Opinião GP: Hamilton retribui sorte com atuação de gala em Cingapura e recupera momento na luta pelo título

Lewis Hamilton não ganhou só o GP de Cingapura no último domingo. Na verdade, o maior triunfo do inglês foi provar que finalmente recuperou a fase forte do início do ano e que a pressão agora está totalmente do lado do rival Nico Rosberg. Na estranha balança em que se desenha o Mundial, o momento é ainda de Hamilton, mais um Hamilton ainda mais forte

 
 LEWIS HAMILTON parece ter dado adeus aos azares, e agora a sorte lhe sorri quase como Daniel Ricciardo. E o inglês retribui, aproveitando ao máximo todas as boas oportunidades com atuações de gala. Em Cingapura, não foi diferente. Enquanto na posição imediatamente atrás, o rival e companheiro de Mercedes, Nico Rosberg, vivia um drama por conta de um problema no volante do #6, Hamilton, na pole, se manteve concentrado e frio.

Saiu bem da posição de honra e fez o que se esperava dele, ou seja, liderou tranquilo até a metade da corrida em Marina Bay, com um desempenho impecável. Com um Rosberg combalido e fora do caminho — a falha que o deixou parado no grid e o fez largar do pit-lane se agravou e impediu o então líder do campeonato de prosseguir na prova —, a segunda parte da prova tendia ser igual, depois de ter aberto distância rapidamente para Sebastian Vettel e Fernando Alonso no início e sequer tido preocupações durante as duas primeiras paradas. Só que as coisas para Hamilton não podem ser tão fáceis.

Assim, um toque entre Sergio Pérez e Adrian Sutil provocou a entrada do safety-car na volta 31. A Mercedes preferiu deixá-lo na pista, enquanto os rivais da Red Bull e Alonso foram aos boxes buscar os pneus macios, com o claro objetivo de não parar mais.

Resultado: quando o carro de segurança saiu, Hamilton teve de usar todo o potencial do F1 W05 e dos pneus supermacios para abrir uma vantagem considerável para Vettel, agora o segundo colocado.

Lewis Hamilton venceu a corrida em Cingapura depois de uma atuação brilhante (Foto: Getty Images)

Na verdade, Lewis precisava de algo acima de 26 ou 27s. O inglês não perdeu tempo, foi à luta e conseguiu colocar pouco mais de 25s no momento em que teve de ir aos boxes pela última vez. O desempenho foi fundamental e assombroso. O campeão de 2008 voltou logo atrás do alemão, e a ultrapassagem aconteceu em seguida, sem disputa, nada. Daí para a frente, Lewis imprimiu novamente um ritmo seguro e sem erros, para celebrar a sétima vitória do ano e a liderança do campeonato, depois de quase quatro meses.

A conquista revelou também um Hamilton ainda mais calmo, tranquilo e frio, especialmente depois dos tumultuados dias pós-Spa. Em nenhum momento, e isso ao longo do fim de semana em Cingapura pôde ser visto, o britânico cometeu erros ou comprometeu seu desempenho. Foi forte sempre quando exigido e deixou claro que recuperou de vez o momento da primeira fase da temporada, quando se tornou líder em maio.

É verdade que Hamilton só permaneceu no comando por 14 dias, entre os GPs da Espanha e de Mônaco, e que, de lá para cá, Rosberg soube se manter firme na ponta, mesmo com o colega somando muito mais vitórias — no placar são sete triunfos a quarto para o inglês —, mas a estranha balança de 2014, que já pendeu para o lado de Nico, está cada vez mais favorável ao inglês, que não desperdiça chances.

Festa da Mercedes em Cingapura (Foto: Getty Images)

Under pressure

Rosberg, como já havia sido dito depois do GP da Itália, ainda sente os efeitos de Spa-Francorchamps. Ainda que menos intensos nessa fase asiática, Nico tem uma tarefa dura para quebrar o muro construído ao redor do companheiro. A pressão agora está totalmente do seu lado da garagem. E será interessante também ver como o alemão, sempre muito frio e distante, vai lidar com esse novo cenário.

Ainda assim, o Mundial está totalmente aberto, são três pontos separando os líderes e mais cinco provas pela frente, sendo a última com pontuação dobrada. O ponto favorável, aí, é a posição de igualdade de condições da Mercedes. No fim, vai vencer quem conseguir tirar maior proveito das oportunidades e não sucumbir aos contratempos, pressão e situações extra pista.

Opinião GP é o editorial do GRANDE PRÊMIO que expressa a visão dos jornalistas do site sobre um assunto de destaque, uma corrida específica ou o apanhado do fim de semana de automobilismo.

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