo. Após ouvir Balding dizendo que ele estava muito tranquilo no pódio do GP da Austrália, ao lado de Arnold Schwarzenegger, contou a história.

"Provavelmente a coisa mais vergonhosa foi quando eu tive a sorte de ser convidado para a festa de aniversário de 90 anos de Nelson Mandela em Londres. E foi muito legal, porque eu cheguei e me colocaram na mesa dele, dois lugares ao lado. E Oprah estava exatamente do outro lado, o que foi insano", lembrou.

"Mas eu notei que Will Smith estava lá, e eu sou um grande fã de 'Um Maluco no Pedaço', então eu pensei 'quero conhecer Will'. Quando todo mundo começou a levantar, eu corri para ir conhecer Will e fui me esgueirando no meio das pessoas, então eu pisei muito forte no pé de alguém. Olhei para trás e era Bill Clinton", contou para o auditório desabar em risos.

"Acho que foi a coisa mais vergonhosa. E eu nem pedi desculpa, só continuei andando", encerrou, claro, para mais uma rodada de risadas.

O caso de Lewis é engraçado, mas curioso. Porque não se trata apenas de um atleta no meio das celebridades de outro cunho. Hamilton é a maior celebridade entre pilotos atuais. Além de namorar a popstar Nicole Scherzinger por tantos anos, ele é amigo de estrelas mundiais como o cantor Pharrell Williams, e está ele mesmo tentando seguir uma carreira na música.

Pharrell, ultimamente também em enorme momento como vocalista e jurado do programa da versão americana do programa do reality show 'The Voice', é há muito tempo um produtor musical reconhecido. E ele está ajudando Hamilton em seu projeto de virar rapper. O piloto da Mercedes inclusive já montou um estúdio musical em sua casa na Inglaterra.

Outra participação famosa e relativamente recente de piloto em programa de televisão que nada tem a ver com carros ou corridas aconteceu em junho de 2014. No 'The Graham Norton Show', da BBC, famoso por misturar celebridades no mesmo sofá, Jenson Button deveria participar junto ao ator de 'Pulp Fiction' e 'Vingadores', Samuel L. Jackson, e à atriz de 'Piratas do Caribe' e 'Desejo e Reparação', Keira Knightley – duas das melhores figuras para participações em talk shows -, além da banda Kasabian.

Lewis Hamilton com Nelson Mandela em 2008 (Foto: Instagram)

No entanto, o programa começou com um tradicional monólogo do apresentador e comediante irlandês Graham Norton, que não perdoou Button. O motivo: Jenson não compareceu ao show.

"Nós, literalmente, acabamos de ouvir que Jenson não conseguiu vir. Mas não fiquem tristes: eu tenho um telefone e vou ligar para descobrir o que houve de errado. Porque, vocês sabem, é F1. Deve ser uma história glamorosa: pouso de emergência de helicóptero, ou sentou num champanhe… Quem sabe?", brincou, antes de seguir com piada sobre o chefão da F1, Bernie Ecclestone.

Em seguida, como prometido, o apresentador ligou para o campeão mundial de 2009. E Button atendeu enquanto Jackson e Keira multiplicavam as piadas.

Button explicou: estava andando de bicicleta naquele mesmo dia de manhã e acabou picado no nariz por uma abelha. A dor e a aparência de alguém "inchado como um balão", segundo o piloto, o impediram.

O resto do programa foi uma sucessão de piadas e provocações com Jenson, que se recuperou a tempo de participar do GP da Áustria, semanas depois.

E Button mostrou boa esportividade. Antes de o programa ir ao ar, ele tuitou: "Ligue a TV hoje à noite para me ver sendo zoado no 'Graham Norton Show'".

Durante a sessão de malhar Button, L. Jackson ainda contou qual seu único conhecimento de F1: joga com golfe com Lewis Hamilton.

Com o passar dos anos, muitos pilotos foram ao também britânico ‘Top Gear’, onde se viam em um ambiente mais confortável: falando de carros com um público aberto à experiência. É legal, no mínimo curioso, ver os atletas em meio a ambientes menos conhecidos e ao lado de pessoas que tem a fama como algo inerente ao que fazem. Celebridades para os fãs, também são tietes de atores e cantores e vítimas de golpes absolutamente mundanos.

Gente como a gente, para sintetizar.

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