Ricciardo avalia que choque na Áustria ensinou Norris a correr contra Verstappen
Daniel Ricciardo considerou que, contra Max Verstappen, é preciso fazer uma manobra certeira para evitar dar brechas para um contra-ataque. Australiano considerou que o piloto da McLaren aprendeu a lição no GP da Áustria
Daniel Ricciardo avaliou que o GP da Áustria ensinou Lando Norris a correr contra Max Verstappen. O australiano frisou que o titular da Red Bull é um piloto que joga duro e, por isso, é preciso lançar mão de uma manobra precisa para não dar margem para um contra-ataque.
Depois de um início muito forte da Red Bull, a McLaren ganhou terreno na F1 e passou a desafiar por vitórias. No GP da Áustria, Norris e Verstappen travaram um bom duelo, mas o desfecho não foi dos melhores, já que uma colisão resultou no abandono de Lando e em um quinto lugar para Max, que recebeu uma punição de 10s.
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Companheiro de Norris na McLaren por duas temporadas e de Verstappen por quase três anos na Red Bull, Ricciardo tem conhecimento de causa para falar dos dois, inclusive por já ter tido uma disputa acirrada com o #1 há 6 anos.
Na visão de Daniel, Verstappen não mudou a maneira de correr na Fórmula 1 ao longo dos anos, mesmo que tenha amadurecido com a idade.

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“Quando digo que ele não mudou, acho que é a maneira como ele corre. Obviamente, ele deixa tudo na pista e isso é também o que muitos fãs admiram nele”, disse Ricciardo. “Mas acho que ele amadureceu desde o início da carreira? Absolutamente”, seguiu.
O auge do confronto entre Verstappen e Norris aconteceu no GP da Áustria. O piloto da McLaren acusou o rival de mudar a linha nos pontos de freada repetidas vezes, mas o ápice foi mesmo uma colisão entre os dois. Lando teve de abandonar a corrida, mas Max conseguiu voltar e, mesmo com uma punição de 10s, fechou a prova na quinta colocação.
Vários pilotos deram as impressões que tiveram do incidente, com Ricciardo comparando a situação com uma colisão que teve com Alex Albon em Suzuka.
“Todos nós entendemos quando vemos em super câmera lenta e isso e aquilo, e você sempre pensa ‘ah, talvez se eu me movimentar um pouco ali’”, comentou. “Se me coloco nessa situação, veja o que aconteceu comigo no Japão: olho para trás e dei muito espaço por dentro e, portanto, não tinha espaço suficiente por fora para Albon e nós batemos na primeira volta. Se olhar em câmera lenta, aí penso: ‘merda, provavelmente deveria ter deixado mais espaço’. Mas quando acontece tão rapidamente, você está em uma batalha intensa, tem adrenalina e tanta coisa acontecendo — sim, somos pagos para fazer isso e devemos ser capazes de, na maior parte do tempo, fazer isso no mais alto nível, mas é muito duro ser milimetricamente perfeito quando têm todos esses fatores”, ponderou.
“Então, naturalmente, as pessoas vão cometer erros, vão forçar um pouco mais do que deveriam e tentar escapar. Mas acho que todos nós sabemos que estamos fazendo nosso melhor e acho que temos confiança em todos”, frisou.
Na visão de Ricciardo, porém, em disputas com Verstappen, a margem é menor, já que ele deixa menos espaço para os adversários.
“Max, nessa situação, sabemos que ele é um piloto duro. Não é que a gente não confie ficar lado a lado com ele, de jeito nenhum, é que sabemos que aquela polegada extra que alguns te dão, você provavelmente não terá. Você pode ter um centímetro, mas não uma polegada”, alertou.
O australiano ponderou, ainda, que na corrida sprint da Áustria, Norris deixou a porta aberta para o troco de Verstappen, o que pode tê-lo levado a adotar uma postura diferente no domingo.
“Ninguém neste esporte quer ser o cara que é intimidado. Você tem de marcar seu território contra todo mundo”, comentou. “Obviamente, é a sua reputação também: quando as pessoas te enfrentam na pista, você não quer que eles pensem ‘ah, esse cara vai ser fácil para mim’. Então você sempre quer manter o cotovelo um pouco erguido”, acrescentou.
“Sabemos que Max, desde o primeiro dia, tem o dele assim. Acho que, naturalmente, é o DNA dele, é simplesmente um piloto duro. Não é algo que ele precise buscar, é assim que ele corre. Você sabe que é meio incondicional para ele, que você vai ter uma dura batalha, mas isso mão muda necessariamente a maneira que você corre contra ele. Você simplesmente sabe que terá de fazer uma manobra muito boa e garantir que vai manter”, observou. “Acho que Lando aprendeu isso no sábado. Acho que provavelmente pensou que tinha conseguido, mas Max pensou: ‘não, hoje não’. Então é assim: vivendo e aprendendo. Aí, obviamente, Lando fez algumas manobras ousadas no domingo, também ergueu os cotovelos e, como eu disse, foi uma infelicidade. Mas o desfecho é o que é”, encerrou.
A Fórmula 1 volta às pistas em Hungaroring neste final de semana para o GP da Hungria, entre os dias 19 e 21 de julho.

