Engenheiro minimiza déficit do motor e culpa Enstone por desempenho da Alpine
Engenheiro da fábrica de motores da Renault em Viry afirmou que déficit de potência não é principal problema da Alpine, e culpou caixa de câmbio, fabricada em Enstone, por desempenho
A Alpine confirmou de forma interna, na última segunda-feira (30), o encerramento do programa de motores da Renault na Fórmula 1 a partir de 2026, encaminhando um acordo para virar cliente da Mercedes na temporada que marca a mudança de regulamento das unidades de potência da categoria, o que levou a ira dos funcionários da fábrica de Viry-Châtillon, na França, que apesar de protestos, viram o time tomar a surpreendente decisão.
Os motores da Renault estrearam na Fórmula 1 em 1977, e entre idas e vindas, estavam de volta ao grid em sequência desde 2002. O site francês Eurosport publicou uma entrevista com um engenheiro da fábrica de Viry que optou pelo anonimato, citando que a decisão do encerramento do programa foi impactante até demais, lembrando do déficit que o time corre desde a estreia dos motores híbridos V6, em 2014.
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“O anúncio de segunda-feira tem uma natureza mais impactante do que tínhamos ouvido até então. Machuca, é claro. Foram anos de trabalho por trás disso. Gastamos 10 anos tentamos alcançar o déficit que tínhamos desde o início após a mudança de regulamento”, comentou o engenheiro.
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Após uma sequência de quatro títulos com a Red Bull entre 2010 e 2013, a Renault sofreu muito com a mudança do regulamento de 2014. De lá para cá, foram apenas 13 vitórias, sendo 12 com os taurinos, que encerraram a parceria em 2018, e uma única com a Alpine, conquistada por Esteban Ocon na Hungria em 2021.
Por efeito dos custos pela pandemia de Covid-19 e o anúncio de saída da Honda, em 2021, a Fórmula 1 optou por congelar o desenvolvimento dos motores atuais até a entrada do novo regulamento. Em 2023, foi reportado que a Renault teria um déficit de potência em comparação com as rivais. Para o engenheiro, a diferença não é tão grande e a maior culpa do desempenho ruim é por conta do câmbio, fabricado em Enstone, na Inglaterra.
“São 7kw ou 10 cv, o que não é muito atribuível ao motor em si, ou pelo menos à parte desenvolvida em Viry-Châtillon. Ele tem um déficit eu contribui apenas com 15% do total e não conseguimos continuar nosso desenvolvimento que vem dando frutos desde 2022. O resto, na verdade, é parcialmente justificado pelo desempenho ruim da caixa de câmbio, que é responsabilidade de Enstone”, declarou.
A temporada 2024 da Alpine é a pior da grupo Renault desde 2016. O time soma apenas 13 pontos após 18 corridas e ocupa o nono lugar no Mundial de Construtores. Pierre Gasly renovou contrato, enquanto Ocon deixa o time para dar lugar ao novato Jack Doohan.
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