Na Garagem: ‘Hermano’ Rodríguez vence pela 1ª vez na F1 na África do Sul

O dia da primeira vitória na F1 chegou para o mexicano Pedro Rodríguez no começo de 1967, em 2 de janeiro, no GP da África do Sul. Era a estreia do circuito de Kyalami no Mundial, um novo autódromo construído nos arredores de Joanesburgo e que substituiu a pista de East London.

 

East London, aliás, sediara uma prova extra-campeonato poucas semanas antes, então os equipamentos sequer deixaram a África do Sul. Era uma nova temporada, porém com os carros ainda da antiga — só em maio, na segunda etapa, em Mônaco, novos carros começariam a ser vistos.

Na classificação, o recém-coroado tricampeão fez a pole. Jack Brabham saiu em primeiro ao lado de Denny Hulme, seu companheiro de equipe, e Jim Clark e Rodríguez dividiram a segunda fila. Destaque para John Love, piloto da então Rodésia, atual Zimbábue, que alinhou uma Cooper particular, com motor Climax, em quinto lugar no grid, à frente do campeão John Surtees e sua Honda.

 

Hulme tomou a ponta na largada e viu, pouco depois, o patrão Brabham rodar e cair para quarto. As batalhas seguiram agitadas, com Surtees e Jochen Rindt também brigando pelas primeiras posições.

Como era comum naquela época, as falhas mecânicas foram acontecendo. Rindt viu o motor quebrar, enquanto o de Brabham começou a falhar. Love subiu para segundo e Dan Gurney era o terceiro, mas abandonou a seguir com a suspensão quebrada. E Hulme, tranquilo na liderança, se complicou com os freios superaquecendo na volta 61. De repente, Love era o líder.

 

Foi quando Rodríguez resolveu aparecer. O mexicano se manteve discreto durante toda a disputa. Ao ver Love em primeiro e a chance de vencer, começou a forçar com sua Cooper-Maserati e, na 74ª volta, tomou a ponta com o rival indo aos boxes para completar o tanque — sim, faltara combustível.

Love ainda terminou em segundo, com Surtees fechando o pódio. Apesar dos problemas, três chassi Brabham terminaram na zona de pontuação: os do time oficial, com Hulme em quarto e Jack em sexto, e o do cliente Bob Anderson na quinta colocação.

 

Rodríguez estava em sua nona largada na F1, e voltaria a vencer um GP três anos depois, na Bélgica, correndo pela BRM. Sua carreira terminou precocemente, aos 31 anos, em um acidente fatal em Norisring em 11 de julho de 1971, disputando uma prova com um modelo esportivo da Ferrari.