“É inaceitável”: Brawn dispara contra chances mínimas de equipes do meio da F1 chegarem ao pódio

Ross Brawn alertou para a disparidade entre as divisões A e B da F1 nos últimos anos e lembrou o quão raro foi para uma equipe do meio subir ao pódio dentre os 123 GPs em disputa entre 2017 e 2018

Nas duas últimas temporadas, 41 corridas foram realizadas e, portanto, 123 pódios estiveram em disputa. E apenas duas vezes, com Lance Stroll em Baku no ano passado e Sergio Pérez, também no Azerbaijão, em 2018, quebraram a hegemonia das equipes de ponta (Mercedes, Red Bull e Ferrari) e levaram um troféu para casa. Via de regra, as diferenças em termos de tempo das três primeiras para a chamada ‘F1 B’ é tão grande que inviabiliza qualquer tipo de batalha real por posição.
 
“É inaceitável”, classificou Ross Brawn, diretor esportivo da F1, ao falar sobre a disparidade de forças entre as equipes do Mundial em entrevista ao site norte-americano ‘Motorsport.com’.
 
“Como aconteceu em 2017, apenas uma vez e em um circuito urbano nada habitual como Baku, um piloto dessas sete equipes chegou ao pódio. Dois pódios de 123 nas duas últimas temporadas é inaceitável, sobretudo quando há uma divisão cada vez maior técnica e economicamente”, criticou o dirigente britânico.
Sergio Pérez foi o único piloto de equipe intermediária a subir no pódio na F1 em 2018 (Foto: Force India)

Brawn ressaltou o abismo técnico e, sobretudo, econômico que tira qualquer chance das equipes do meio de lutarem por um lugar de destaque na F1. O Liberty Media, desde que assumiu a gestão da categoria, se mostrou preocupado com o atual cenário e propôs mudanças para deixar o esporte um pouco menos desigual, sendo o teto de gastos a principal medida, ainda em debate.

 
“É um problema que tratamos junto com a FIA e as equipes porque o futuro da F1 depende disso. Há várias soluções sobre a mesa e todos devemos aceitar que não podemos seguir assim por muito mais tempo”, pontuou.
 
O dirigente lembrou que a luta pelo pelotão intermediário foi bastante acirrada, tendo Renault e Haas como protagonistas, parabenizando-as pelas boas colocações no Mundial de Construtores. Mas lembrou que não dá para ficar feliz em vê-las lutando por posições quase irrelevantes durante as corridas.
 
“É difícil que os fãs se empolguem com um batalha pelo oitavo lugar. Parabéns à Renault por terminar em quarto, isso confirma sua evolução e também da Haas, já que terminar em quinto no seu terceiro ano no esporte é um grande feito”, finalizou.
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