Liberty Media vê “ambiente inflacionário” e admite custos crescentes do GP de Las Vegas
Em conversa com o mercado financeiro, Liberty Media admitiu que gastos para preparação do GP de Las Vegas são maiores que o planejado inicialmente
A edição de estreia do GP de Las Vegas, primeiro evento da história que terá a própria Fórmula 1 como promotora, está marcada para o próximo mês de novembro. E, desde o ano passado, o trabalho é ativo para fazer com que o local esteja estruturalmente pronto para receber a categoria. No meio disso, o Liberty Media, detentor dos direitos comerciais da F1, admite que valores estão acima daqueles inicialmente traçados.
Na última semana, a alta cúpula do Liberty Media realizou uma conversa com analistas de Wall Street — em suma, uma satisfação ao mercado financeiro dos Estados Unidos — para tratar do estado atual do evento. Um termo usado recorrentemente foi “ambiente inflacionário” para descrever a situação em Vegas.
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No local, o Liberty comprou uma estrutura e trabalha há meses na construção de um paddock/pit-lane com garagens que não precisará ser desmontado. Além disso, existe todo um trabalho com o asfalto por toda a região que vai receber o traçado da pista.
“Estou feliz em dizer que as preparações estão de acordo com o planejado”, disse o diretor-executivo do Liberty Media, Greg Maffei. “Apesar da pressão dos custos inflacionários, esperamos que não haja mudança em receita e presunção de lucro estabelecidos anteriormente. Estamos aumentando o investimento em infraestrutura para a construção do paddock e trabalho de pista. Continuamos confiantes no perfil de retorno [financeiro] deste projeto incrível, que tem todo suporte do investimento adicional que estamos fazendo”, afirmou.
“Nosso paddock está 85% completo [era 60% na última atualização oficial, em abril]”, apontou o diretor-financeiro Brian Wilding. “Esperamos que os investimentos de infraestrutura para paddock e pista em Vegas na casa de US$ 400 milhões, dos quais aproximadamente US$ 155 foram gastos na primeira parte deste ano. Nossa equipe conseguiu isso mesmo num período pequeno e num ambiente inflacionário. Muito do aumento dos custos são atribuídos a gastos relacionados à pista, onde precisamos ser reativos com preocupações da comunidade local, como minimizar o incômodo a negócios ao longo da [avenida Las Vegas] Strip”, apontou.
“Também investimos em melhora na segurança e tivemos custos para garantir a qualidade da experiência dos fãs, com mudanças estruturais para melhorar as linhas de visão. Estamos trabalhando próximos aos nossos parceiros de Vegas, e a velocidade e eficiência com que completamos esse projeto é uma demonstração de todas essas relações”, falou.
“Encontramos alguns desafios conforme fomos tratar do asfalto na pista, como cabos que estavam abaixo da terra e precisavam ser cuidados, e fios sobre a pista que precisavam ser retirados”, relatou Renee Wilm, advogada do Liberty e destacada para ser a CEO do GP de Las Vegas.
“Muito disso aconteceu por conta de pedidos — na verdade, exigências — de agentes locais conforme começamos o processo de preparação da pista”, contou.
“Ainda tivemos de lidar com pedidos adicionais de outros agentes locais, como cassinos, com relação a segurança, abertura e fechamento da pista. Isso levou à necessidade de um equipamento a mais, assim como mais trabalho nas ruas ao redor. Sobre a construção do paddock, as obras estão na velocidade da luz mesmo num ambiente inflacionário. Como é possível imaginar, também tivemos custos extras nesta área”, continuou.
Além das obras para preparação da estrutura que vai receber o GP de Las Vegas nos últimos anos, a chefia do Liberty garantiu que tem recebido alta procura de interessados em utilizar o espaço ao longo do ano. E, assim, gerar receita.
“Temos sido procurados com [projetos] economicamente atraentes para o uso do prédio do paddock dentro do próximo ano. Estamos ansiosos para compartilhar esses planos comerciais quando estiverem finalizados”, disse Maffei.
“Estamos somente começando a descobrir o que podemos fazer com a parte-base da pista. Já recebemos procuras: pense em festas de Super Bowl, algo relacionado a corridas, talvez kart ou supercarros de alta velocidade”, continuou Wilm.
“Las Vegas é o centro de convenção do mundo, então há muito interesse em nosso prédio de último modelo e LEED (sigla em inglês para design de liderança ambiental e de energia). Muitos de nossos parceiros, no ecossistema da F1 estão bastante interessados em trabalhar conosco ao longo do ano. Tudo que posso dizer é que mais coisas virão nos próximos meses”, apontou.
Por fim, Maffei garantiu que mais coisas vão acontecer no local em 2024. “Teremos oportunidades relacionadas e não-relacionados ao GP no segundo ano. Estamos avançando na velocidade da luz: o pessoal da F1, o pessoal do evento, todos, para fazer acontecer, e isso provavelmente nos levou a custos maiores [que pensavam]. E fez com que não pudéssemos capitalizar [em 2023] seja para festivais de fãs, eventos esportivos ou musicais. Todas essas coisas podem crescer no segundo ano, além do GP”, finalizou.
O GP de Las Vegas, 21º de 22 no calendário, está marcado para o fim de semana de 18 de novembro.
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