Fórmula 1 fala em evitar “correr riscos desnecessários” por coronavírus

Diretor-esportivo da F1, Ross Brawn vê no novo coronavírus “uma ameaça muito séria, de modo que temos de tomar as decisões necessárias e corretas”. O dirigente britânico, contudo, avisou. “Não podemos nos fechar por completo”. Em reunião do Conselho Mundial do Esporte a Motor, a FIA informou a criação de uma “célula de crise” para monitorar a situação e se reunir a cada dois dias

Ao mesmo tempo em que o novo coronavírus avança ao redor do mundo, o esporte tenta resguardar público, atletas e profissionais envolvidos. Assim como várias competições em todo o planeta, o esporte a motor ficou bastante comprometido neste começo de ano em razão do Covid-19 e enfrentou uma série de adiamentos e cancelamentos. A F1, por exemplo, teve de adiar o GP da China, que aconteceria em 19 de abril e que ainda não tem uma nova data prevista. A MotoGP não corre no Catar neste fim de semana e lida com o risco de perder o GP das Américas, em Austin, enquanto a Fórmula E adiou os ePs de Sanya, na China, e de Roma, na Itália.

 
O DTM, por exemplo, que tinha marcado a realização dos testes de pré-temporada em Monza, na Itália, teve de refazer os planos e transferir os trabalhos para Hockenheim. A Super Fórmula japonesa, por sua vez, precisou cancelar os testes que estavam previstos para o fim de março, em Suzuka.
 
A F1, ciente da imprevisibilidade do novo coronavírus, se mostra muito cautelosa a respeito da sequência do calendário. Ao mesmo tempo em que, neste momento, garante as realizações dos GPs da Austrália, em 15 de março; do Bahrein, marcado para uma semana depois da etapa de Melbourne; e do Vietnã, em 5 de abril, se preocupa com o atual cenário e avisa que não vai correr riscos para levar o cronograma original adiante.
 
“É um desafio neste momento, um desafio ao qual todos nós estamos enfrentando. Acho que a chave é tentar manter o esporte da forma mais segura possível. Não podemos correr riscos desnecessários, mas tampouco podemos nos fechar por completo”, disse Ross Brawn, diretor-esportivo da F1 em entrevista veiculada pelo site norte-americano ‘Motorsport.com’.
Ross Brawn pede cautela neste momento de crise provocado pelo coronavírus (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)
“Quero dizer que, se toda a economia se fechar por completo, isso teria um impacto muito mais grave do que o coronavírus. Mas o coronavírus é uma ameaça muito séria, de modo que temos de tomar as decisões necessárias e corretas”, salientou.
 
“Em cada país estamos trabalhando com as autoridades de saúde locais para decidir quais são as ações apropriadas para tomar. Todas as equipes, por exemplo, estão minimizando a quantidade de pessoas que viajam. De modo que estamos tomando todas as preocupações sensatas que podemos tomar e temos de seguir o conselho da autoridade de saúde”, explicou.
 
“No momento, as três primeiras corridas da temporada estão marcadas. Mas esta é uma situação que pode ir mudando dia após dia. Por isso, temos de reagir para assim estarmos prontos para responder a qualquer tipo de consequência”, complementou o dirigente, que citou o exemplo do adiamento da quarta etapa da temporada, outrora prevista para Xangai.
 
“Quando adiamos o GP da China, o motivo pelo qual tivemos de tomar a decisão é que a equipe que estava a ponto de sair para chegar à China não poderia ficar parada em alto mar. Tivemos de tomar esta decisão e, então, adiar a corrida. A equipe sabe como abordar todo este assunto, todos responderam fantasticamente bem para tentar garantir que todas as corridas possam ser disputadas”, completou.
 
Na última sexta-feira, durante reunião do Conselho Mundial do Esporte a Motor, a FIA anunciou que criou um gabinete de crise para tratar exclusivamente das consequências do Covid-19, com reuniões a cada dois dias para debater possíveis mudanças no cronograma original previsto pela entidade nas suas competições.
 
“O professor Gérard Saillant, presidente da Comissão Médica da FIA, fez uma apresentação detalhada sobre o desenvolvimento do surto de coronavírus Covid-19. Uma célula de crise da FIA foi estabelecida e se reúne a cada dois idas para considerar os últimos desenvolvimentos em todo o mundo”, informou a FIA em nota.
 
“A FIA continua a monitorar de perto a situação e suas implicações, juntamente com seus automóveis clubes e promotores, e segue os conselhos das autoridades relevantes, incluindo governos e a Organização Mundial de Saúde. A FIA vai avaliar o calendário das suas próximas competições e tornará as medidas necessárias para ajudar a proteger a comunidade global do esporte a motor e o público em geral, incluindo o adiamento das competições, quando necessário”, complementou.

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