Demorou mais de cinco anos para que Patrick Head e Adrian Newey fossem absolvidos de uma acusação de homícidio culposo na justiça italiana. O veredito final saiu apenas em 22 de novembro de 1999, três dias após a última audiência na corte de Bolonha.
Em uma audiência anterior, os réus — que ainda incluíam Frank Williams — foram considerados isentos de culpa pelo tribunal local. No entanto, o promotor Maurizio Passarini recorreu da decisão e estendeu o julgamento de Head e Newey, os responsáveis pelo FW16, em mais um ano.
No relatório divulgado pelo juiz Antonio Costanzo em 15 de junho de 1998, a causa indicada para o acidente era a quebra da barra de direção do FW16. Sem isso, Senna não teria saído da pista na Tamburello.
Passarini sustentava que o acidente — e, consequentemente, a morte de Senna — fora causado por um reparo executado de maneira inadequada na barra de direção do carro. O pedido era por uma pena “suspensa” de um ano contra os dois dirigentes.
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Para que o recurso fosse acatado, todavia, o promotor precisava apresentar novas evidências a respeito do caso — o que a própria defesa da Williams duvidava que fosse acontecer. Como, de fato, Passarini não tinha novas provas, Head e Newey foram absolvidos de forma definitiva.
Paralelamente, a Williams também recorreu. Diante da alegação de Passarini, o time britânico solicitou que o relatório fosse modificado e convenceu o tribunal de que a barra de direção não quebrou antes do impacto contra o muro. “Nós não consideramos mais um mistério. Não foi uma falha no carro”, afirmou Peter Goodman, advogado da equipe.
Aquele não foi o desfecho do caso, ainda. Foi só em 14 de março de 2002, quase oito anos depois da morte de Senna, que a Williams conseguiu junto à polícia italiana a liberação do carro de Senna. De acordo com o jornalista Tom Rubython no livro ‘The Life of Senna’, o chassi foi destruído e o motor, devolvido à Renault.
Médicos tentam reanimar Senna depois do acidente em Ímola (Foto: Getty Images)