Opinião GP: Como no mercado financeiro, Rosberg reage mal ao cenário externo e valoriza Hamilton na disputa pelo título

Assim como no mercado financeiro, Nico Rosberg parece reagir mal aos problemas externos e demora para se recuperar quando algo sai do roteiro. Situação oposta, entretanto, é vista quando se trata de Lewis Hamiton, que agora ganhou ainda mais fôlego ao vencer a segunda corrida de maneira consecutiva e reduzir para apenas quatro pontos a diferença para o companheiro de Mercedes

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FORAM QUATRO VITÓRIAS seguidas, dominantes, enquanto o rival se via em meio ao caos de erros, acidentes e punições. Agora finalmente vai? Era pergunta que se fazia sobre Nico Rosberg lá no início. Enfim, o alemão parecia recuperado do revés que sofreu em 2015 e na segunda metade da temporada retrasada? Enfim, o filho do campeão Keke Rosberg faria jus à linhagem vencedora e se colocaria como um adversário real e perigoso a Lewis Hamilton, agora já tricampeão do mundo? Ainda restam 11 provas para que se tenha uma resposta a essas questões, mas agora, neste ponto do campeonato, o #6 da Mercedes se encontra novamente em uma fase que pode dizer muito sobre suas reais chances de conquistar o título.
 
De fato, Nico vinha em uma maré brilhante em que nada dava errado. Todos os problemas do mundo pareciam estar do outro lado das garagens da Mercedes. Ainda que a equipe alemã tenha produzido o melhor carro do grid e um potente motor, a falta de confiabilidade continuava como um fantasma, além dos próprios problemas de Hamilton. A verdade é que o inglês começou o ano mais relaxado, aproveitando as benesses de ser campeão, dentro e fora das pistas. E a impressão que ficava era a de Lewis achava que poderia ser mais rápido quando quisesse. A história mostrou que não era bem assim. E justiça seja feita, Rosberg teve papel fundamental na recuperação do britânico ao longo da primeira fase do campeonato. 
 
Então, veio o GP da Espanha, em maio. Um toque logo depois da largada – ainda que pesem todas as análises e a isenção de ambos de responsabilidade, ao menos do ponto de vista da direção de prova -, tirou a dupla da corrida e entregou a vitória ao cada vez mais impressionante Max Verstappen, que fazia apenas sua primeira corrida a bordo do carro da Red Bull depois da promoção relâmpago. Ali acendeu a primeira luz de alerta.
Nico Rosberg é o líder do campeonato. Com apenas 1 ponto de vantagem (Foto: Getty Images)

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A Mercedes tratou o caso como um incidente de corrida, especialmente devido ao problema na configuração do motor alegado por Rosberg, mas não o esqueceu completamente. O alemão também não saiu contente do circuito catalão naquele dia. E o reflexo da batida se deu na prova seguinte, em Mônaco, onde acatou uma ordem de equipe para deixar Hamilton passar e tentar o triunfo. Lewis triunfou, enquanto Nico se arrastava. Duas semanas depois, o inglês saiu vitorioso em uma nova batalha – Lewis foi duro com o companheiro na primeira curva em Montreal e ainda faturou o GP canadense – o que deixou claro que Nico já vinha sentido o golpe.

 
O fôlego, é verdade, veio rápido. Sete dias depois do incidente no Gilles Villeneuve e de uma corrida confusa em que de novo sequer apareceu no pódio, Rosberg surgiu forte na classificação e ainda mais na corrida. Sem erros – bem diferente do rival –, o alemão conseguiu fazer a diferença de pontos crescer de nove para 24. 
 
Nico chegou ao Red Bull Ring munido dessa confiança. Mas voltou a colocar tudo a perder em uma manobra desesperada na volta final do GP da Áustria — a mudança na estratégia não foi bem aproveitada, e Nico também não soube como contornar a situação. Na tentativa de conter Hamilton, acabou tocando no rival. Perdeu a asa e um pódio certo. Da mesma forma que aconteceu em 2014, em Spa-Francorchamps, o alemão saiu enfraquecido no confronto com Lewis dentro da Mercedes e aos olhos do paddock. Mais uma vez, o alemão sentiu o golpe por também não saber lidar com as adversidades. 

Além disso, o caso ganhou enorme proporção, até maior do que o incidente na Bélgica. A cúpula da esquadra alemã se mostrou realmente irritada, fez ameaças e pode, sim, decidir interferir no andamento da disputa entre ambos, apesar de ter mantido a política da igualdade de condições. A questão agora é que os chefes vão adotar uma postura de tolerância zero. Por isso, saber tomar decisões sobre pressão será uma virtude das mais importantes daqui para frente.

Emblemático: as duas Mercedes sendo rebocadas após o acidente em Barcelona (Foto: Getty Images)

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Ainda lá em 2014, Hamilton não venceu a prova belga, agora sim. E venceu de novo em casa, em um fim de semana em que comandou de cabo a rabo. Rosberg, por sua vez, não conseguiu andar junto com o colega de equipe e ainda se viu traído por uma falha de câmbio. E como tudo ainda pode piorar, a Mercedes, ao tentar auxiliar o piloto, acabou o colocando em uma posição de punição por violar as regras que limitam a comunicação via rádio na F1. A diferença está em apenas 1 ponto neste momento. Quer dizer, chegou o momento de Nico revelar do que realmente é feito.
 
Frio, Rosberg erra muito pouco e é quase um atleta exemplar. Segue à risca as ordens da equipe e raramente questiona o que lhe é pedido. Mas seu ponto fraco fica cada vez mais evidente na medida em que se torna protagonista. Nico não sabe lidar com as pressões externas, com o imponderável. Tem dificuldade de se recuperar quando o cenário não lhe é favorável. É quase como o mercado financeiro. Reage mal às oscilações e quase sempre toma decisões erradas nestes momentos. Assim perdeu a chance de título em 2014 e foi dominando por Hamilton no ano passado.
 
A linhagem, portanto, diz muito pouco, ao menos do que se viu até aqui. Rosberg pode, sim, se tornar o campeão no fim do ano. Carro, equipe, preparação e talento não lhe faltam. Mas vai precisar fazer mais. Vai precisar tomar as rédeas quando as coisas derem errado.
 

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Vale colocar aqui também um paralelo do cenário vivido pela Red Bull. Outrora grande nome da equipe austríaca depois da saída de Sebastian Vettel, Daniel Ricciardo parece ter apagado o sorriso do rosto com a chegada do insolente Max Verstappen. Viveu a primeira derrota em grid para o jovem holandês e já somou mais pontos que o colega nas seis corridas que fizeram juntos desde a estreia, em Barcelona. Sem falar, claro, na incrível vitória catalã.

Tal como Rosberg, ainda que guardadas as devidas proporções, Max vem de uma linhagem de competidores natos. A mãe e a irmã foram pilotas e o pai, como se sabe, teve uma carreira longa na F1, embora bem menos brilhante na comparação com a que o filho trilha agora. O fato é que Max parece ter o DNA de campeão que por vezes falta a Rosberg.

 
A corrida em Silverstone mais uma prova. Verstappen atacou e soube se defender com maestria, sem erros ou desespero. Foi firme em suas decisões e só acabou ultrapassado pelas próprias condições de carro/pneu. O mesmo já havia feito em Barcelona e nas diversas corridas desde a estreia na F1, com apenas 17 anos. Max é o futuro, sem dúvida. E um exemplo claro de quem mostra logo de cara do que é feito, independente das condições externas. 
 
Rosberg, portanto, talvez precise de um pouco de Max para frear a valorização cada vez maior de Hamilton em 2016. 

Opinião GP é o editorial do GRANDE PRÊMIO que expressa a visão dos jornalistas do site sobre um assunto de destaque, uma corrida específica ou o apanhado do fim de semana de automobilismo.

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