F1 volta das férias imprevisível e com briga múltipla por título dos Construtores

Depois de dois anos que se arrastaram, a F1 reencontrou o brilho com a temporada 2024. É bem verdade que Max Verstappen surge como virtual tetracampeão, mas há ainda muita coisa em jogo. E a volta das férias tem nos holofotes, principalmente, a excelente batalha pelo título do Mundial de Construtores.

É que as corridas melhoraram bastante em termos de disputas e imprevisibilidade e isso se deve, é claro, ao equilíbrio técnico que surpreendentemente marca o campeonato atual. Num regulamento basicamente congelado e que tinha a Red Bull tão distante das demais, McLaren e Mercedes entraram de vez no páreo, junto com uma Ferrari que tem bastante problema, mas vem bem na pontuação.

O GP dos Países Baixos marca o fim das tradicionais férias de verão da F1 e, possivelmente, terá sua edição mais aguardada desde 2021. Não tem um Verstappen X Lewis Hamilton quase que ponto a ponto, claro, mas a zona — no melhor sentido da palavra — na ordem de forças deixa tudo muito interessante.

O Mundial de Construtores é, hoje, o que há de melhor em termos de disputas na F1 2024. A pontuação mostra a Red Bull em vantagem, com 408 tentos anotados, mas o viés é claramente de baixa, já que o time se vê enfiado em uma crise interna, não terá mais Adrian Newey e, incrivelmente, errou feio nas atualizações. Isso sem falar no eterno fator Sergio Pérez.

A vice é a McLaren, com 366, surge como principal força técnica desde o GP de Miami e talvez seja até favorita ao título das equipes, mesmo atualmente atrás da rival austríaca em pontos. O problema dos laranjinhas vem mais na operação, nas estratégias e na falta de ímpeto de Lando Norris, ainda o piloto #1 da organização. Se Oscar Piastri crescer e tomar as rédeas da situação, o favoritismo britânico aumenta.

Aí tem a Mercedes, que sabe que a tarefa é bem mais complicada por ter só 266 pontos, mas talvez seja o time mais quente do momento, em determinados momentos superando até a própria McLaren e, principalmente, aproveitando tudo que é oportunidade: já são três vitórias no ano, por exemplo. E Hamilton e George Russell vivem bons momentos.

E tem a Ferrari, mas mais por uma questão matemática. Os italianos têm só 21 pontos a menos que a McLaren, mas o momento desde a vitória no GP de Mônaco é terrível. Foram só dois pódios depois daquilo e em circunstâncias extremas, nada que tenha vindo exatamente pela performance de um carro que perdeu muito em velocidade de reta, principalmente.

Em resumo, a briga hoje pela taça das equipes é tripla, podendo virar quádrupla caso a Ferrari pare de quicar e consiga retomar a velocidade, já que os pontos na tabela não foram poucos até agora. Por enquanto, é a Red Bull em crise interna e com o carro mais ou menos, mas que tem Verstappen X a consistentemente rápida e consistentemente falha McLaren X a empolgada e revisada Mercedes.

O campeonato ainda volta com outras questões interessantes a serem respondidas. Olhando um pouco para o Mundial de Pilotos, rapidamente se nota que atrás de Verstappen é um salve-se quem puder. Hoje a tabela aponta Norris, Charles Leclerc, Piastri, Carlos Sainz e Hamilton, nesta ordem. Há ainda um Russell que em breve deve passar Pérez e se juntar ao bolo. Em resumo: a briga pelo vice está totalmente aberta. Bem ou mal, é a batalha também pela posição de sonhar em pegar Max. Vai que?

Voltando ao enrosco das equipes, onde realmente há mais em jogo: RB e Haas se engalfinham por dólares cruciais em premiação para quem chegar em sexto, enquanto Alpine, Williams e a ainda zerada Sauber tentam aumentar o caixa e espantar o risco de lanterna.

Equilibrada tecnicamente e também em pontuação, a F1 vive um de seus retornos de férias mais aguardados dos últimos anos. Ainda bem.

A Fórmula 1 voltará às pistas após as férias de verão neste fim de semana, entre os dias 23 e 25 de agosto, para o GP dos Países Baixos, em Zandvoort.

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