Em resposta à declaração de Bolsonaro, Di Grassi diz que F1 no Rio “não vai acontecer”

Lucas Di Grassi preparou um vídeo para o dia seguinte da declaração do presidente Jair Bolsonaro sobre saída do GP do Brasil de Interlagos, em São Paulo, e ida para Deodoro, no Rio de Janeiro. O piloto da Audi na Fórmula E afirmou que isso não faz sentido e não vai acontecer, visto que autódromos como o de Deodoro são caros e estão em crise por todo o mundo

Um dia após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que há "99% ou mais" de chance da Fórmula 1 deixar São Paulo pelo Rio de Janeiro a partir de 2020 – ainda que o diretor-executivo da F1, Chase Carey, tenha prontamente dito que não existe acordo e segue as conversas com São Paulo – , Lucas Di Grassi veio a público comentar. Além de dizer que o GP do Brasil no Rio não vai acontecer ainda pediu investimento na base do automobilismo nacional.

 
Lucas, que indicou mais de uma vez o apoio a Bolsonaro durante a corrida presidencial de 2018, comentou que um investimento privado tão grande quanto o necessário para erguer um autódromo de mais alto nível internacional é algo cada vez mais incomum e menos lucrativo em todo mundo e citou pistas das mais famosas do mundo que estão à venda atualmente enquanto tentam sobreviver a crises.
 
"Isso não vai acontecer. Nenhuma empresa privada em sã consciência que faça qualquer análise de mercado e business model [vai concluir] que não fecha a conta investir mais de R$ 500, 600 milhões para fazer um autódromo dessa magnitude em Deodoro. Não é porque é o Rio de Janeiro, é porque autódromos como esses estão quebrados mundo afora. Nürburgring e Silverstone estão à venda, vários outros. Então não faz sentido", afirmou.
 

"É melhor manter a F1 em Interlagos, que está muito bem para uma categoria desse porte e, com esse incentivo federal, podemos trazer a Fórmula E para o Rio de Janeiro. Eu desenhei uma pista na Marina da Glória, desenhei também no Parque do Ibirapuera, em São Paulo", seguiu. 

 
Se a F1 deve ficar em Interlagos – assim como o WEC, que retorna ao circuito em 2020 -, Di Grassi pediu empenho para trazer a Fórmula E ao Brasil e lembrou que já desenhou pistas no Complexo do Ibirapuera e uma mais recente na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. E pediu ajuda no desenvolvimento do esporte como um todo.
Lucas Di Grassi (Foto: Audi)
"Podemos realizar a Fórmula E em qualquer capital do Brasil, o WEC já está vindo para São Paulo e vamos, se há essa vontade, investir no automobilismo nacional, nas categorias de base, na infraestrutura para essas categorias que, assim, formaremos pilotos muito melhores, mais pilotos, movimentar a economia e ter muito mais retorno que um investimento desse porte – considerando que seja privado, se for público é pior ainda – num autódromo como esse de Deodoro", finalizou.
 
Ainda nesta terça-feira (25), o mesmo Chase Carey que ontem esteve em Brasília se reuniu com o governador de São Paulo, João Doria, e o prefeito da capital, Bruno Covas. Doria falou que "lamenta frustrar" Bolsonaro e que planeja um acordo para manter a F1 em Interlagos até 2040.

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