F1 cogita ampliar temporada na Europa e considera GPs em Mugello, Ímola e Jerez

Diretor-esportivo da Fórmula 1, Ross Brawn disse que a prioridade é correr também fora do Velho Mundo, mas já pensa em ampliar o calendário da temporada 2020 para outros circuitos da Europa

Recentemente, a Fórmula 1 anunciou um calendário revisado e definiu as oito primeiras corridas da temporada 2020 na Europa. A programação compreende oito GPs num espaço de dois meses, começa em 5 de julho com o GP da Áustria e vai percorrer também Hungria, Inglaterra, Espanha, Bélgica e Itália, que fecha o primeiro ciclo em Monza em 6 de setembro. Mas a categoria não descarta realizar mais provas no Velho Mundo e cogita circuitos que há muito tempo não fazem parte do calendário e até mesmo um palco inédito.

Em entrevista concedida ao site britânico ‘RaceFans’, Ross Brawn, diretor-esportivo da Fórmula 1, explicou que a prioridade é que o Mundial possa correr fora da Europa em 2020. No cronograma original, a categoria tem os GPs de Singapura, em 20 de setembro; da Rússia, em 27 de setembro; do Japão, em 11 de outubro; dos EUA, em 25 de outubro; do México, em 1º de novembro; do Brasil, em 15 de novembro; e de Abu Dhabi, em 29 de novembro.

Ímola pode voltar a receber a Fórmula 1 depois de 14 anos (Foto: Forix)

No entanto, há muitos entraves para que boa parte dessas corridas não sejam realizadas. Em Singapura, por exemplo, os organizadores não abrem mão de um evento com público. O GP do Japão surge como um desafio logístico para a Fórmula 1, enquanto o governo de Austin entende que não vai ser possível realizar qualquer evento de grande porte nos próximos meses.

E o cenário caótico imposto pela pandemia do novo coronavírus no México e no Brasil, países nos quais os governos adotaram uma política negacionista frente ao Covid-19, torna qualquer prognóstico incerto no momento.

“Não é o plano no momento, mas poderia ser. Não estou dizendo que não vai acontecer, mas não é o plano. O Plano A são oito corridas na Europa, e esperamos que no período seguinte possamos definir quais vão ser as nossas corridas fora [do continente]”, disse o dirigente.

“O modelo para essas corridas europeias, uma vez que elas vão ser sem público, é bem diferente do modelo que usamos no passado. Então, isso significa que há margem para ir para lugares diferentes. Mugello, Hockenheim, Ímola, Jerez: há vários lugares que são possibilidades e vamos analisar isso”, citou Brawn.

Enquanto Hockenheim é um palco tradicional da F1 e recebeu aquela que foi considerada a melhor corrida da temporada passada, Mugello é um dos circuitos ais importantes do calendário da MotoGP, foi o cenário do recorde absoluto de velocidade da categoria — 356,7 km/h com Andrea Dovizioso no ano passado, mas jamais recebeu uma corrida do Mundial de Fórmula 1.

Jerez, circuito espanhol cravado no sul do país, na Andaluzia — perto de Sevilha —, recebeu a categoria máxima do automobilismo mundial em cinco oportunidades: de 1986 a 1990 como palco do GP da Espanha e, em 1994 e 1997, como pista do GP da Europa. E Ímola, localizada na Itália, perto de Bolonha, recebeu o GP da Itália em 1980 e, de 1981 a 2006, abrigou o GP de San Marino.

O GRANDE PRÊMIO entrou em contato com a administração do circuito de Jerez, que, segundo resposta, ainda não foi procurado pela categoria. “Sentimos muito. Mas, por enquanto, não chegou até nós nenhuma informação a esse respeito e tampouco aparecemos no calendário da F1 para 2020 que foi tornado público”.

Na visão do britânico, a possibilidade de realizar corridas em outros circuitos na Europa e sem público são mais fáceis do que, por exemplo, como a de Singapura e de Hanói, que compreendem a montagem de estruturas próprias de circuitos urbanos. O GP do Vietnã, uma das novidades da F1 para 2020, estava agendado para 5 de abril e foi adiado, assim como o GP da China, outrora marcado para o dia 19 do quarto mês.

“Todas essas corridas podem ser feitas num espaço relativamente curto porque, quando você não tem público, você não precisa vender ingressos, você não tem toda essa complicação envolvida. E quando você está negociando com um circuito permanente, claro que é relativamente fácil levar isso adiante”, explicou.

“Quando você tem de construir um circuito, aí é uma situação completamente distinta. Então eu acho que há um bom grupo de circuitos europeus bem interessantes que podem ser utilizados se nós tivermos alguma desistência”, finalizou Ross Brawn.

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