Fragilidade de Honda e Renault e erro grosseiro da Mercedes encabeçam lista de decepções da temporada da F1

Não foi só de domínio prateado e sucesso ferrarista que viveu a F1 na primeira parte da temporada 2015. O campeonato também testemunhou alguns desapontamentos, como a parceria ainda de poucos resultados entre a McLaren e a Honda, o fraco motor Renault e o erro quase amador da Mercedes em Mônaco. O GRANDE PRÊMIO listou as cinco maiores decepções ao longo das dez corridas iniciais do Mundial

2015 tem sido novamente um ano de domínio da Mercedes. E ninguém ousa imaginar que os alemães possam perder a taça. A temporada também viu com bons olhos o ressurgimento da Ferrari, pelas mãos habilidosas de Sebastian Vettel, além de algumas corridas muito boas, com disputas acirradas, ainda que não propriamente pela vitória. Só que o Mundial não viveu só de sucessos e alegrias, o campeonato também reservou alguns despontamentos, e o maior deles talvez tenha sido a McLaren Honda.

Por isso, o GRANDE PRÊMIO traz nesta quinta-feira (13) a lista das cinco maiores decepções da primeira metade do campeonato de 2015.

1) REINÍCIO COMPLICADO DA PARCERIA ENTRE A MCLAREN E A HONDA
 
Quando do anúncio, em maio de 2013, de que a Honda voltaria à F1 em uma reedição da parceria com a McLaren, a expectativa por um novo capítulo de sucesso foi alta, especialmente dada a excelência que permeia o trabalho das duas empresas. A montadora japonesa havia decidido que era hora de retomar seu lugar na maior das categorias de monopostos — mas, desta vez, apenas como fornecedora de motores — e aproveitou uma drástica mudança nos regulamentos técnicos para traçar o caminho para esse retorno. 
 
A escolha pela McLaren teve, obviamente, a ver com o histórico vitorioso vivido por ambos no passado. Entre 1988 e 1992, foram 80 GPs disputados e com um aproveitamento incrível: 44 vitórias, 91 pódios, 53 poles e oito títulos mundiais. Ayrton Senna foi o grande vencedor durante este período, conquistando nada menos do que 30 das suas 41 vitórias na F1 durante a parceria entre McLaren e Honda.
Jenson Button não pode participar da classificação após um problema com o motor da Honda (Foto: AP)
E o motor V6 híbrido foi o impulso que a fabricante precisava para voltar. Porém, a Honda optou por não entrar na competição no primeiro ano de atuação das novas unidades de energia, preferindo desenvolver seu produto ao longo de um ano inteiro antes de encarar a concorrência. O campeonato de 2014 e as falhas das rivais foram cuidadosamente analisados. Tudo isso, entretanto, pouco adiantou na prática.
 
Na prática, o motor Honda sofreu desde o instante em que foi à pista pela primeira vez, em um teste em Silverstone, com um modelo de desenvolvimento da McLaren. A fabricante ainda testou em Abu Dhabi, nos treinos pós-campeonato. Mais tarde, em fevereiro de 2015, aí já equipando o MP4-30 de 2015, a Honda iniciou os testes da pré-temporada.
 
As atividades na Espanha deixaram claras as deficiências do conjunto japonês. A equipe pouco acumulou em quilometragem devido às constantes falhas de confiabilidade. Os trabalhos ainda ficaram marcados pelo estranho acidente sofrido por Fernando Alonso, em Barcelona, na penúltima bateria de treinos coletivos.
 
Quando a temporada começou de vez, na Austrália, a McLaren começou a perceber que os problemas poderiam ser até maiores. Com a potência limitada, principalmente para prevenir novas falhas, a equipe ficou longe das rivais habituais e se viu no fundo do grid constantemente. As primeiras provas foram quase desastrosas: superaquecimento, problemas de freios, falhas eletrônicas, danos de escapamento, foram algumas das dificuldades. Sem contar a punição quilométrica tomada, já na Áustria, por exceder o número de motores por ano.
 
E o Q2 foi o máximo que a equipe que tem como pilotos os campeões Jenson Button e Fernando Alonso conseguiu até aqui. Quase sempre longe dos pontos, a McLaren só foi conseguir pontuar mesmo em Mônaco, com Jenson Button. A pista travada, claro, foi fundamental para que o inglês alcançasse o top-10.
 
Porém, apesar dos pontos, a equipe inglesa e a fabricante japonesa continuaram sofrendo com a falta de confiabilidade. Tanto que tiveram de amargar punições por troca de motor antes mesmo da metade do ano. E, ao todo, foram nove abandonos – cinco de Alonso e quatro de Button até aqui.
 
O alento, no entanto, finalmente veio na Hungria. Novamente, aproveitando as características da pista húngara e as falhas dos rivais, a McLaren finalmente conseguiu colocar seus dois carros na zona de pontos. Agora, para a segunda fase do Mundial, o time inicia com 17 pontos.
Jenson Button e Fernando Alonso pontuaram na Hungria (Foto: McLaren)
2) A FRAGILIDADE DA RENAULT
 
Definitivamente, a Renault não conseguiu se entender muito bem com os motores V6 híbridos, introduzidos no campeonato em 2014. A montadora enfrentou todo o tipo de problema de contabilidade e falta de potência na temporada passada, mas o fato de a Red Bull ter vencido em três oportunidades acabou por mascarar as deficiências da unidade de energia dos franceses. Neste ano, entretanto, o cenário se mostrou mais sombrio.
 
Mesmo com a permissão para desenvolver alguns setores específicos do motor, por meio das ‘fichas’, a verdade é que o salto de qualidade da Renault foi pequeno. E suas clientes — agora apenas a equipe austríaca e a Toro Rosso — sofrem, embora tenham carros razoavelmente competitivos, especialmente a segunda.
 
A confiabilidade novamente é calcanhar de Aquiles dos gauleses. Levando em conta as duas equipes, já foram sete abandonos em dez provas. Os dois times também já extrapolaram o limite de quatro unidades por temporada. 
 
Daniel Ricciardo e Daniil Kvyat vão perder dez posições no grid de largada do GP da Áustria, enquanto Max Verstappen, da Toro Rosso, foi punido no Canadá pelo mesmo motivo.
Max Verstappen encosta a Toro Rosso na parte final da corrida chinesa (Foto: AP)
3) A INCONSTÂNCIA DA WILLIAMS
 
A Williams terminou a temporada 2014 como a equipe mais próxima da Mercedes na pista. E a ideia era que continuasse nessa mesma toada em 2015. Mas a concorrência com a Ferrari pegou a equipe inglesa de surpresa. E o tempo de recuperação não foi dos melhores. Além disso, o time de Grove acabou revivendo alguns erros do passado, especialmente no que diz respeito à operação e estratégia. O carro britânico também já apresentou uma velha deficiência: a falta de desempenho com piso molhado.
 
Logo depois da primeira corrida do ano, na Austrália, em que a equipe britânica largou apenas com Felipe Massa e viu a perda do pódio para um melhor ritmo de Sebastian Vettel e a Ferrari, o sinal de alerta acendeu. Mas a Williams preferiu trilhar o caminho do conservadorismo, o que muitas vezes a fez deixar escapar resultados. 
 
A equipe chefiada por Claire Williams também sofreu em pistas mais travadas, especialmente em Mônaco. O FW37, assim como o antecessor, peca em circuitos de baixa velocidade. E o erro mais evidente da esquadra aconteceu em Silverstone, quando o carro deixou a desejar na chuva, e os engenheiros ainda demoraram a tomar decisões quanto as paradas nos boxes.
A liderança de Felipe Massa foi até o primeiro pit-stop neste domingo em Silverstone (Foto: AP)
4) A SINA DE PASTOR MALDONADO
 
Para 2015, a Lotus decidiu desfazer uma ligação histórica com a Renault e se rendeu ao melhor motor da atualidade ao fechar acordo com a Mercedes. A decisão, claro, se mostrou acertada, dada a situação vivida pela fabricante francesa, mas ainda era preciso construir um bom carro. E a equipe de Enstone conseguiu. Não é nada excepcional, mas convence e tem potencial para alcançar até a Red Bull. O único problema do time é a irregularidade de seus pilotos, especialmente Pastor Maldonado.

Até o momento, com dez provas disputadas até aqui, o venezuelano possui 12 pontos e a 14ª colocação no Mundial de Construtores. Só que o envolvimento em acidentes parece não ter fim. Foram quatro abandonos por incidentes de pista: Austrália, China, Espanha e Inglaterra.

O excesso de ímpeto também marca a temporada de Maldonado. Mas de um jeito ruim. Apesar das disputas mais acirradas, o piloto tem sido bastante repreendido pelos comissários. E é o piloto com mais número de pontos na carteira: são 12 até o momento.

Pastor Maldonado e Max Verstappen quase se tocam em disputa no GP do Bahrein. Olha essas faíscas (Foto: AP)
5) O GROSSEIRO ERRO DA MERCEDES
 
A Mercedes não vive só de vitórias e sucessos. A equipe alemã também não está livre de infortúnios e decisões erradas. Porém, em seu atual momento de supremacia, qualquer problema significa perder triunfos, se colocando sob os holofotes com explicações intermináveis.  E o episódio que melhor explica essa situação aconteceu em Mônaco, já nas voltas finais. 
 
Depois de ser derrotado por Nico Rosberg em Mônaco, Lewis Hamilton estava doido para dar o troco e vinha dominando o fim de semana em Monte Carlo. Largou da pole-position e estava liderando sem grandes dramas, caminhando para uma segunda vitória no Principado. Até que, com o safety-car provocado pelo acidente de Max Verstappen com Romain Grosjean, uma enorme confusão no pit-wall do time prateado provocou uma reviravolta.
 
O líder da prova ficou preocupado com a situação dos pneus e, acreditando que Rosberg e Vettel — o terceiro —, haviam parado nos boxes, bradou no rádio pedindo para fazer um pit-stop também. 
Lewis Hamilton em Mônaco (Foto: AP)
A equipe não entendeu desta forma, mas, para piorar a situação, cometeu um erro de cálculo. Lewis foi chamado com os engenheiros imaginando que seria possível continuar em primeiro apesar do pit extra. Não era, e ele se viu em terceiro após a parada. Claro que ficou furioso, chegou a quase parar na pista depois da bandeirada e ainda atropelou a marcação do terceiro posto no Parque Fechado.

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