Kubica admite que carro “não é único problema” e se desespera com inércia na evolução: “Já tentei de tudo”

Robert Kubica está no limite. É a sensação que ganha força a cada declaração frustrada do piloto polonês. E não apenas com uma Williams inerte, mas também com ele próprio por não conseguir tirar do carro ao menos o que o novato companheiro, George Russell, consegue

A frustração de Robert Kubica com a realidade de equipe nanica que a Williams tem em 2019 é cada vez maior. Neste domingo (14), após o GP da China, milésima prova da história da Fórmula 1, o polonês foi taxativo: a volta de apresentação contou com o momento mais emocionante da corrida dele. 

 
Kubica rodou numa pista escorregadia de Xangai antes da primeira volta – algo que Max Verstappen também fizeram segundos antes. E foi isso, o grande momento de emoção. Kubica acertou o carro e retomou a posição de largada muito rapidamente. 
 
“Não há muito o que dizer hoje, para ser sincero. O momento mais empolgante da corrida para mim foi quando rodei na volta de apresentação. Tentei aquecer os pneus e perdi o controle do carro lentamente na curva 6", avaliou. 
 
Com relação à corrida, lamentou ter ficado preso na largada e voltou a tratar o ritmo do FW42 com desdém.
 

 

"Tive uma boa largada e vinha na linha de dentro, mas, honestamente, não queria correr nenhum risco. Fiquei perto de uma das Racing Point e estava por dentro e não sabia se ele ia espremer, então deixei espaço suficiente e perdi duas posições ali. É difícil arriscar alguma coisa quando você sabe que o ritmo vai ser o que vai ser.”

Um pouco depois, Kubica elaborou mais sobre a situação do carro e dele, pessoalmente. O polonês, que fez o impensável ao voltar à F1 após o acidente de rali quase fatal de 2011, não sabe mais onde buscar respostas para o carro.
 
"Por alguma razão, desde que eu comecei a guiar a nova geração de carros, tive que trabalhar nas minhas voltas de classificação, mas o ritmo de corrida sempre foi muito bom. Aqui, desde que eu comecei a guiar o carro, o ritmo não existe e a sensação é bem pior do que eu tinha antes", afirmou.
 
"Não tenho aderência. Acredito que consegui fazer alguma coisa na classificação, porque a aderência que os pneus entregam é bem maior. Mas eu não consigo fazer coisas que caras estão fazendo na minha frente, mesmo George. É muito estranho. Eu realmente tentei de tudo, mas quando não há aderência, não há mágica", falou.
Robert Kubica (Foto: Williams)

"Não tenho ritmo contra meu companheiro de equipe e, quando você vê, está na saída das curvas patinando e perdendo o carro enquanto ele vai embora. Não estou dizendo que é o carro, mas tem alguma coisa que precisa ser entendida. Tenho péssima tração e George disse que a tração dele não era tão ruim. Como eu disse, não é só o carro. São alguns fatores, mas é assim que está", seguiu.

 
"Acho que o carro está levemente melhor algumas vezes e pior em outras. Depende da pista, das condições, e até acho que o ritmo melhorou na comparação às outras na sexta-feira, mas você nunca sabe o que estão fazendo. Há dez anos, nesse tipo de situação, eu forçaria mais a mão e provavelmente faria três ou quatro voltas rápidas, mas depois é provável também que acabasse na brita e com pneus desgastados e, aí, piorasse. Sinto que não posso fazer nada, eu já tentei de tudo", finalizou.
 
Apenas as duas Williams, George Russell um pouco à frente de Kubica, terminaram duas voltas atrás do vencedor Lewis Hamilton. Atrás deles, só quem abandonou a corrida.
 
A F1 volta em duas semanas, 28 de abril, com o GP do Azerbaijão.
 
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