Lawson admite pressão “cruel” da Red Bull e revela ligações de Marko “às 6h da manhã”
Liam Lawson admitiu que a pressão dentro da Red Bull pode chegar em um nível cruel, mas ressaltou que saber lidar com isso desde jovem o ajuda no momento de entrar na F1
Ao longo dos anos, a Red Bull puxou para si a imagem de uma equipe de pouca paciência com os pilotos, com temporadas marcadas por demissões sumárias e rebaixamentos entre um time e outro. A mais recente delas foi a saída de Daniel Ricciardo da RB (Visa Cash App RB), o que teve o efeito prático de encerrar a carreira do australiano na Fórmula 1. E Liam Lawson, o novo ocupante do assento, admitiu que a abordagem dos taurinos pode ser “cruel.”
“Honestamente, acho que a parte mais difícil é quando você é muito jovem”, disse Lawson em entrevista ao podcast F1 Nation. “Para mim, foi dos 16 aos 17 anos, meu primeiro ano com a Red Bull. Deixei de ser alguém que não tinha uma academia, só meus amigos da Nova Zelândia — que me ajudaram a chegar naquele ponto”, afirmou.
“Então, você passa a ter Red Bull e Helmut Marko colocando pressão em você”, ressaltou. “Isso foi algo que realmente sofri para lidar. Para ser honesto, tem sido assim desde então”, admitiu.
Segundo Lawson, a pressão exercida por Helmut Marko, consultor-esportivo da Red Bull e comandante da Academia, é intensa. O neozelandês, inclusive, revelou que costuma receber ligações com cobranças às 6 horas da manhã.

“Normalmente, é uma ligação às 6 horas da manhã ou algo assim, dizendo: ‘Você precisa performar melhor. No próximo fim de semana, se você não for melhor, você terá problemas. Precisa vencer corridas.’ Se você não tiver boas corridas, acontece com frequência: ‘Se isso continuar, você não terá um futuro na equipe'”, revelou.
Porém, segundo Lawson, sustentar a pressão desde cedo o coloca em uma posição melhor para lidar com a entrada na F1. Depois de disputar cinco etapas no ano passado, Liam foi promovido a titular até o fim do ano e precisa mostrar para a Red Bull que tem o que é necessário para estar no time principal.
“É muito cruel, mas, honestamente, sou muito grato por ter enfrentado isso com Helmut porque estou a ponto de entrar na F1. E há muita pressão na subida para a F1. Sem essa pressão desde cedo, não acho que estaria entrando tão tarde na temporada”, analisou.
“E, sem esses cinco anos com Helmut, também não acho que conseguiria lidar com a pressão no ano passado”, afirmou.

Por fim, Lawson disse que mantém sempre em mente que precisa demonstrar performance a todo momento. Após receber uma nova chance de ocupar o grid em 2024, o neozelandês disse que a mentalidade vai seguir a mesma nas últimas seis etapas da temporada.
“De onde estou, a pressão não mudou realmente, porque a expectativa é a mesma de sempre. Eles sempre esperam que a gente performe. Sempre que entramos no carro, há a expectativa para ver performance. No ano passado, pilotei e tentei garantir um assento integral. Agora que consegui, preciso tentar mantê-lo”, ressaltou.
“Honestamente, você pode olhar para a pressão de diferentes formas e dizer que esse momento é pior, porque eles esperam uma pilotagem como a do ano passado ou ainda melhor. Mas, como eu sei que preciso performar toda vez que piloto, isso não muda. Sempre vai ser assim”, finalizou Lawson.
Após pausa de quase um mês, a Fórmula 1 retorna neste fim de semana, entre os dias 18 e 20 de outubro, para o GP dos Estados Unidos, em Austin, com cobertura completa do GRANDE PRÊMIO.
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