Mercedes teme que teto de gastos atrapalhe evolução do W14, mas admite: “Sem escolha”

Toto Wolff foi questionado no Bahrein sobre o quão difícil seria trabalhar em mudanças mais radicais no W14 com o teto de gastos da F1 ainda mais reduzido. O dirigente não escondeu a preocupação, mas frisou que o problema da equipe alemã não se resume a apenas 0s3 de diferença

Bastou uma única corrida para a Mercedes constatar que o W14 não será páreo para a Red Bull na temporada 2023 da Fórmula 1, tanto que Toto Wolff já fala abertamente sobre a equipe trabalhar em mudanças radicais no conceito do carro. Nem que, para isso, seja necessário usar todos os recursos possíveis para recolocá-la no topo do grid.

A Mercedes já prepara um pacote de atualizações para o GP da Emília-Romanha, em Ímola, etapa que abre a perna europeia do calendário, e a ideia é modificar o conceito do zero-pod. O chefe da equipe alemã explicou, porém, que os problemas de desempenho não serão resolvidos desbloqueando apenas mais 0s3, por exemplo.

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A Mercedes já trabalha numa mudança radical no conceito do W14 (Foto: AFP)

Wolff, então, foi questionado sobre o desafio de desenvolver um conceito totalmente novo dentro do teto orçamentário, atualmente fixado em US$ 135 milhões (cerca de R$ 690 milhões), e admitiu que é “extremamente difícil alcançar tal vantagem, mas é o que temos de fazer”.

“Não temos escolha”, reconheceu. “Não tenho certeza se o teto orçamentário impõe restrições na posição onde estamos, mas precisamos decidir que direção vamos segui e colocar todos os recursos nisso. Ainda estamos desenvolvendo um carro. A questão é qual [carro]”, acrescentou, indicando que a Mercedes não vai demorar a trazer um design totalmente novo para o W14 ainda nas primeiras corridas.

“Vamos abordar isso imediatamente, pois quando olhamos para o lugar que estávamos no final da temporada, e parecia que tínhamos nos recuperado bastante e era apenas questão de tempo e de quais circuitos seriam adequados a nós, a diferença para a Red Bull dobrou, se é que triplicou. Isso é o que precisamos observar”, completou o austríaco.

Além da diferença para a Red Bull ter aumentado — Lewis Hamilton e George Russell cruzaram a linha de chegada no GP do Bahrein a mais de 50s de Max Verstappen, vencedor da corrida —, a Mercedes viu a Aston Martin dar um salto significativo de 2022 para cá. É por isso que Wolff entende que as Flechas de Prata têm um problema “sério de performance” para solucionar.

“Tudo ali no meio — Ferrari, Aston Martin — é um espetáculo à parte. Dito isto, a Aston Martin conseguiu alcançar uma boa inspiração, porque eles saíram de 2s de diferença para serem a segunda equipe mais rápida. E conosco, tudo vai mal”, avaliou.

“O ritmo de volta única ainda é bom, mas vimos as consequências na corrida. Sendo franco, temos pouco downforce, falta aderência nos pneus e retrocedemos”, continuou Toto, frisando que tanto Hamilton quanto Russell estão cientes sobre o que tem de ser feito no W14.

“Os pilotos estão totalmente cientes. Falamos sobre isso abertamente com a equipe toda. Todos estão cientes, não é uma questão de encontrar 0s3 e refinar o carro. É uma questão séria de performance que precisamos achar para voltarmos a brigar por vitórias e pelo campeonato”, concluiu.

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