Na Garagem: Prost detona e diz que pilotos da F1 “são como macacos”. Em 2002

Em 2015, não foram poucos os casos em que os pilotos foram criticados pela falta de autonomia para tomar decisões, ou pelo fato de que os computadores auxiliam demais no trabalho nas corridas. Bem, não são críticas recentes: em 2002, Alain Prost já falava disso

“Hoje em dia, os pilotos são como macacos, eles não precisam ajustar nada”. É, leitor, a frase parece caber no contexto atual da F1. Aliás, coisa parecida saiu nos últimos meses. Os engenheiros ditam o que os pilotos precisam fazer, os computadores ajudam demais, o piloto não é mais importante para acertar o carro… E por aí vai.
 
Mas a frase é de 2002, mesmo. 13 anos atrás — época, aliás, para a qual muitos desejam ver a F1 voltar, pelos carros ‘melhores que os atuais’ e a ‘competitividade’ que a categoria precisa reencontrar.
 
Bem, fato é que, há 13 anos, também se reclamava bastante. No fim de 2002, Prost pegou pesado ao falar dos pilotos.
Alain Prost (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)
“Eles dão as orientações aos engenheiros e, na verdade, os computadores tomam conta do trabalho. Para mim, isso não é competição de verdade. Mais do que isso, dentro do sistema atual, os pilotos também precisam ficar calados. Se não o fizerem, pode pegar mal para a imagem da montadora que os emprega”, afirmou o tetracampeão mundial ao jornal suíço ‘Dimanche’.
 
Em 2002, Michael Schumacher venceu o Mundial de Pilotos pela terceira vez seguida, alcançando o quinto título da carreira. E, para a Ferrari, o ano marcou a quarta conquista consecutiva no Mundial de Construtores.
 
“O domínio da Ferrari, que muitas vezes é usado para explicar o crescente desinteresse do público, é só um álibi. A F1 hoje vive em um ambiente fechado que não leva em conta a situação econômica do mundo ou os patrocinadores, e não parece que vai melhorar. É preciso fazer mudanças rapidamente, começando pela redução dos custos e dando mais importância para a pilotagem. Hoje em dia, gasta-se tanto que as equipes pequenas não conseguem competir. Um exemplo: tentei contratar um engenheiro pagando US$ 300 mil. Uma outra equipe o contratou por US$ 4 milhões”, relatou.
 
É um discurso que parece bem atual, não?
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