Coulthard diz que acidente mostra lado humano e faz Schumacher ser reconhecido: “Por anos, foi vilão”

O escocês David Coulthard falou que Michael Schumacher finalmente está recebendo o reconhecimento que merece por tudo o que alcançou na F1: “Torço para ele se recuperar só para ver todas as coisas boas que as pessoas estão dizendo dele”



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Adversário de Michael Schumacher nas pistas nas décadas de 1990 e 2000, David Coulthard acredita que o drama que o alemão está enfrentando no Centro Hospitalar Universitário de Grénoble fará com que as pessoas mudem, definitivamente, a imagem que têm dele.

Schumacher sofreu um grave acidente de esqui no último domingo (29) e está em coma com traumatismo craniano, e corre risco de morte.

Em coluna no jornal ‘The Telegraph’, Coulthard afirmou que torce para o heptacampeão mundial de F1 se recuperar “só para ver todas as coisas boas que as pessoas estão dizendo”. O escocês está contente por ver que as pessoas não estão mais tratando o germânico pela ótica do bem e do mal e, sim, de maneira mais humana.

A edição 45 da REVISTA WARM UP

David Coulthard foi vice-campeão da F1 em 2001, perdendo para Schumacher (Foto: Getty Images)

“Por anos, Michael foi a perfeita representação do vilão, particularmente neste país [Reino Unido]. Alemão, é claro, é implacavelmente eficiente e ultra-agressivo. Enquanto outros grandes, como Jackie Stewart e H deixavam a porta aberta para seus rivais nas disputas, com medo de contatos fatais, Michael fazia de tudo para perseguir a vitória. Às vezes, passava do ponto, como em Jerez, em 1997, e na Rascasse, em 2006, e essas indiscrições o tornaram impalatável para os mais puristas. Foi rotulado por alguns, inclusive eu, como um campeão sujo, mas você não pode discutir suas conquistas”, escreveu Coulthard.

O ex-piloto disse que está sendo maravilhoso ver os muitos comentários que estão sendo feitos sobre o maior campeão da história da F1. “Na minha opinião, esse é o há muito tempo necessário reconhecimento do status de Michael como um dos grandes do esporte.”

Coulthard reforçou que Schumacher correu com as mesmas regras que todos e, mesmo assim, “destruiu”. Também por isso, ele disse que bater o alemão em uma classificação ou em uma corrida era um atestado de que o trabalho fora muito bem feito. “Ele deu credibilidade para a minha carreira”, sintetizou.

O escocês citou um episódio que ficou marcado na relação dos dois: a briga no GP da Bélgica de 1998. Debaixo de um dilúvio em Spa-Francorchamps, ambos colidiram quando Schumacher foi dar uma volta na McLaren. O alemão acusou o adversário de provocar o acidente para beneficiar o colega de McLaren Mika Häkkinen.

“Mais tarde, eu o perguntei se ele nunca esteve errado sobre nada em momento algum da vida dele. ‘Não que eu possa me lembrar’, respondeu. Para mim, aquilo o resumiu. Ele tinha completa e absoluta confiança em si mesmo. Isso fez dele um campeão”, narrou.

Como memória positiva, Coulthard guarda o dia em que Schumacher pediu para que os dois trocassem capacetes.

As imagens da carreira de Michael Schumacher

“O acidente de esqui conectou Michael ao resto de nós em um nível humano de uma vez por todas. Ele é um pai como qualquer outro, sua mulher e seus filhos estão ao lado da cama rezando para que ele se recupere. É algo a que todos conseguimos nos associar”, destacou o hoje comentarista.

“O ruim é que muitas vezes é preciso esperar algo assim para que possamos dizer como realmente nos sentimos com relação a alguém. Eu espero que, nessa instância, com Michael recebendo o melhor tratamento médico possível, ele vai emergir vitorioso. E, quando o fizer, vai perceber o quão estimado é”, finalizou.

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