Ocon se explica e reclama de sequência de punições no Bahrein: “Tudo foi contra nós”

Esteban Ocon viveu um verdadeiro pesadelo em sua estreia na temporada 2023 da Fórmula 1, no GP do Bahrein realizado no último domingo (5). O francês, nono colocado no grid de largada, mirava em iniciar o campeonato somando os primeiros pontos da Alpine no ano, mas terminou com um abandono e três punições que acabaram com qualquer pretensão de top-10 no deserto de Sakhir.

Tudo começou quando Ocon parou o carro no grid para a largada fora dos limites da posição, o que rendeu uma punição de 5s antes mesmo da corrida começar. O piloto admitiu o erro na hora de estacionar o carro, mas disse não ter sido o único a passar da linha que delimita a colocação do monoposto para o início da prova.

“Quatro carros também estavam à frente [da linha de posição do grid]”, reclamou Ocon. “Eu não era o único à frente da linha. Eu era o que estava mais à frente, isso é claro, mas não era o único. Então, isso é muito frustrante”, disparou.

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A punição de Ocon seria cumprida na primeira parada do piloto nos boxes, mas aí foi a vez da Alpine errar: com o objetivo de trocar a asa dianteira, os mecânicos encostaram no carro antes que os 5s fossem completados, o que foi entendido pela direção de prova como uma nova quebra de regulamento. Como resultado, uma nova punição de 10s foi endereçada ao francês.

No momento de pagar a punição, mais um erro: Ocon soltou o limitador de velocidade do carro antes de sair do pit-lane, ultrapassando a velocidade máxima dos boxes em 0,1 km/h. Foi o suficiente para mais uma punição de 5s, o que enlouqueceu de vez o piloto.

“Eu tenho feito a limitação de velocidade do pit-lane, tanto a entrada quanto a saída, do mesmo jeito por cinco anos — e agora, fui punido”, questionou Ocon. “Eu também sempre fiz a mesma coisa na posição de largada e não tomei uma punição sequer no ano passado inteiro, então aparentemente essas coisas são novas. Precisamos entender isso”, salientou.

“Normalmente, nós somos muito bons com essas coisas operacionais”, alegou. “Nós prestamos muita atenção em detalhes, para não levarmos punições, mas tudo hoje [domingo] pareceu ir contra nós. Então, precisamos analisar isso e voltar mais fortes”, comentou.

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Além do prejuízo esportivo com as punições que o derrubaram para o último lugar da corrida, Ocon admitiu que a sequência de notificações abalou sua concentração na disputa, abandonada por ele na 41ª volta. “Eu estava obviamente tentando me manter focado, o máximo que eu podia”, admitiu. “Mas você sabe que quando tem um stop-and-go de 5s, está tudo acabado”, reconheceu.

Chefe da Alpine, Otmar Szafnauer tentou dar algumas explicações sobre os erros após a corrida. Segundo o romeno, o primeiro equívoco se deu por conta de um erro em um dos sistemas da Alpine, que não cronometrou com exatidão o tempo necessário que a equipe deveria esperar, enquanto a segunda punição foi exclusivamente culpa do piloto.

“Acho que estávamos a menos de 0s5 [do fim da punição] antes de começarmos a trabalhar no carro, e isso foi um problema de tempo”, alegou Szafnauer. “Temos um sistema que conta o tempo de forma regressiva no ouvido dos mecânicos e diz quando eles podem começar, e esse sistema foi configurado errado por 0s4. Então, saiu do nosso controle”, lamentou Szafnauer, antes de explicar o equívoco de Ocon no pit-lane.

“Ele tem um limitador de velocidade, e quando vê que está fora do pit-lane, solta e consegue acelerar. Se você soltar um pouco cedo demais… Você também pode fazer isso ao entrar nos boxes, apertar um pouco mais tarde, e já era”, disse.

Apesar da lamentação com a sequência de erros no Bahrein, o chefe da equipe evitou apontar dedos e disse que uma repetição de tantos equívocos por parte da Alpine é algo improvável no futuro. Além disso, Szafnauer ressaltou o resultado conquistado por Pierre Gasly, nono colocado, e confia que o time francês irá se recuperar já nas próximas etapas.

“Foi muito, muito raro para a equipe cometer esse tipo de erros”, lamentou o chefe ao portal inglês The Race. “Eu nunca vi isso acontecer antes. Temos bons sistemas para que isso não aconteça, então estou confiante de que não vai se repetir. Se Esteban [Ocon] estava fora de posição, vamos aprender com isso, não acontecerá de novo”, avaliou.

“Então, acho que operacionalmente, podemos pensar em ter corridas tranquilas e sem problemas. Se isso acontecer e Pierre [Gasly] se classificar onde consegue, com os dois carros no top-10, acho que poderemos marcar bons pontos e brigar por aquele quarto lugar”, encerrou.

A próxima etapa da Fórmula 1 acontece em duas semanas, com o GP da Arábia Saudita, programado para ser realizado entre os dias 17 e 19 de março, em Jedá.

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