McLaren pede à FIA “investigação minuciosa” em dispositivo dianteiro de carro da Red Bull

"Por que a FIA colocaria um selo em algo se não fosse acessível [dentro do carro]?", indagou Zak Brown ao cobrar uma investigação mais detalhada sobre o dispositivo da Red Bull para ajustar a configuração da frente do RB20

A descoberta de um dispositivo no carro da Red Bull capaz de alterar a configuração da parte frontal, entre o bico e o assoalho, é a principal notícia do fim de semana da Fórmula 1 em Austin, que recebe o GP dos Estados Unidos, porém Zak Brown não ficou satisfeito com a afirmação da rival de que o artifício não foi usado em regime de parque fechado. O CEO da McLaren destacou que ainda há muitas perguntas sem respostas e cobrou uma “investigação minuciosa” por parte da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).

Na quarta-feira (16), o site da revista inglesa Autosport revelou que havia a suspeita de que uma das equipes do grid teria violado as regras do parque fechado entre a classificação e a corrida. A controvérsia seria o uso de um dispositivo capaz de ajustar o ângulo do ‘front bib’ ou ‘T-Tray’ — ‘bandeja T’, em tradução livre, um suporte vertical localizado na parte frontal do carro, perto da suspensão dianteira, que cria um vão entre o bico e o início do assoalho.

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Trata-se de um ajuste que provoca uma melhora significativa dos requisitos relacionados à altura do carro em volta rápida (com o tanque vazio) e na corrida (mais pesado por conta do combustível), podendo ser feito por um mecânico, mas o que levou a FIA a endurecer a fiscalização foi a possibilidade de haver um meio de isso ser feito pelo piloto dentro do cockpit.

Não demorou para as esquadras se manifestarem contra uma rival em especial: a Red Bull. E, para a surpresa de todos, o time de Milton Keynes confirmou a existência do dispositivo, mas garantiu que era um sistema “inacessível quando o carro fica totalmente montado e pronto para funcionar”.

A FIA realizou inspeção no carro da Red Bull após o treino livre do GP dos EUA (Vídeo: reprodução/X)

À emissora Sky Sports, Brown se disse “muito feliz em ver que a FIA está trabalhando nisso”, contudo pediu por mais. “Acho que precisa ser uma investigação muito completa. Porque se mexermos no carro do ponto de vista do desempenho no parque fechado, é uma situação clara, uma violação substancial que deve ter consequências enormes”, acrescentou.

“Mexer no carro depois do parque fechado é altamente ilegal dentro das regras. Portanto, acho que a FIA precisa chegar ao fundo da questão: eles fizeram isso ou não?”, salientou Brown, argumentando que o simples fato de a Red Bull ser a única equipe com tal sistema no carro já era razão suficiente para gerar dúvidas quanto ao uso do conceito.

“Quando vemos comentários bem redigidos, do tipo ‘não é possível fazer isso quando o carro está totalmente montado’… sei que o carro nem sempre está totalmente montado”, ponderou. “E vem a FIA e acha que precisa colocar um selo nele. Por que a FIA precisaria colocar um selo em algo se não fosse acessível?”

“A transparência é extremamente importante nos dias de hoje. Portanto, ainda tenho dúvidas. Sei que, conversando com outros chefes de equipe, eles ainda têm dúvidas. Então, até que essas perguntas sejam respondidas, precisa haver uma investigação em andamento até chegar ao resultado final: o que sabemos?”, continuou.

“Gostaria de obter mais respostas antes de me preparar para dizer: ‘Ok, acho que sim ou que não’. Mas acredito que a FIA vai resolver o problema”, seguiu.

Por fim, ao ser questionado se via culpa na Red Bull quanto à violação das regras, disse: “Seria injusto da minha parte dizer isso, claro. Tenho uma opinião sobre achar se eles violaram ou não, mas acredito que a FIA precisa ser muito diligente para determinar se eles fizeram isso”, encerrou.

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