Norris admite necessidade de cobrança por estratégias melhores na McLaren
Lando Norris saiu em defesa da McLaren após as críticas recebidas por conta da estratégia conservadora que foi adotada na luta contra Max Verstappen no GP do Japão. Mas também admitiu que precisa mudar a própria postura e "ser mais exigente" com a equipe na hora da tomada de decisões
Presente no Bahrein para a quarta etapa da temporada 2025 da Fórmula 1, Lando Norris rebateu as críticas recebidas pela McLaren ao longo da última semana por causa da estratégia adotada pela equipe no GP do Japão, realizado no domingo (6). Embora tenha reconhecido que poderia ter feito algo diferente na tentativa de superar Max Verstappen, o britânico afirmou que a decisão final foi a correta, já que não queria correr o risco de comprometer o resultado.
Em Suzuka, a bordo do carro mais rápido do fim de semana, o dono do #4 não conseguiu maximizar o tempo de volta no Q3 e teve de se contentar com o segundo lugar no grid de largada, exatamente atrás do atual tetracampeão e principal rival na briga pelo título em 2025. No dia seguinte, o neerlandês se defendeu bem nos metros iniciais e precisou apenas administrar a vantagem sobre o inglês para cruzar a linha de chegada na primeira posição e reduzir a diferença entre eles na classificação para apenas 1 ponto.
Com a dificuldade de realizar qualquer manobra de ultrapassagem em solo nipônico, a McLaren teria de adotar uma estratégia diferente da que seria feita pela Red Bull para conseguir reverter o cenário e colocar um dos pilotos à frente de Verstappen — mas não foi isso o que aconteceu. Desta forma, o time comandado por Andrea Stella foi criticado em diversos momentos ao longo dos últimos dias por causa do conservadorismo excessivo na hora da corrida. Norris, no entanto, saiu em defesa dos companheiros.
“Há muitas coisas que percebemos quando olhamos para trás. Nada veio sem risco, e isso provavelmente é a principal resposta para tudo”, disse durante a entrevista coletiva no circuito de Sakhir, na quinta-feira (10). “Quando saí do carro e olhei a situação, não fiquei muito satisfeito com o que vi, nem com o que parecia ter sido a nossa abordagem para toda a situação”, continuou.
Norris e Verstappen quase se tocaram ao saírem dos boxes no Japão (Vídeo: Reprodução / DAZN / F1)
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“Mas nada nos dava a garantia de que conseguiríamos ultrapassar Max, e também não tínhamos certeza de que o undercut seria eficiente. Eu acabaria saindo sempre no meio do tráfego em qualquer cenário. Então, por mais que as pessoas queiram falar e dizer que fizemos um péssimo trabalho, não concordo — continuo fiel às nossas decisões como equipe. E tenho muita confiança e fé de que sempre agimos com os nossos melhores interesses em mente”, declarou Norris.
Porém, apesar de ter defendido a McLaren, Lando também reconheceu que, se tivesse a oportunidade de começar o GP do Japão do zero mais uma vez, teria adotado uma “abordagem mais agressiva” para tentar sair com a vitória.
“Às vezes, existe essa vontade de assumir mais riscos para buscar uma vitória. Preciso reconhecer que isso pode acontecer, e que em alguns momentos é preciso aceitar que terminar em segundo não é um resultado ruim. Mas estou aqui para vencer corridas, não para me contentar com o segundo lugar. Então, com certeza, da minha parte, adoraria poder voltar atrás e refazer algumas coisas com uma abordagem um pouco mais agressiva. Mas, no fundo, sei que a temporada é longa, e que às vezes é melhor garantir pontos do que correr riscos desnecessários”, ponderou.
Victor Martins analisa duelo entre Norris e Verstappen na F1 2025 (Vídeo: GPTV)
“Também sei que a equipe sempre tem a visão mais completa da corrida — melhor do que qualquer outro piloto. E, ao mesmo tempo, tenho o melhor feeling do carro: o tamanho, como vai ser uma ultrapassagem, esse tipo de coisa. Só precisamos ter harmonia com o engenheiro de corrida e a equipe de estratégia”, avaliou, antes de se questionar se deveria ser “mais exigente” dentro do MCL39.
“Pode ser que, em certos momentos, precise ser mais exigente e cobrar mais da equipe, mas no fim das contas é uma questão de acertar a dinâmica entre o risco e a recompensa — entender o quanto de risco queremos assumir no dia e o quão agressivos queremos ser”, exclamou Norris.
“Às vezes, cabe a mim tomar a iniciativa e fazer por conta própria, e às vezes parte da equipe. E talvez o contrário também aconteça — pode ser que a equipe queira ser mais agressiva, e naquele dia, por algum motivo ou sensação que esteja tendo, eu não queira forçar tanto. É uma questão de trabalhar em conjunto. Estamos indo muito bem, mas precisamos continuar evoluindo nisso e tirando o máximo um do outro no dia da corrida”, concluiu.
A Fórmula 1 realiza o GP do Bahrein, em Sakhir, entre os dias 11 e 13 de abril, quarta etapa da temporada 2025. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades AO VIVO E EM TEMPO REAL, além de classificação e corrida em SEGUNDA TELA no YouTube, em parceria com a Voz do Esporte. Às 8h30 (de Brasília, GMT-3) de sexta-feira (11), os pilotos realizam o treino livre 1. Depois, ao meio-dia, retornam para o segundo treino livre. No sábado (12), o TL3 acontece às 9h30, ao passo que a classificação será às 13h. Por fim, no domingo (13), os pilotos disputam o GP do Bahrein ao meio-dia. O Briefing chega para comentar na GPTV após o fim de cada dia de atividades.

