Mídia italiana vê “festival de desastres” e diz que Ferrari merece GP da Itália sem público

A SF1000 se mostra pífia em todos os sentidos e os jornais italianos não economizam nas críticas. Charles Leclerc e Sebastian Vettel escaparam e agora são vistos até como “luxo”

A segunda-feira (31) reservou um hábito cada vez mais comum para o público italiano: conferir os jornais e se deparar com enorme tristeza pela fase delicada da Ferrari na Fórmula 1. Depois de um GP da Bélgica em que tudo deu errado por pura falta de ritmo, com o 13° como melhor resultado, as principais publicações do país parecem concordar: a equipe está no fundo do poço.

Dessa vez, entretanto, as críticas se voltam à SF1000, que pouco rende, e a uma estrutura interna incapaz de reagir. Sebastian Vettel e Charles Leclerc, antes criticados, foram poupados dessa vez e até definidos como “luxo” para uma escuderia que agora sofre até contra Alfa Romeo e Haas.

“A Ferrari está em uma crise grave”, definiu o La Gazzetta dello Sport. “A Fórmula 1 é cruel e os erros no carro tiveram um preço alto. Vamos para Monza e Mugello, duas corridas em casa para buscar uma recuperação, ou mesmo uma injeção de ânimo. Esperamos que não dê para ser pior que isso [em Spa]. Faltam ideias e coragem na Ferrari. Há trabalho a ser feito, mas também é necessário refletir. Os rivais revolucionaram motores e chassis, enquanto a Scuderia só desenvolveu o carro de 2018 sem corrigir defeitos. É a pior atuação do ano, isso quando Mugello anuncia reabertura parcial para o público. Por sorte, Monza não fará o mesmo. Esta Ferrari merece um GP de portões fechados em Monza”, cravou.

MATTIA BINOTTO; FERRARI;
A Ferrari, capitaneada por Mattia Binotto, só afunda (Foto: Scuderia Ferrari)

“Foram erros embaraçosos”, seguiu o Corriere dello Sport. “Vettel e Leclerc são um luxo, não há mais nada que funcione com os pilotos. O carro está ruim e, o que é ainda pior, anda para trás a cada corrida. A capacidade de desenvolvimento é zero, isso enquanto adversários surgem com novidades positivas. O motor não impulsiona o carro. A única vitória de Leclerc ontem foi passar Grosjean na última volta. Não é piada. A Ferrari nunca foi tão pouco competitiva em uma corrida como em Spa. Nem conseguiram aproveitar o abandono de Sainz para terminar melhor. Nunca foram tão ruins”, lamentou.

A situação surpreende porque, mesmo sofrendo muito com falta de potência em 2020, a Ferrari sempre manteve boa vantagem sobre as clientes Alfa Romeo e Haas, que carregam o mesmo fardo do motor problemático. Só que mais algo deu errado em Spa, rebaixando Vettel e Leclerc ainda mais.

“Foi um festival de desastres que feriu o coração dos fãs avermelhados”, resumiu o La Repubblica. “Räikkönen passou Vettel com facilidade na volta 17. A Alfa Romeo superou a Ferrari e esta é a imagem da temporada. Duas voltas depois, Leclerc ataca Vettel e os dois se tocam. O 12° lugar está em jogo. Agora virá Monza, depois virá Mugello. Espetáculos como o de Spa seriam terríveis. Todos os fãs rezam”, encerrou.

O resultado deixa a Ferrari em quinto no Mundial de Construtores, e com risco de afundar mais. Os traçados de Monza e Mugello também são de alta velocidade, o que vai dificultar a luta por pontos.

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