Haas cresce sob comando de Komatsu e tem Hülkenberg como trunfo para assombrar RB
A Haas não gerou grandes expectativas no começo da temporada 2024 da Fórmula 1, mas cresceu com o campeonato em andamento e está viva na briga pelo sexto lugar do Mundial de Construtores com a RB — que indicava potencial maior, mas nunca saiu do lugar
Depois de uma pré-temporada que começou de forma vexatória, a Haas se aproximou da concorrência no final do período de testes e argumentou que os primeiros dias foram exclusivamente focados na gestão dos pneus — grande problema de 2023. Mesmo assim, o início — e até a metade — do campeonato não davam grandes sinais de que seria possível brigar por alguma coisa nos Construtores. Alguns meses depois, entretanto, uma evolução evidente e a grande temporada de Nico Hülkenberg deram novos motivos para sonhar.
Lanterna em 2023 e 2021, a Haas mudou de curso para 2024, demitiu Guenther Steiner e promoveu Ayao Komatsu ao posto de chefe. Ainda que os primeiros resultados do ano não tenham indicado que seria possível buscar o sexto lugar, ficou claro desde o início que o carro americano não vivia a draga do ano passado.
Curiosamente — ou não —, a evolução do carro preto e branco veio junto ao crescimento da Ferrari, grande parceira técnica na Fórmula 1 e que também focou no gerenciamento dos pneus de um ano para o outro. Apenas uma nota de rodapé em uma temporada surpreendente dos americanos, mas uma que vale a menção.
Claramente à frente de Sauber, Alpine e Williams, a Haas cresceu ao longo do ano em ritmo lento, mas sempre com resultados muito próximos dos pontos. Para se ter uma ideia, Hülkenberg — que pontuou em seis de 18 corridas — terminou em 11º incríveis sete vezes, o que dá a dimensão do talento que o time teve para capitalizar em cima de situações inesperadas.
Foi assim, por exemplo, que o alemão levou o carro ao sexto lugar duas vezes seguidas, na Áustria e na Inglaterra. Com a batida entre Lando Norris e Max Verstappen na primeira e o clima que tornou tudo incerto na segunda, Nico foi coletando corpos, aproveitou o cenário e somou 16 pontos nas duas provas. A quantia é mais da metade da Haas em todo o campeonato, no qual soma 31 tentos.
Em um duelo entre equipes de um carro, já que Daniel Ricciardo e Kevin Magnussen foram ofuscados pelos companheiros Yuki Tsunoda e Hülkenberg, Haas e RB (Visa Cash App RB) passaram a se ver em uma briga particular. Separadas por apenas três pontos (34 a 31), as esquadras veem a Aston Martin muito à frente, com 86, e a Williams já um pouco afastada, com 16.
Em uma parte do pelotão que os pilotos entram pensando em somar um ou dois pontos, as distâncias podem parecer pequenas, mas representam passos enormes. De fato, a luta pelo sexto lugar parece restrita aos dois times, e nenhum deles vai abrir mão dos milhares de euros que separam um posto do outro.
Até o GP de Mônaco, a impressão era de que a RB falhava em somar os pontos que estavam à disposição, muito por conta da disparidade entre Tsunoda e Ricciardo. Enquanto o japonês chegou a Monte Carlo com 18 pontos nas corridas principais, o australiano seguia zerado. Estava claro que a equipe poderia estar em situação melhor, mas não conseguiu aproveitar.
Enquanto o time italiano ia tropeçando nas próprias pernas, a Haas começou a crescer. O equilíbrio foi aumentando cada vez mais, ao ponto de as duas equipes terem ido a mesma quantidade de vezes ao top-10: dez para cada, contabilizando apenas as corridas principais dos finais de semana.
O discurso, de apenas tentar evoluir em relação ao desastre que foi 2023, mudou. O foco passou a ser o duelo com a RB pelo sexto lugar, algo que parece perfeitamente possível ao levar em consideração os resultados recentes e a forma de Hülkenberg.
Nem tudo é positivo, porém. Assim como a RB indica que poderia ter somado mais pontos caso Ricciardo estivesse em um nível melhor, o mesmo serve para Magnussen. Muito atrás do ritmo de Hülkenberg, o dinamarquês até conseguiu algumas boas apresentações, mas tem uma temporada muito mais marcada pelas estratégias kamikazes de segurar vários carros enquanto tenta ajudar o companheiro. Até conseguiu em alguns pontos somados, mas é muito pouco.
O fato é que Oliver Bearman, titular em 2025 ao lado de Esteban Ocon, indicou que teria mais a contribuir do que o veterano — que já foi até suspenso de uma corrida esse ano, no Azerbaijão. Foi em Baku, inclusive, que o inglês superou o próprio Hülkenberg na última volta e terminou em décimo, somando um ponto.
Com os dois ‘pilotos principais’ de cada equipe — Hülkenberg e Tsunoda — próximos em ritmo e no campeonato (24 pontos a 22 a favor do alemão), o sexto lugar do campeonato pode ser decidido pelos ‘secundários’ Magnussen e Lawson, este responsável por assumir o posto deixado por Ricciardo. De uma pré-temporada focada apenas em melhorar o trato dos pneus, a Haas foi ganhando terreno e se colocou muito perto de um time que indicava ter mais a mostrar. As atualizações até o fim do ano serão decisivas, e Komatsu quer comprovar que a saída de Steiner representou um upgrade em Kannapolis.
A Fórmula 1 agora volta entre os dias 18 e 20 de outubro para o GP dos Estados Unidos, em Austin.
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