De surpresa, Honda anuncia saída da Fórmula 1 após temporada 2021
Com o fim marcado para após temporada 2021, Honda define que não irá participar da revolução nas regras marcadas para o ano seguinte. É o fim da quarta passagem da montadora na F1
A Fórmula 1 amanheceu com uma notícia para lá de surpreendente na manhã desta sexta-feira (2): a Honda anunciou que vai deixar o Mundial após a temporada 2021. De acordo com a montadora japonesa, a saída se dá para voltar as atenções a tecnologias mais sustentáveis e amistosas ao meio-ambiente na indústria automotiva.
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A decisão é comunicada, assim, ainda com oito corridas pela frente em 2020 e toda a temporada 2021, na qual a Red Bull ainda falava sobre crescer em todos os aspectos, inclusive o do motor, para brigar com a Mercedes. Desta forma, o que se sabe sobe a equipe austríaca, é que entrará na nova fase da F1, em 2022, com outros motores.
A Honda voltou à F1 em 2015, após sete anos de ausência: a fábrica, então equipe oficial, decidiu deixar o Mundial após a temporada 2008, junto de BMW e Toyota e na rebarba da crise econômica que eclodira. Aquela equipe acabou virando a Brawn GP e, em seguida, a Mercedes.
No comunicado em que anunciou a saída do Mundial, assinado pelo presidente e diretor-executivo, Takahiro Hachigo, a Honda agradeceu às parceiras atuais Red Bull e AlphaTauri – deixou a McLaren totalmente de fora – e citou o desejo de tratar de iniciativas que contemplem novas formas de mobilidade urbana. É um mundo novo, afinal, em que se torna cada vez mais difícil justificar os gastos aplicados na Fórmula 1 quando os arredores estão diferentes.
“Em 2015, a Honda voltou a competir na F1, a categoria de maior prestígio no mundo do esporte a motor, com a meta de de vencer utilizando nossa própria tecnologia de gerenciamento de energia. E essa é nossa sexta temporada. Inicialmente, a Honda viveu dificuldades de desempenho e confiabilidade e continuou numa batalha desfavorável. Mas, demonstrando a força coletiva de toda a Honda – incluindo utilização de nossas tecnologias de motores de aviões para melhorar o desempenho, bem como a produção em massa de tecnologias que melhorassem a eficiência de combustão dos nossos motores – fomos capazes de aumentar significativamente nossa competitividade”, disse.
“Sobre parceiros, um fator-chave para competir na F1, fomos privilegiados em trabalhar com a AlphaTauri desde 2018 e a Red Bull desde 2019. Os membros da AlphaTauri, que era Toro Rosso na época, acreditaram no potencial da Honda e assinaram contrato conosco. A AlphaTauri Honda conquistou sua primeira vitória no GP da Itália do mês passado, a 50ª prova em que competimos juntos. Foi o resultado de incontáveis esforços e não temos palavras para descrever a satisfação que vivemos na Honda”, seguiu.
“Com a Red Bull, nosso time de ponta totalmente equipado para ganhar, colocamos uma meta clara de vencer títulos e estabelecer parceria forte. Como resultado, pudemos demonstrar nossa alta competitividade. Graças às parcerias sólidas nas duas equipes e o alto nível de competitividade que atingimos, vencemos três corridas na temporada passada e mais duas nessa, até agora”, comentou.
“Em nome da Honda, gostaria de expressar a gratidão com a Red Bull e a AlphaTauri por nos permitirem a alcançar nossa ambição de vencer corridas da F1. Também gostaria de expressar nossa apreciação pela FIA, F1 e muita gente que se envolveu ou deu suporte à Honda desde que decidimos competir na F1. Mais que todo o resto, estamos gratos aos fãs por sua torcida apaixonada e por encorajar a Honda”, declarou.
“Agora, mudamos o foco para o ambiente de negócio que a Honda encara. Vemos a indústria automotiva passando por uma transformação que acontece uma vez no século. Faz algum tempodesde que começamos a comunicar a intenção da Honda de focar na criação de produtos de nova mobilidade e novos valores para o futuro. Especialmente, vemos nossas iniciativas ambientais como uma das prioridades da Honda enquanto fabricante de mobilidade”, encerrou.
A temporada 2021, então, encerra a quarta passagem da Honda no Mundial de Fórmula 1. A primeira foi entre 1964 e 1968, como construtor; depois, entre 1983 e 2005, foi fornecedora de motor; entre 2006 e 2008, construtor novamente; e, por fim, fornecedora de motor entre os anos de 2015 e 2021.
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