Desde que assumiu o posto de diretor-esportivo da F1, nomeado pelo Liberty Media, Ross Brawn elegeu a asa móvel como um dos grandes alvos das suas críticas. A ponto de, em 2017, o britânico afirmar que o sistema de DRS, criado para reduzir o arrasto aerodinâmico em determinados pontos da pista para aumentar o número de ultrapassagens, poderia ser extinto em 2021, na esteira de um novo regulamento. Mas o discurso de Brawn às vésperas da definição das novas diretrizes da F1, mudou sensivelmente.
Em entrevista à agência de notícias GMM, o britânico sinalizou com a permanência da asa móvel por mais alguns bons anos na F1. “Acho que podemos manter o DRS. Espero que os carros se desenvolvam até o ponto de que não mais precisemos, mas no futuro isso não vai acontecer”, opinou o dirigente.
Em 2017, Brawn chegou a afirmar que a F1 estava comprometida a desenvolver, na nova geração, carros que sejam capazes de desenvolver ultrapassagens com maior facilidade, o que dispensaria o uso do DRS, classificado pelo diretor-esportivo como uma artificialidade.
A asa móvel ainda vai seguir por alguns bons anos na F1, diz Ross Brawn (Foto: F1/Twitter)
“Precisamos evitar a tentação de criar um show artificial, como aconteceu nos últimos anos. A asa-móvel, todo mundo sabe que é artificial. Mas concordo com a necessidade de garantir que haja mais competição. Precisamos de paciência para isso. Mudar do preto para o branco seria um erro, trata-se de um esporte complexo”, disse Brawn.
“É um compromisso. O que queremos é que os carros tenham a capacidade de se aproximar uns dos outros da forma correta e ultrapassar. Então, para mim, a solução é projetar carros que possam competir de forma próxima uns aos outros”, comentou.
“Atualmente, um carro de F1 é otimizado de forma a correr sozinho. As equipes, quando entram no túnel de vento e criam seus programas no CFD para desenvolver o carro, tudo é feito de forma isolada. Então, quando você coloca outro carro por perto, não dá certo”, acrescentou Brawn.
“O que estamos trabalhando é sobre a capacidade de buscar desenvolver carros que corram próximos dos outros, e quais tipos de projeto precisamos para permitir que isso aconteça. Quando fizermos isso, que é nossa ambição para 2021, então vamos ter carros que não precisam do DRS”, complementou à época.