Ferrari vê padronização de peças na F1 como “risco” por perda de confiabilidade

Mattia Binotto, chefe da Ferrari, não está convencido de que padronizar peças é o melhor caminho para o futuro da F1. O dirigente cita a F2, que precisou fazer largadas com safety-car em 2018 por problemas na embreagem padrão, como exemplo

A padronização de determinadas peças nos carros da Fórmula 1 é apontada como forma de cortar gastos de equipes, só que há quem tenha uma pulga atrás da orelha com a ideia. A Ferrari acredita que a categoria arrisca uma perda de confiabilidade, o que pode causar problemas graves.
 
Quem levantou a questão foi Mattia Binotto, chefe de equipe. O dirigente cita o exemplo da Fórmula 2, que teve falhas de embreagem em largadas de 2018. A situação era perigosa, com carros parados no grid enquanto outros tinham pouco tempo para reagir e desviar.
 
“A gente acredita que a padronização pode ser até um risco para a F1 no futuro, porque você não sabe qual é confiabilidade inicial que você tem em uma peça padrão”, disse Binotto. “Olhando para trás, a gente teve esse problema na F2, por exemplo. Uma embreagem padrão e em muitas corridas eles precisaram largar atrás do safety-car porque a embreagem não era confiável o suficiente. A gente pode aceitar a padronização, mas precisamos nos assegurar de que é confiável, no nível certo de qualidade e de performance que você espera na F1”, seguiu.
Mattia Binotto vê com desconfiança a padronização de peças da F1 (Foto: Ferrari)

A posição da Ferrari não causa surpresa, já que a equipe é contra tanto a padronização de peças quanto a proposta do teto orçamentário. E, mesmo que fosse a favor de um controle rígido de gastos, Binotto sente que a embreagem pode não ser tão efetiva.

 
“Você precisa garantir que não tenhamos custos extras simplesmente por fazer um componente padrão. Acreditamos que, com a maioria das peças padrão que propusemos para 2021, vamos precisar também redesenhar o carro. Precisamos nos assegurar que esse componente, qualquer que seja, funcione. Isso é um custo extra. Não um custo que você tem de 2021 em diante, mas um custo que você tem de agora até 2021”, encerrou.
 
A Ferrari já disse que pode aceitar um teto orçamentário, mas desde que não haja um controle mais rígido sobre em que áreas o dinheiro pode ser gasto. A equipe italiana, assim como a Mercedes, são as equipes que encaram a situação com maior desconfiança, o que atrasa as negociações.
 

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