Coulthard vê F1 possível para mulheres e dispara: “Besteira dizer que não têm força”

David Coulthard, ex-piloto de Fórmula 1 com 246 GPs e 13 vitórias no currículo, está certo de que em breve uma mulher poderá assumir o posto de titular na principal categoria do automobilismo. Cofundador da iniciativa “More than Equal” — ou “Mais que Igual” em tradução livre — e da extinta W Series, categoria de monopostos exclusiva para pilotas, o escocês disse que é besteira acreditar que o sexo feminino tem menos capacidade de praticar o esporte.

A More Than Equal está dedicada a encontrar e desenvolver a primeira campeã mundial de Fórmula 1 e adotou uma abordagem científica e baseada em dados para lidar com os desequilíbrios de gênero no automobilismo. A iniciativa foca em desenvolver atletas, reconhecendo que as mulheres mais jovens se desenvolvem de forma diferente dos adolescentes do sexo masculino.

Por ser um esporte dominado por homens, há quem pense que as mulheres não têm condições físicas para levarem um carro de Fórmula 1 ao limite durante uma corrida. Coulthard, no entanto, descartou a ideia e reforçou que o sexo feminino é tão apto quanto ao masculino, basta se preparar para o trabalho.

“É uma grande besteira dizer que as mulheres não têm força [física] para estar na F1. Qualquer pessoa que não treine não tem o que é preciso para ter sucesso no automobilismo — independente de ser homem ou mulher. Uma pessoa não treinada não tem força para fazer nada. Tenho 53 anos e não sou capaz de pilotar um carro de F1 rapidamente por mais de 10 voltas na minha condição física atual. Tive de treinar como um atleta duas vezes por dia, com um treinador, durante anos para conseguir fazer meu trabalho” destacou Coulthard.

“Uma das coisas que vi na W Series foi que selecionamos as melhores mulheres disponíveis para fazer parte do campeonato, mas algumas não estavam em forma o suficiente. Olhei para elas e pensei: ‘qual é a sua desculpa para não treinar? Você tem de se apresentar como uma profissional séria e isso significa treinar como uma atleta’”, lembrou o escocês.

Coulthard, no entanto, lembrou que, embora a parte física seja muito importante, ela não é o único fator determinante para se tornar titular na Fórmula 1. Para isso, obviamente, também é preciso mostrar velocidade.

“Aí está o problema. Não há razão física para que eles não consigam fazer isso. Sabemos o que é preciso para ser fisicamente forte o suficiente para ser um piloto de corrida e todos os dados mostram que as mulheres se enquadram confortavelmente nessa categoria de desempenho físico. O principal é, as que estão guiando agora são boas o suficiente para fazer isso? Não é uma opinião. Será baseado em tempos de volta. No final das contas, é o cronômetro que dita as coisas”, finalizou Coulthard.

Com o período de testes coletivos oficialmente encerrado, a próxima atividade da F1 é a estreia da temporada, no GP da Austrália. A etapa está programada para acontecer entre os dias 14 e 16 de março, com cobertura completa do GRANDE PRÊMIO.

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