GP do Brasil alega não ter sido informado pela FIA sobre cancelamento da corrida

Ao GRANDE PRÊMIO, assessoria da organização do GP do Brasil diz que não pode se manifestar. Prefeito de São Paulo, Bruno Covas confirma que foi notificado. A Fórmula 1 anunciou o cancelamento da etapa brasileira

A notícia do cancelamento do GP do Brasil de Fórmula 1 chegou via imprensa à organização e oficialmente ao governo da cidade de São Paulo.

A categoria comunicou oficialmente às 11h (de Brasília) que as etapas das Américas haviam deixado o calendário — além do Brasil, EUA e México foram cortados por conta dos crescentes números de casos de coronavírus; o Canadá acabou rifado por tabela. Minutos antes, a organização do GP disputado em Montreal já havia confirmado a informação através das redes sociais. Assim que a F1 divulgou o comunicado, o diretor do Circuito das Américas e a assessoria do GP no Hermanos Rodríguez também o fizeram.

O GRANDE PRÊMIO procurou a assessoria do GP do Brasil para ouvir sua parte. A resposta chegou depois das 13h. “Sobre as notícias divulgadas hoje, 24/07/2020, dando conta do cancelamento do GP Brasil de Fórmula 1 e das demais corridas das Américas, comunicamos que não recebemos até o presente momento nenhuma comunicação oficial da Federação Internacional de Automobilismo e, dessa forma, não poderemos nos manifestar.”

Concomitantemente, o prefeito Bruno Covas estava na coletiva de imprensa que diariamente o governo do estado de São Paulo organiza para falar do desenrolar das ações de combate, por assim dizer, ao coronavírus e dos números atualizados.

Prefeito de São Paulo, Bruno Covas falou também sobre o cancelamento do GP do Brasil

“Enviamos todos os dados à organização do evento, mostrando que a realidade da cidade de São Paulo — e do estado — é bem diferente da realidade brasileira que chegam em notícias para pilotos e equipes. A projeção mostra que em novembro estaríamos em uma situação bem melhor do que estavam os países europeus que já tiveram a realização de GPs. Destacamos, inclusive, que tanto as autoridades sanitárias do Estado, quanto as do município, desenvolveram protocolos para a realização de eventos automobilísticos aqui na cidade. Não há, desde já, qualquer proibição deste tipo de evento em São Paulo desde que, claro, ele ocorra sem público. Fomos notificados da decisão. Não é uma decisão que afeta apenas São Paulo, mas todos os GPs nas Américas e respeitamos a decisão”, disse Covas.

O prefeito ainda informou que “continua as tratativas com a organização do evento para a prorrogação do contrato a partir do ano que vem”.

De fato, a FIA, a Federação Internacional de Automobilismo, ainda não fez qualquer comunicado, GP do Brasil ou qualquer um outro, sobre a mudança no calendário da Fórmula 1. A única menção foi em redes sociais. Apenas a categoria se posicionou.

É a primeira vez desde 1972 que o GP do Brasil não será realizado. O país se tornou um dos principais palcos do campeonato desde então com as provas disputadas no velho circuito de Interlagos até 1980, com exceção de 1978, quando aconteceu em Jacarepaguá. O finado autódromo do Rio (Nelson Piquet) passou a receber a Fórmula 1 em 1981. O acordo durou até 1989. Na temporada seguinte, a categoria voltou ao autódromo José Carlos Pace, remodelado e encurtado, onde permanece desde então.

“Queremos prestar uma homenagem também aos nossos incríveis parceiros nas Américas e esperamos voltar na próxima temporada, quando mais uma vez vamos tentar emocionar milhões de fãs ao redor do mundo”, disse Chase Carey, o chefão da F1, no comunicado publicado nesta sexta-feira.

O contrato atual de São Paulo com a Fórmula 1 termina nesta temporada, e um imbróglio se arrasta há quase um ano. Há a tentativa da construção de um autódromo no Rio de Janeiro, que não só tem o envolvimento da família do presidente Jair Bolsonaro, mas agora a atuação do prefeito Marcello Crivella para que haja uma audiência pública virtual para que a área da região de Mata Atlântica de Deodoro.

Crivella pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o veto à audiência fosse derrubado. O ministro Dias Tóffoli concedeu parecer favorável à prefeitura do Rio. A audiência está marcada para 7 de agosto.

Veja como ficou o CALENDÁRIO 2020 do MUNDIAL de FÓRMULA 1.

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