Ferrari defende “mesma abordagem de 2024”, mas admite: “Não se acha 0s4 com mágica”
Frédéric Vasseur admitiu que a Ferrari precisa melhorar "em todos os lugares", mas explicou que um progresso em desenvolvimento significa "a soma de centésimos em várias áreas"
A Ferrari teve um começo de temporada 2025 no clássico molde expectativa × realidade, mas Frédéric Vasseur defendeu que o método de trabalho precisa ser o mesmo aplicado em 2024, quando também iniciou o campeonato com um défict considerável e conseguiu se recuperar a ponto de brigar pelo título. O chefe da equipe, no entanto, reconheceu que a SF-25 precisa melhorar “em todos os lugares”.
O frenesi em torno da Ferrari foi motivado por dois fatores, em especial. O primeiro, claro, a chegada do heptacampeão Lewis Hamilton, porém a promessa de um carro “99% novo” para fazer frente à McLaren e à Red Bull também gerou na torcida italiana a sensação de que o Cavallino Rampante partiria como uma das favoritas aos dois Mundiais.
Vieram, então, as primeiras corridas, e a Ferrari não só ficou atrás de McLaren e Red Bull, como também foi ultrapassada pela Mercedes. Embora Hamilton tenha vencido a corrida sprint na China, a equipe enfrentou duro golpe com a desclassificação dupla na corrida em Xangai. No Japão, terminou em quarto e sétimo com Charles Leclerc e Lewis, respectivamente.
Depois da corrida em Suzuka, Vasseur conversou com a imprensa e tentou minimizar o sentimento de frustração, usando de exemplo o ano passado. “Não passei o inverno criando expectativas para a primeira corrida, fomos para a Austrália para correr e tentar tirar o melhor proveito do que temos.”

“Tivemos exatamente essa mesma abordagem no ano passado. Conseguimos reverter, estávamos 0s6 atrás nas duas primeiras corridas e conseguimos nos recuperar durante a temporada. Isso significa que temos de manter a mesma abordagem, a diferença não importa”, salientou.
“Os resultados de hoje [domingo] devem nos ajudar a executar um trabalho melhor na próxima semana, para melhorar o potencial e extraí-lo do carro. Temos de melhorar em todos os lugares, mas pelo menos avançamos em comparação com a última corrida em termos de funcionamento. Certamente não é o início ideal, mas ainda a temporada é longa, com 21 GPs pela frente”, completou Vasseur.
A fala de Vasseur vai ao encontro do que Leclerc pontuou durante o fim de semana ao dizer que havia tido uma maior compreensão da SF-25. “Ele está mais feliz com o equilíbrio que teve neste fim de semana, mas ainda estamos nos estágios iniciais desses carros e estamos melhorando a cada estapa. Todos estão na mesma situação, o mais importante agora é dar um passo maior do que os outros.”
Para o GP do Bahrein, que acontece neste fim de semana, a Ferrari deve colocar em pista o primeiro pacote de atualizações, porém o dirigente francês mais uma vez dosou a expectativa. “O grande passo à frente que demos no ano passado não foi por termos encontrado uma varinha mágica. Nunca vamos encontrar algo no carro que signifique 0s3 ou 0s4.”
“Muitas vezes, quando consegue uma melhora, é porque juntou dez áreas de 0s02 ou 0s03. Melhorando o equilíbrio, ajuda o piloto a tirar o melhor proveito do carro”, seguiu.
“No sábado [em Suzuka], acho que não estávamos tão longe. Foi muito difícil para nós, mas creio que a McLaren passou pelo mesmo em volta completa. Se olharmos para a volta de Charles, ele perdeu 0s15 na última chicane e 0s1 na primeira curva. Isso não é uma desculpa, não estou tentando dizer que temos o melhor carro, mas acho que é exatamente o mesmo para todos: quando se está chegando a um ponto, é muito difícil tirar o melhor do carro. Precisamos melhorar nisso, na dirigibilidade, para extrair o melhor do potencial”, encerrou Vasseur.
A Fórmula 1 volta de 11 a 13 de abril para o GP do Bahrein, em Sakhir, quarta etapa da temporada 2025.
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