Verstappen até toma susto, mas recupera ponta e desfila para vencer GP da Inglaterra

Max Verstappen foi ultrapassado por Lando Norris na largada, mas demorou somente cinco voltas para recuperar a dianteira e sumir na frente e confirmar o favoritismo em Silverstone

Um dos circuitos mais tradicionais do mundo, Silverstone, teve a vez de ser a casa da Fórmula 1 mais uma vez neste domingo (9) de GP da Inglaterra. E foi uma corrida com diversas nuances e potente jogo estratégico, potencializado por uma intervenção de safety-car em momento crucial na janela de pit-stops. Apesar disso, o vencedor foi o mesmo: Max Verstappen. O futuro campeão mundial de 2023 confirmou a oitava vitória dele na temporada, 43ª na carreira.

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O susto de Verstappen veio na largada. Em casa, empurrado pelo público, Lando Norris teve tempo de reação impressionante e tomou a dianteira nos primeiros metros. Verstappen teve de esperar o DRS ser permitido para, já na volta cinco, atacar Norris com vigor e tomar a liderança para não perder mais. Ainda buscou a volta mais rápida da corrida.

Norris controlou a situação da segunda colocação por boa parte da corrida, mas teve a posição posta em dúvida após o safety-car. Isso porque, quando Kevin Magnussen parou na pista com problemas de motor, a McLaren manteve o plano e colocou pneus duros no carro do inglês. Só que Lewis Hamilton, que acabara de ganhar o terceiro lugar, colocou pneus macios.

Na relargada, Hamilton foi para cima e, durante algum tempo, tentou bastante, mas Norris se defendeu com muita firmeza para segurar o segundo lugar. Hamilton completou o pódio com dois ingleses na frente da torcida em Silverstone.

Oscar Piastri foi outro que fez corrida muito contundente com a McLaren, mas não foi ao pódio devido somente ao azar: havia parado pouco antes do safety-car para colocar pneus duros. Assim, não somente perdeu a posição para Hamilton, como ainda via o adversário de pneus macios. Mas fechou em quarto. George Russell ficou na sexta colocação, seguido por Sergio Pérez, Fernando Alonso e Alxander Albon.

Charles Leclerc e Carlos Sainz fecharam o top-10 graças a mais uma estratégia questionável da Ferrari e certa dose de azar.

A Fórmula 1 retorna em duas semanas, entre os dias 21 e 23 de julho, com o GP da Hungria, em Hungaroring, 11ª etapa da temporada 2023. E o GRANDE PRÊMIO acompanha tudo.

Max Verstappen saiu na pole, mas precisou recuperar a ponta após ser passado por Lando Norris (Foto: Red Bull Content Pool)

Confira como foi o GP da Inglaterra:

Antes de começar a corrida, já se sabia que a chuva era ameaça gigantesca. A maior chance de chuva ao longo do domingo em Silverstone estava justamente no período da corrida, com direito a expectativa de chuva em algum momento da segunda hora da prova. No horário da partida, a temperatura ambiente estava em 22°C, com o asfalto chegando a 28°C e céu fechado. FIA falava em 40% de chances de chuva.

A escolha de pneus para a largada era interessante. No top-10, somente George Russell, o sexto colocado, resolveu sair de macios. Max Verstappen, Lando Norris, Oscar Piastri, Charles Leclerc e Carlos Sainz antes dele, além de Lewis Hamilton, Alexander Albon, Fernando Alonso e Pierre Gasly depois, todos de médios. Nico Hülkenberg e Valtteri Bottas, respectivamente 11º e 20º, iam de duros. Esteban Ocon, Yuki Tsunoda e Nyck de Vries eram os outros de macios.

E Norris fez uma partida fenomenal, para levar o público a uma gritaria forte logo nos primeiros metros. O piloto da McLaren engoliu Verstappen e tomou a primeira posição sem direito a apelo. Piastri também incomodou e foi para cima, mas Max segurou.

Outro que largou bem foi Russell, subindo no pelotão ao ultrapassar Sainz, enquanto Hamilton sobrou na multidão de carros e passou fora da pista nos metros iniciais. O suficiente para cair de sétimo para nono, com Alonso e Gasly passando. O francês também deixou Albon para trás. Na 15ª colocação, Sergio Pérez não passou ninguém.

A largada do GP da Inglaterra com Lando Norris tomando a ponta (Foto: Red Bull Content Pool)

Hamilton reagiu rápido e tirou Gasly da frente, já posicionando o carro para atacar Alonso o mais rapidamente possível. O espanhol evitou a tentativa inicial, bem como Norris se manteve na frente até a quarta volta, quando o DRS foi permitido.

A partir daí, Max resolveu ir para cima de uma vez, já que estava somente 0s5 atrás. Conforme previsto, Verstappen fez valer a força do RB19, apontou do lado de Norris na reta Wellington e tomou a liderança da corrida na quinta volta.

Um pouquinho atrás, a briga entre Leclerc, Russell e Sainz era boa: Carlos tentava achar algum espaço, enquanto George entendia a necessidade de passar Charles para não ser ultrapassado e foi para dentro. Leclerc defendeu com um movimento razoavelmente tardio, algo de que Russell reclamou no rádio.

Falando em rádio, a McLaren avisou a Norris que Piastri já fora avisado a guardar posição. Assim, não haveria duelo entre os companheiros pelo segundo lugar. Em vez disso, a intenção era se afastar de Leclerc e sumir para que se mantivessem juntos em posição de pódio.

Conforme Gasly encostava nos campeões mundiais, Hamilton finalmente tirou Alonso da frente e reassumiu a sétima colocação ainda na sétima volta. Pérez também começava a subir na classificação da corrida e passava Logan Sargeant e Hülkenberg. Na hora de passar Nico ainda bateu com o pneu na asa do carro do alemão. Se ‘Checo’ deu sorte de evitar um furo de pneu, Hülkenberg precisou parar nos boxes imediatamente.

Logo antes da largada, o pessoal da Mercedes avisara que estava chovendo na fábrica de Brackley, somente alguns quilômetros distante do circuito, e agora a expectativa da McLaren era que a precipitação chegaria em breve. Mas a própria Mercedes apontava a Russell que a chuva começara a se mover em outra direção, perto, mas não em cima, do circuito.

Verstappen avisou que o carro estava se comportando de maneira um tanto estranha, ao que a Red Bull tranquilizou: “o vento está muito incerto”. A equipe não via nada de errado com o #1.

Esteban Ocon abandonou rapidamente (Foto: Alpine)

Problemas, sim, quem encontrou foi a Alpine. Sem grandes explicações, a equipe francesa pediu que Esteban Ocon parasse o carro na garagem e abandonasse. E, assim, saiu de cena o 12º colocado. Sobraram 19 na pista.

Enquanto Pérez ultrapassava Lance Stroll pelo 11º posto, Norris deixava claro, em conversa com a McLaren, que a estratégia era de apenas uma parada nos boxes. Mas Verstappen, que acabara de falar das dificuldades de guiar por conta do vento, começava a reportar chuva leve na pista.

O primeiro piloto a parar exclusivamente para trocar pneus foi Tsunoda, um dos que largou de macios, na volta 15. Russell seguia com os macios dele, usados na classificação, sem grande perda em relação às Ferrari. Já estava claro que esticava o stint para além do imaginado inicialmente.

Foi na volta 17 de 52 que Pérez entrou nos pontos, graças a uma ultrapassagem fácil sobre Albon. A diferença para Gasly era pequena, de apenas 2s. Mas e a chuva? Além de Verstappen e de Russell achando que viram gotas, ninguém mais falara nada.

Nas primeiras posições, como seguia mais de 4s atrás de Piastri, Leclerc resolveu parar logo no fim da volta 18. Foi o primeiro do top-10. A Ferrari ainda avisava para Sainz que faria a mudança da estratégia para o “plano B”. Mas… “Qual era mesmo o Plano B? Esqueci”, respondeu o piloto.

Se Sainz não sabia do que se tratava, Verstappen se interessou após assistir num dos telões. “Acabei de ver uma Ferrari nos boxes. Ficamos em nossa estratégia?”, perguntou. A Red Bull, claro, confirmou.

A resposta de Max foi virar a melhor volta da corrida até aquele ponto: 1min32s295 e vantagem ainda modesta para Norris, pouco acima de 4s5.

O que dava para afirmar após 21 voltas era que a queda de rendimento da McLaren, tão esperada após a classificação, não acontecia. Os ingleses seguiam rendendo melhor que Ferrari e Mercedes atrás deles.

Notícias direto da Alpine apontava que o motivo do abandono de Ocon fora um vazamento hidráulico. E Gasly seguia colado em Alonso, mas sem conseguir realmente atacar. A sensação era que Fernando controlava a situação.

Na McLaren, a conversa com Norris era sobre o contentamento de ambos com o ritmo do carro, mesmo que Verstappen começasse a abrir. Afinal, a corrida dos carros mezzo laranjas, mezzo cromados, não era contra o futuro tricampeão do mundo.

Sainz foi o próximo a parar, no fim da volta 26, e voltou em 12º. Leclerc era o décimo – Stroll estava entre os dois. Mas já era claro que o rendimento das Ferrari de pneus duros não era grande coisa. Russell finalmente foi chamado no fim da volta 28 e colocou pneus médios! George voltou atrás de Leclerc, é verdade, mas na frente de Stroll e Sainz. Além, claro, de pneus mais velozes.

Na volta seguinte, parou Piastri e colocou pneus duros. Ainda voltou na sexta posição e ainda com boa vantagem para os rivais reais de Ferrari e Mercedes. Sainz aproveitou para tirar Stroll da frente e voltar a ficar imediatamente atrás de Russell.

Quem parou para colocar um dos três jogos novos de pneus macios que sobraram de uma classificação que terminou no Q1 foi Pérez. Logo fez a melhor volta da corrida e começava a buscar Stroll e tentar entrar na briga com Ferrari e Mercedes.

Kevin Magnussen abandona GP da Inglaterra após falha do motor Ferrari da Haas (Vídeo: F1 TV/reproduçã)

Após 32 voltas, Verstappen, Norris, Hamilton e Alonso continuavam na pista com os mesmos pneus médios com os quais largaram. Atrás, o melhor entre os que já haviam feito pit-stop, era Piastri. E Russell partiu para cima de Leclerc. Primeiro, o monegasco defendeu, mas, em seguida, tomou a posição.

Aí, porém, um problema na pista. Magnussen começou a ver o carro esfumaçar e teve de parar o carro da Haas. Safety-car virtual expedido. Os primeiros colocados haviam passado da zona dos boxes e não entraram, mas Albon entrou, bem como Leclerc, para se livrar dos pneus duros que não rendiam. Só que, uma volta depois, o VSC virou safety-car tradicional. Verstappen, Norris e Hamilton conseguiram entrar, sair e manter as três primeiras posições. Alonso perdeu duas posições, para Piastri e Russell.

Mas a McLaren agiu diferente das demais e colocou pneus duros no carro de Norris, enquanto Verstappen e Hamilton voltaram de macios. Piastri tinha duros, seguido por Russell, de médios, Alonso, também de macios, Sainz, de duros, Pérez e Albon, de macios, e Leclerc, de médios, no top-10.

“Qual pneu a Mercedes botou?”, questionou Norris. “Hamilton, atrás de você, está de macios”, respondeu o engenheiro. Um irritado Norris, ironizou. “Adorável. Muito obrigado”.

A relargada veio para a volta 39. Verstappen segurou sem problemas, mas Hamilton partiu com a faca nos dentes para cima de Norris e os pneus duros da McLaren. Apesar da maneira desejosa como Lewis partiu, Lando segurou como deu. Na Copse, os dois se aproximaram da colisão, e Hamilton tirou um tanto o pé. A galera fazia sons, animada. Mas Norris segurou o ímpeto inicial. Ao menos até que o DRS fosse permitido novamente, Lando conseguiria segurar a posição.

Atrás dos dois, aliás, havia outra Mercedes atrás de uma McLaren e com pneus mais rápidos. Mas Russell, de médios, não se aproximava tanto de Piastri, ao menos num primeiro momento.

Fora dos pontos, Stroll saiu da pista e foi além da linha amarela na briga com Gasly e tomou a posição. Um bravo Pierre foi ao rádio da Alpine. “Ele tem de me dar a porra da posição de volta agora”, falou, com palavrão e tudo. A Alpine tranquilizou, enquanto a direção de prova pôs o canadense sob investigação, mas não mandou devolver.

De pneus duros, Sainz perdeu incríveis três posições em uma volta assim que o DRS foi permitido. Pérez mergulhou e trouxe Albon junto. Com isso, não havia por que segurar Leclerc, agora de médios, que tomou a nona posição. Gasly conseguiu passar Stroll na pista e, quase que imediatamente, mergulhou para cima de Carlos e passou, mas tomou o ‘xis’.

Um instante depois, após Stroll voltar para tentar incomodar, Gasly perdeu velocidade e foi parando na pista. O motivo foi um toque que causou a quebra da suspensão e encerrou a corrida da Alpine. Stroll recebeu 5s de punição por conta do acidente.

E Hamilton, conseguiria passar por Norris? O heptacampeão deu o recado de que tinha muito desgaste nos pneus traseiros e, assim, perdia ritmo. Lando ficara seguro para ir ao primeiro pódio da temporada, atrás da vitória de Verstappen.

F1 2023, GP da Inglaterra, Silverstone, Resultado Final:

1M VERSTAPPENRed Bull RBPT52 voltas 
2L NORRISMcLaren Mercedes+ 3.798 
3L HAMILTONMercedes+ 6.783 
4O PIASTRIMcLaren Mercedes+ 7.776 
5G RUSSELLMercedes+ 11.206 
6S PÉREZRed Bull RBPT+ 12.882 
7F ALONSOAston Martin Mercedes+ 17.193 
8A ALBONWilliams Mercedes+ 17.878 
9C LECLERCFerrari+ 18.689 
10C SAINZFerrari+ 19.448 
11L SARGEANTWilliams Mercedes+ 23.632 
12V BOTTASAlfa Romeo Ferrari+ 25.830 
13N HÜLKENBERGHaas Ferrari+ 26.663 
14L STROLLAston Martin Mercedes+ 27.483+ 5s 
15G ZHOUAlfa Romeo Ferrari+ 29.820 
16Y TSUNODAAlphaTauri RBPT+ 31.225 
17N DE VRIESAlphaTauri RBPT+ 33.128 
18P GASLYAlpine RenaultAbandonou 
19K MAGNUSSENHaas FerrariAbandonou 
20E OCONAlpine RenaultAbandonou 
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