Ferrari afirma que asa flexível da McLaren foi decisiva na F1 2024: “Fez enorme diferença”

Frédéric Vasseur destacou que teto de gastos limitou desenvolvimento e foi uma das razões pela resposta tardia da Ferrari, que utilizou as asas flexíveis somente no GP de Singapura

Chefe da Ferrari, Frédéric Vasseur declarou que as asas flexíveis e o aval da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) em permitir o uso dessas peças foram fatores decisivos na disputa da temporada 2024 da Fórmula 1. O expediente foi utilizado pela McLaren no último ano, equipe que levou o Mundial de Construtores após 26 anos.

A Ferrari e a Red Bull foram as equipes que pediram explicações à FIA com relação ao uso das asas flexíveis. Durante o GP da Bélgica, câmeras foram colocadas nas asas dianteiras, sobretudo da McLaren e Mercedes. De acordo com o órgão, elas respeitavam as regulamentações técnicas da F1.

Entretanto, Vasseur explicou os motivos da Ferrari não responder de imediato. Primeiro, pela demora no retorno da FIA que, segundo o dirigente, foi de dois meses. Depois, a limitação causada pelo teto de gastos.

“Acho que sim”, disse Vasseur ao ser questionado se a asa flexível foi um fator decisivo no campeonato. “Frustrado com isso, pois é um claro ganho de desempenho, e ficamos dois meses esperando a decisão, se era legal ou não. E tem o teto de gastos, que sempre deve ser considerado. Tem de ser eficiente com o orçamento”, prosseguiu.

Asas dianteiras da McLaren estiveram no centro de polêmica em 2024 (Foto: AFP)

“Significa que quando começa o desenvolvimento de algo e não dá certo, foram desperdiçados € 600 mil (cerca de R$ 3,82 milhões). Teve a discussão sobre a história da Red Bull há dois anos. Isso não é sobre queimar meio milhão (aproximadamente de R$ 3,18 milhões), mas ser meio milhão dentro de € 150 milhões (R$ 955,5 milhões)”, continuou o chefe da Ferrari.

“É meio milhão dentro de uns três ou quatro milhões para desenvolver. Tem o pessoal, os custos com corridas, isso e aquilo. Ao desenvolver, tem alguns milhões para gastar. Seria uma pequena quantia, mas queimar esse meio milhão por nada, isso te impede de usar esse recurso em outra área. Com certeza, para mim, é o que fez ir além do limite na história [da Red Bull]”, completou.

Diante de uma temporada tão equilibrada, com as quatro principais equipes vencendo ao menos quatro corridas cada e com sete pilotos diferentes conquistando GPs, Vasseur destacou que qualquer detalhe pode fazer grande diferença — como, na visão do dirigente, aconteceu com a asa flexível.

“Quando a competição está mais disputada, mais os detalhes são observados. Quando se está 0s6 de diferença, não tenho certeza de que estão prestando atenção aos detalhes. Mas quando falamos de corridas como em Monza, quando quatro ou cinco carros estão separados por 0s1, e se tem uma asa flexível ou algo do tipo, faz enorme diferença”, falou o chefe da Ferrari.

Ferrari só conseguiu reagir no GP de Singapura, 18ª etapa da temporada (Foto: AFP)

“Talvez isso seja consequência do fato de termos um regulamento rígido, o que torna mais difícil o desenvolvimento, mas isso também deixa o campeonato mais disputado”, completou.

A Ferrari adotou a asa flexível durante 2024, mas somente na reta final do campeonato, apenas no GP de Singapura — a 18ª de 24 etapas do calendário. Perguntado se a peça custou mais do que o desenvolvimento do assoalho em 2024, Vasseur se esquivou, mas voltou a ressaltar a dificuldade com o teto orçamentário.

“Não sei [se não ter a asa flexível custou mais do que o assoalho] porque não dá para refazer a temporada, não é a mesma abordagem. Uma coisa é algo que já sabíamos, e estamos um pé atrás para decidir o caminho que vamos optar. Outra é o desenvolvimento, e não esperávamos ter esse problema. Com a asa, é apenas uma questão matemática”, encerrou o chefe da Ferrari.

Agora, a Fórmula 1 está oficialmente de férias. A próxima atividade é exatamente a sessão única de testes coletivos de pré-temporada, marcada para os dias 26, 27 e 28 de fevereiro, no Bahrein. A temporada 2025 começa com o GP da Austrália, nos dias 14-16 de março.

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