Haas lamenta abandono de testes em Barcelona: “Grandes consequências”
Única equipe da Fórmula 1 que não pontuou em 2021, Haas sofreu com problemas no carro na pré-temporada de Barcelona, e o chefe Guenther Steiner lamentou o pouco tempo de pista
Equipe com menor número de voltas na pré-temporada da Fórmula 1 em Barcelona, a Haas não iniciou o ano de 2022 com boas notícias. Sofrendo com alguns problemas no carro ao longo dos três dias de testes na Catalunha, o time americano deu apenas 160 voltas ao redor do circuito — para efeito de comparação, a Ferrari foi a líder no quesito, com 439 giros completados. E o chefe da escuderia, Guenther Steiner, admitiu que o período poderia ter sido mais calmo.
“Não tivemos sessões o suficiente”, disse Steiner ao portal Motorsport. “No primeiro dia tivemos alguns problemas bem pequenos com grandes consequências. Talvez não tão grandes, mas consequências médias. Então, não fizemos o suficiente”, explicou.
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A Haas teve em 2021 o pior desempenho desde que estreou na Fórmula 1, em 2016, e não somou ponto algum em toda a temporada. O pesadelo recente se repetiu nos testes da semana passada, como uma série de problemas.
“Parte disso foi no assoalho. Mas de manhã tivemos um problema na bomba de combustível, um vazamento interno, então a pressão não estava boa”, revelou. “Então, tivemos o fluído da bateria vazando um pouco e a pressão foi embora — e você não pode usar a bateria assim, ou então corre o risco de queimá-la”, salientou.

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Steiner destacou ainda que o segundo dia de testes foi bastante útil para a Haas na coleta de dados, antes de um novo contratempo no terceiro e último dia encerrar prematuramente a pré-temporada da equipe — que terá mais três datas entre 10 e 12 de março para tentar consertar os problemas e acumular uma quilometragem maior.
“O segundo dia foi bastante bom, aprendemos muito e foi isso que me deu esperança”, animou-se o chefe da Haas. “Se você consegue um dia limpo, faz progresso mais rápido. No segundo dia, aprendemos bastante”, reafirmou.
“Na sexta-feira de manhã tivemos um vazamento de óleo após nove voltas e isso desligou o motor. Tentamos consertar, mas o vazamento era maior [do que o esperado]. Então esse foi nosso dia. O veredito do teste foi que o segundo dia foi bom, o resto nem tanto”, reconheceu.

O chefe da Haas lembrou que 2022 marca a estreia do novo regulamento técnico da Fórmula 1, o que modificou bastante a construção e consequentemente, a manutenção dos carros da categoria a partir deste ano. Sendo assim, os mecânicos ainda estariam descobrindo as causas de cada problema pela primeira vez, enquanto até 2021 as características do equipamento já eram bem conhecidas por todos.
“Esses carros são complicados, e é mais díficil para os mecânicos quando você sente esses problemas pela primeira vez”, comentou. “Quando você encontra esses problemas, leva um pouco mais de tempo para resolver porque os mecânicos estavam acostumados com um carro que tinha quase três anos, agora é tudo novo”, ressaltou.
Um dos problemas para 2022, enfrentado não só pela Haas, mas por todo o grid, é a volta dos quiques dos carros devido ao efeito solo. Os saltos foram tema recorrente no paddock e também intriga o time americano.
“Como todos os outros, precisamos aprender sobre o solo e o quique. Acho que todos vão encontrar soluções”, previu. “O times da F1 são muito bons em reagir. Descobrimos isso no dia de filmagem e já tínhamos um pessoal no túnel de vento na mesma noite. O pessoal da aerodinâmica está trabalhando diretamente nisso, para tirar um pouco da pressão”, destacou.

Por fim, Steiner ainda elogiou os novos pneus aro 18 da Pirelli, que prometem entregar uma janela de aproveitamento maior aos pilotos a partir de 2022 — principalmente em relação à aproximação para ultrapassagens. No entanto, destacou que nenhuma equipe utilizou todo o seu potencial até agora.
“Ouvi poucas reclamações em relação aos novos pneus, o que é uma coisa boa. Não ter notícias é uma boa notícia, principalmente com os pneus. E o desgaste é bom. Parece ok, mas ninguém correu de verdade ainda, então é muito cedo para se animar”, analisou Steiner.
“Acho que ninguém sabe onde o outro está> Obviamente, não acho que somos os mais rápidos. Mas também não acho que sejamos os mais lentos. Precisamos aprender, pois esses caras ficaram por quase um ano isolados. Eles não opinavam no carro de 2021 porque não era necessário, não fizemos nada”, encerrou.

