FIA defende safety-cars e retruca Verstappen: “Velocidade é ditada pelo controle de prova”

A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) não engoliu calada o ataque de Max Verstappen ao safety-car utilizado durante o GP da Austrália de Fórmula 1. A entidade máxima do automobilismo saiu em defesa do carro de segurança, atestou a qualidade do bólido e lembrou que a velocidade utilizada durante a intervenção nas corridas é determinada pelo controle de prova.

No fim de semana, o safety-car foi acionado duas vezes durante a disputa em Melbourne: na segunda volta, quando Carlos Sainz foi parar na brita; e na volta 23, quando Sebastian Vettel sofreu um acidente. Nas duas ocasiões, Verstappen ficou atrás do líder Charles Leclerc.

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Após a corrida, o campeão vigente da F1 disparou contra o carro de segurança e atacou especificamente o modelo fornecido pela Aston Martin, que considerou inferior ao da Mercedes. Desde 2021, as duas marcas se revezam no fornecimento do safety-car e do carro médico.

“Temos pouca aderência e o safety-car estava pilotando muito devagar, parecia uma tartaruga. Inacreditável. Andar a 140 km/h na reta, quando não havia nenhum carro danificado na pista, me faz não entender porque estávamos tão devagar. Temos que investigar isso”, esbravejou Verstappen, atual campeão mundial e com somente 25 pontos somados nas três primeiras corridas da F1 2022.

“Com certeza o safety-car da Mercedes é mais rápido por conta da aerodinâmica extra, porque esse da Aston Martin é realmente devagar. Definitivamente precisa de mais ritmo, porque nossos pneus estavam muito frios. No momento, a maneira com a qual estamos pilotando atrás do carro de segurança é bem terrível”, continuou o piloto da Red Bull.

Leclerc até deu razão para as queixas de Verstappen, mas disse que desistiu de reclamar quando viu que Bernd Maylander, piloto do carro de segurança, estava no limite.

“Para ser sincero, tudo sempre parece devagar quando estamos dentro dos carros. É muito difícil, especialmente nos compostos que estávamos usando na hora, os duros. Estava com muitas dificuldades de colocar temperatura neles. Honestamente, eu queria reclamar, mas então vi o quanto o safety-car estava deslizando nas curvas e pensei que não havia mais nada que ele poderia fazer. Não quis colocar pressão”, analisou Leclerc.

Em uma nota divulgada nesta quinta-feira (14) pelas redes sociais, a FIA lembra que a finalidade do safety-car é proteger não apenas os pilotos, mas também os fiscais e demais profissionais envolvidos e que a velocidade do carro é ajustada de acordo com a necessidade do momento.

“A luz de comentários recentes em relação ao ritmo do safety-car da Fórmula 1, a FIA gostaria de reiterar que a função primária do safety-car da Fórmula 1 não é, claro, velocidade total, mas a segurança dos pilotos, fiscais e oficiais”, disse a nota. “O procedimento de safety-car leva em conta múltiplos objetivos, dependendo do acidente em questão, incluindo a necessidade de ‘amontoar’ o pelotão, negociar a recuperação de incidente ou detritos na pista de uma maneira segura e ajusta o ritmo de acordo com as atividades de recuperação que podem estar acontecendo em partes diferentes da pista”, seguiu.

Além disso, a entidade lembra que os carros são de alta qualidade, mas têm a velocidade determinada pelo controle de prova.

“A velocidade do safety-car é, portanto, geralmente ditada pelo controle de prova, e não limitada pela capacidade dos safety-cars, que são veículos sob medida de alta performance preparados por duas fábricas de alto nível mundial, equipados para lidar com condições de pista variáveis o tempo todo e guiados por pilotos e copilotos altamente experientes e capazes”, defendeu. “O impacto da velocidade do safety-car na performance dos carros que estão seguindo é uma consideração secundária, já que o impacto é igual para todos os competidores que, como é sempre o caro, são responsáveis por guiar de maneira segura o tempo todo de acordo com as condições de seus carros e do circuito”, encerrou.

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