Falhas de confiabilidade expõem fraqueza e ‘justiça torta’ da Mercedes ao longo do campeonato de 2014

Mercedes começou e terminou 2014 apresentando falhas de confiabilidade. Principal fraqueza do time, essas falhas não decidiram o campeonato nem a favor de Lewis Hamilton nem contra Nico Rosberg

A Mercedes fez o melhor carro de 2014, o F1 W05 Hybrid, mas ao longo do ano o bólido acabou apresentando algumas graves falhas de confiabilidade. Problemas graves atingiram tanto Lewis Hamilton quanto Nico Rosberg e, no final das contas, não foram decisivas para o desfecho do campeonato — nem mesmo a que tirou o alemão da zona de pontuação no GP de Abu Dhabi, disputado neste domingo (23), que valeu pontuação dobrada.

Do lado de Hamilton, foram duas falhas graves em corridas e duas em classificações. O inglês começou o ano abandonando na Austrália com um cilindro inoperante e se viu imediatamente com 25 pontos de desvantagem.

Depois de muito trabalho duro para descontar essa diferença — e momentaneamente liderar o campeonato entre os GPs da Espanha e de Mônaco —, Hamilton lamentou um segundo abandono no GP do Canadá. Dessa vez, a culpa foi dos freios. Em Montreal, Rosberg também sofreu do mesmo mal, mas permaneceu na pista e terminou a prova em segundo.

Hamilton também teve de deixar dois treinos classificatórios prematuramente na Alemanha e na Hungria. Em Hockenheim, o disco de freio dianteiro direito quebrou e provocou um forte acidente. Ele teve de largar em 20º, mas se recuperou para terminar em terceiro. Em Budapeste, foi um incêndio na classificação que custou caro e o colocou no pit-lane na hora da largada, porém ele novamente foi capaz de chegar em terceiro. Ao todo, nestas quatro corridas, perdeu 50 pontos para Rosberg.

Lewis Hamilton desce da Mercedes após incêndio no Q1 na Hungria (Foto: Getty Images)

Do lado de Rosberg, foram duas falhas que tiveram graves consequências — a de Abu Dhabi, diante das circunstâncias, não mudou o rumo do campeonato.

Na Inglaterra, ele liderava até abandonar com a caixa de câmbio quebrada. A vitória, entretanto, não estava garantida: Hamilton se aproximava perigosamente para ameaçar sua soberania. Em Cingapura, um fio quebrado na coluna de direção causou uma pane geral no carro, que sequer partiu para a volta de apresentação. Empurrado para os boxes, largou de lá, mas tinha dificuldades para acompanhar o ritmo de Caterham. Teve de desistir.

Hamilton venceu essas duas provas e ganhou 50 pontos na briga pelo título. Os pontos ganhos em Cingapura foram cruciais: transformaram uma desvantagem de 22 em uma vantagem de três. Foi a segunda vez que o inglês assumiu a liderança. Dessa vez, de forma definitiva.

Esse episódio aconteceu um mês depois de Hamilton perder 18 pontos para Rosberg por causa do toque do GP da Bélgica.

Depois de abandonar o GP de Cingapura, Nico Rosberg teve de acompanhar a prova do pit-wall (Foto: Getty Images)

O levantamento feito deixou de lado as falhas que ocorreram em treinos livres. Na Itália, por exemplo, cada um perdeu uma sessão devido a defeitos no carro.

A Mercedes de forma alguma quis compensar um problema com outro e inclusive trabalhou intensamente em Abu Dhabi para garantir que ambos tivessem condições de chegar ao final. Mas, de acordo com o desenrolar dos fatos ao longo da temporada, as falhas de confiabilidade de cada piloto acabaram exercendo uma ‘justiça torta’ que não impactou na definição do campeão.

Em Abu Dhabi, na terceira falha grave de Rosberg em uma corrida, ele estava atrás de Hamilton, que indicava ter a prova sob controle.

BICAMPEÃO

A esperança de Nico Rosberg não durou mais de 50 metros ou 3 segundos. Sua horrível largada no GP de Abu Dhabi deste domingo (23) deu de bandeja — sem bebida alcoólica — a liderança para Lewis Hamilton. Se em nenhum momento o alemão esboçava qualquer reação, o carro passou a apresentar um problema no ERS. Já era.

A falha de Rosberg significaria nas condições normais dizer que Hamilton conquistou seu segundo título com mais uma vitória tranquila. Mas Felipe Massa estava empolgado como há tempos não se via. Com uma Williams andando no ritmo da Mercedes, tentou caçar a vitória depois de liderar a prova. Faltou pouco. Ao menos, Massa conquistou seu melhor resultado desde o GP do Japão de 2012 e o terceiro pódio na temporada.

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MELHOR SENSAÇÃO NO MELHOR DIA DA VIDA

Lewis Hamilton não conteve a lágrimas em Abu Dhabi. Na entrevista conduzida pelo ex-piloto Martin Brundle, Lewis agradeceu aos fãs e disse que vive o melhor dia de sua vida. “Uma coisa que quero dizer é um muito obrigado a todos os fãs que vieram até aqui, todas as bandeiras, bonés, fizeram a diferença. Todos os meus amigos, meus pais, minha mãe está em casa. Não consigo explicar. Sinto ainda mais que o primeiro. Parece que foi a primeira vez”, disse o recém-coroado campeão.

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É SÓ O COMEÇO PARA 2015

O ano do renascimento da Williams terminou como a equipe poderia imaginar em alguns de seus pensamentos mais otimistas. O primeiro pódio duplo do time de Grove desde 2005, com Felipe Massa em segundo e Valtteri Bottas logo atrás. Além de um grande ano para a Williams, a segunda metade de 2014 foi também de recuperação de Massa. E o GP de Abu Dhabi finalizou o ano em alta.

"A prova foi fantástica para nós. Eu não esperava ter esse ritmo, especialmente com os mesmos pneus. Lewis estava um pouco rápido demais. Foi perto, um bom começo para o ano que vem", disse.

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