Dois tempos, gasolina sintética e ronco mais alto: como F1 pensa motor do futuro

Diretor-técnico da F1, Pat Symonds revelou que a categoria já começa a planejar o motor do futuro. O conceito de unidade motriz híbrida tende a permanecer, mas mudanças significativas para entrar em vigor em 2025 ou 2026 vão transformar o novo motor em um elemento mais verde e com menos emissão de poluentes

Em novembro do ano passado, a F1 apresentou “uma estratégia para o futuro” com um objetivo muito ousado: eliminar plásticos até 2025 e zerar a emissão de carbono até 2030. Para ajudar a alcançar a meta determinada para os próximos dez anos, a categoria já começa a projetar o motor do futuro. Entre as novidades previstas para serem implantadas em 2025 ou 2026 está a construção de um novo motor dois tempos movido a gasolina sintética e que ofereça um ronco mais forte. O conceito de unidade motriz híbrida deve permanecer, assim como o ICE (motor de combustão interna).
 
Pat Symonds, diretor-técnico da F1, esteve presente à conferência sobre eficiência de energia no esporte a motor promovida pelo Motorsport Industry Association. O engenheiro falou sobre a possibilidade de desenvolver um motor bastante diferente do atual e que seja também menos agressivo ao meio ambiente.
 
“Estou muito interessado em fazer um [motor] dois tempos. Tem muito mais eficiência, um som excelente saindo do escapamento e muitos problemas com os dois tempos antigos não são mais relevantes”, comentou Symonds em entrevista veiculada pelo site 'Motorsport Magazine'.
A F1 prevê grandes mudanças para sua nova geração de motores (Ilustração: Paolo Filisetti)
“Precisamos analisar para como vão ser as nossas unidades de potência no futuro. Na F1, é nisso o que estamos envolvidos no momento”, disse Symonds.
 
A promessa da F1 em seguir com a atual especificação de motores até 2025 vai dar tempo para “garantir que o próximo passo seja mesmo muito bom”, acrescentou o engenheiro.
 
O motor mais sustentável que a F1 planeja para o futuro também passa pela introdução dos combustíveis sintéticos, além de outras mudanças significativas. “Pode ser que a próxima unidade motriz que vamos produzir seja a última que produziremos com hidrocarbonetos líquidos. Acho que há uma chance muito grande de que possa haver um motor de combustão interna, mas talvez que rode a hidrogênio”.
 
Symonds deixou claro que não é contrário aos motores elétricos, tendência global para o futuro, mas que eles não são necessariamente a solução para todos os problemas da indústria automobilística e tampouco para a mobilidade urbana como um todo.
 
“Certamente acho que o motor de combustão interna tem um longo futuro e acho que tem um futuro mais longo do que muitos políticos imaginam, uma vez que os políticos estão pendurando tudo nos veículos elétricos. Não há nada de errado com os veículos elétricos, mas há motivos para que eles não sejam a solução para tudo”, disse.
 
No fim das contas, o engenheiro está otimista com o que pode vir a ser a nova geração de motores da F1. “Injeção direta, carregamento de pressão e novos sistemas de ignição permitiram que novas formas de motores de dois tempos fossem muito eficientes e amigáveis às emissões. E eu acho que há um futuro bom para eles”, finalizou.

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